QUE NADA SE SABE (24)
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Portanto, há na ciência, se admites a minha definiçón, três factores: “cousa que se há de saber”, “conhecimento” e “perfeito”. Teremos que examinar cada um deles por separado para deducir disto que nada se sabe! Em primeiro lugar, ¿Quantas cousas há? Talvéz infinitas, nón só tomadas individualmente, senón tamém como espécies. Negarás que som infinitas; mas nón probarás que son finitas, pois nón puidestes contar nem sequer unha mínima parte délas; eu apenas tenho novas de que haxa mais que o home, o cabalo e o can. Logo xá simplesmente disto nón sabemos nada. Pois, nem tú viste o termo de todas as cousas, aínda que afirmas que som finitas, nem eu vín a sua infinidade, aínda que conxecturo que som infinitas. ¿Que é o mais certo? Tú verás; para mím nem um nem outro. Mas o feito de que sexan infinitas -dirás- ¿em que pode impedir o conhecimento de unha só? Em muito, segundo tú, porque para conhecer unha cousa é preciso conhecer os princípios, sem dúvida a matéria e a forma. Mas, no caso da infinitude, as infinitas matérias som talvéz especificamente diferentes (por mais que tú non queiras distinguír especificamente de qualquer outra cousa a matéria, xá que a privas de toda forma; disto trataremos despois). Das formas non há ciência. Dirás, non obstânte, que incluso a matéria de infinitas cousas pode ser a mesma. É verdade. Mas também pode nón ser a mesma e, em consequência, ser múltiple, pois acáso há outras cousas, que ningúm de nós conhece, totalmente diferentes das nossas. Agora bem: o que pode ser e pode nón ser, resulta dúvidoso, se é ou non é. Mas a ciência, segundo tú, é o que é e non pode ser de outra maneira. Tampouco é necessário que haxa infinitas cousas para que a matéria sexa diferente, pois inclúso a tí, que as consideras finitas em número, todavía nón che consta nem che constará nunca (bem sexa verdade que podo enganar-me) se a matéria do ciclo é a mesma que a déstas cousas inferiores. Mais aínda: ¿Non há acáso unha matéria própria dos espíritos, aínda que se afirme que som simples? Sem dúvida. Tú afirmas que há muitos xéneros deles e que há em consequência, muitas diferenças. Logo convenhem em algo comúm: isto, segundo tú, é a matéria. E diferêm noutra cousa: isto é, na forma. E em quanto ós accidentes, ¿non tenhem também eles a sua matéria própria? Tú chamas matéria ó seu xénero, e forma á diferença. ¿Acáso a matéria dos astros é a mesma que a do céu? Non o sabes. Parece que non é a mesma. Logo também se ignora quais e quantos som os princípios, aínda que as cousas sexan finitas em número. E non será possíbel deter-se na série dos princípios. Os princípios do home som os elementos; deles, á sua véz, os princípios som ésta matéria e ésta forma; e désta matéria e ésta forma há outros princípios mais simples. Outro tanto sucede com os do león, do ásno e do urzo. E assím até ó infinito. Por outra parte, respeito das formas non há dúvida algunha de que na infinidade serán infinitas. Mas é necessário conhecer de antemán os princípios. Dirás que os elementos non som princípios; destes falaremos despois. Mas todavía: non haberá princípios, pois do infinito non há princípio algúm!
francisco sánchez
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