QUE NADA SE SABE (23)
.
¿E que é essa ciência comúm? Chama á atençón como esses artistas se reparten as tarefas, se separan uns dos outros com fronteiras, da mesma maneira que a xente nécia se aprópria da terra e a reparte. Mais aínda: levantaron o império das ciências, cuxa rainha e supremo xuíz é a ciência comúm, á qual se submeten os conflíctos supremos; ésta dicta léis ás demais, que han de aceitá-las como válidas sem que sexa lícito a ningunha délas meter impunemente a mán, nos seus bens, nem nos das outras entre sí. E assím passam a vida enteira litigando, sobre o obxecto de cada ciência, e non há quêm resolva este conflícto (ou, melhor, ésta ignorância). De aquí que, se alguêm trata dos astros em Física, o fái – dín – enquanto físico ou enquanto astrólogo; um dirá que isto se toma prestádo do aritmético, e outro dirá que aquilo se lhe rouba ó matemático. ¿Que vêm a ser isto? ¿Non se trata acáso de fantasias de nenos? Estes, com efeito, em qualquer lugar público, na rua, na praza ou no campo, inventan xardins, cercádos por trozos de telha, e cada um prohíbe ós outros a entrada no seu xardimcinho. Xá me dou conta por qué fán isto: como ningúm podería abarcar tudo, este elíxe para sí ésta parte, aquel apartou a outra. Por isso nada se sabe, porque habída conta de que todas as cousas que existem neste mundo se ordenam para composiçón de um único todo, nem unhas podêm subsistir sem as outras, nem com outras podêm conservar-se algunhas. Cada qual cumpre unha funçón particular e diferente da outra, mas todas confluiem nunha: éstas causan aquelas, e unhas son feitas por outras. Há unha inefábel concatenaçón de todas as cousas. Nada, pois, têm de extranho que, sí se ignora unha, se ignora também as demais. Por semelhante motivo acontece que quêm trata dos astros, considerando os seus movimentos e as causas destes, recebe do Físico, como algo xá probado, que é um astro e que é o movimento; finalmente, do movimento limita-se a contemplar a variedade e a multiplicidade. O mesmo passa nas demais questóns. Mas isto non é saber, pois o verdadeiro saber consiste em comezar por conhecer a natureza da cousa e, despois, os accidentes, quando a cousa têm accidentes. De onde segue que a demonstraçón non é um siloxismo científico, incluso que non é nada, xá que, segundo tú, só demostras, que há um accidente, dando por suposta a definiçón da cousa (para mím, desde logo, está tan lonxe de demonstrar algo, que mais bêm a oculta e non fái senon confundir a mente). Em consequência, nada saben os que se guían das demonstraçóns esperando délas a ciência. E assím mesmo, segundo tú, quêm as condenan non saben nada, como também eu vou a probar de inmediáto. ¡¡Logo ningúm de nós sabe nada!!
francisco sánchez
Esta entrada foi publicada en
Uncategorized.
Ligazón permanente.