NIETZSCHE ( O ANTICRISTO)

.

               No seu regresso a Turím, e até ao final do ano, Nietzsche trabalha em vários manuscritos.  O primeiro deles é “O Anticristo. Ensaio de unha Crítica ao Cristianismo”, um ataque de máxima acidez e virulência contra a relixión cristán.  Pouco depois, no día do seu quadraxésimo quarto aniversário.  Nietzsche começa a escrever a sua autobiografía: “Ecce Homo. Como se Chega a Ser o Que Se É.” (Em latím, ecce homo significa “aquí está o homem”, as palavras que Pôncio Pilatos pronunciou, quando apresentou Xesus Cristo, gravemente ferido, perante o povo.)  No libro, realiza um percurso pela sua  vida e obra em que, no entanto, se vislumbram as habituais fronteiras entre “vida” e “obra”.  Em Dezembro, Nietzsche deixa acabadas as suas últimas obras: o poemário “Ditirambos a Dioniso” e o impiedoso panflecto  “Nietzsche contra Wagner.  Dossier de um Psicólogo”.  A obsesón pelo compositor xá o tinha levado a escrever “O Caso Wagner. Um Problema para Músicos”.  O seu ataque, recordemos, non é pessoal, nem tan pouco estéctico (nunca deixa de admirar a música wagneriana).  Wagner está no seu ponto de mira, porque é um sintoma inequívoco dos tempos.  Actua como unha lente de aumento que permite ver o problema que verdadeiramente obceca Nietzsche: a incapacidade da cultura moderna para curar os males da vida.  A campanha final contra Wagner faz parte da missón a que Nietzsche consagra as suas últimas enerxías mentais: derrocar a ordém estabelecida da Modernidade a todos os níveis (político, moral, artístico, filosófico…).  Essa vontade crescente de mudar o rumo da história do Occidente levá-lo-á a verdadeiros delírios de grandeza e será um dos sinais de alarme do seu deslizar rumo à loucura.

toni llácer

Deixar un comentario