LITERATURA (STENDHAL)
STENDHAL
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Considerado como um dos grandes mestres da literatura do século XIX, Stendhal foi, xunto com Balzac. o criador da moderna novela realista, mas, á diferença deste, que gozou do aplauso dos seus contemporâneos, non foi apreçado debidamente na sua época e, tal como el mesmo intuíu, a sua obra non foi de todo compreendida até ó nosso século. Stendhal soubo por de relevo o dramático conflícto que enfrentou o indivíduo com a nova sociedade surxída do “antigo rexíme” e as formas emocionais em que cristalizou o referído conflícto. Estes rasgos que o definem como escritor som os que melhor entroncam a sua obra com a sensibilidade contemporânea. Stendhal chamava-se todavía Henri Beyle e tería uns dezaseis anos quando chegou por primeira vez a París, o dez de Novembro de 1799 o, segundo o novo calendário estabelecido em França durante a revoluçón, dezanove de Brumário do ano VIII. Sempre tinha sido um estudante aventaxádo e aquel mesmo ano había obtido o primeiro prémio no curso superior de matemáticas da Escola Central de Grenoble, pelo que a sua família decidiu enviá-lo á capital com obxecto de que alí ingressára na prestixiosa Escola Politécnica. O chegar, encontrou París muito soliviantado, non sem razón; a véspera Napoleón Bonaparte, a sazón um xovém xeneral de brilhante executória, tinha dado um golpe de estádo e tinha-se proclamado “Primeiro Consul”. Com este pucheirázo, Napoleón punha fím á década turbulenta da “Revoluçón” e, ó mesmo tempo, consolidava para sempre os seus ideais; França voltava a ser na práctica unha monarquía absolucta, mas agora non cenhía a coroa o seu herdeiro lexítimo, senón um militar de orixém pebleio, cuxa ascensón había possibilitado a Revoluçón e seus avatáres. O feito era novo e nón tán novo. Em todos os tempos e países tinha habído homes de armas dispostos a fazer-se com o poder em momentos de zozóbra e incertidúme, mas sempre á maneira dos tiranos de ocasión e com um único propósito de restabelecer a ordem interna em nome próprio. Napoleón actuou também désta maneira, mas ó mesmo tempo como soberano natural dos françêses e com o apoio e aínda fervor destes. Conquistou Europa para impor-lhe os princípios revolucionários que el tinha contribuído a sofocar em França, e quando foi derrotado, despois de quinze anos de guerra ininterrompida e confinádo nunha ilha diminúta situáda a meio caminho entre Brasil e Angola, a xeografía política do mundo occidental tinha mudádo radicalmente e o pensamento político dos povos também. Stendhal, como todos os europeus da sua xeraçón, viveu esse câmbio e conheceu dúas concepçóns do mundo contrapostas e irreconciliáveis. Em boa parte, a sua personalidade e a sua obra, som fructo désta dualidade e a reflêctem.
rba editores s. a. (barcelona)
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