NIETZSCHE (PARA ALÉM DO BEM E DO MAL)

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               Em 1885,  escreve unha quarta parte para Zaratustra. Desencantado com a falta de leitores, Nietzsche decide publicar o libro nunha ediçón a seu cargo, de quarenta exemplares, dos quais acaba por enviar apenas meia dúzia ao seu círculo mais íntimo.  Também nesse ano, entre gráves problemas oculares, Nietzsche escreve – ou, melhor, dicta “Para Além do bem e do mal.  Prelúdio a unha Filosofía do Futuro”, obra em que regressa ao estílo aforístico, depois da experiência poético-narrativa de Zaratustra.  Désta vez parece decidido a encontrar o seu público: em 1886, paga do seu bolso unha ediçón de 600 exemplares e envía um bom número deles a revistas e xornais, com a esperança de que se façam eco da sua obra.  Perante o silêncio xeral, sente-se eufórico quando, por fím, aparece unha sinopse do libro num diário suíço, em que se comparam as suas ideias com unha invençón da época: a dinamite.  A vontade de fazer-se entender também o leva, nesse ano, a dar a conhecer, de novo, a sua obra.  Após meses de negociaçóns e problemas de direitos editoriais, consegue que se reedictem todos os libros publicados até à data, e isso quando a grande maioría dos exemplares das ediçóns orixinais aínda está nos armazéns.  Nietzsche incorpora novos materiais e escreve prólogos para os seus antigos libros (sem os reler!), tentando dar, retrospectivamente, certa continuidade e coherência ás suas ideias.  Também trabalha intensamente num libro que concebe como o culminar do seu pensamento: “A Vontade de Poder.  Ensaio de unha Transmutaçón dos Valores”.  Inicialmente proxecta-se como unha obra magna em quatro volumes, mas anos depois abandona o plano, que acaba transformado num conxunto disperso de uns quatrocentos apontamentos.  Apesar disso, depois de falecer, a sua irmán Elisabeth decide editar a obra com a axuda de Peter Gast. Com essa finalidade, ordenará, agregará e suprimirá materiais inéditos com um critério mais do que discutível, motivo pelo qual a ediçón póstuma de “A Vontade de Poder” xerou polémica durante décadas.

toni llácer

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