Arquivos mensuais: Maio 2018

VATTIMO (DEUS MORREU)

.

               Deparamo-nos com unha situaçón hermenêutica que afecta a teoloxía política que rexe a história da salvaçón, como história da secularizaçón e filosofía da história, a partir da “Cidade de Deus” de Santo Agostinho, retomando um certo Platón e Paulo de Tarso.  Assím, se esse “Deus” morreu (como anuncia e informa o clamor do “louco” que desce da montanha até á praça da cidade, no meio da indiferença dos locais, que aínda non conseguem perceber o fenómeno, nem medir as suas consequências, no início do “Assím Falava Zaratustra).  Isso significa socioloxicamente e historicamente que o cristianismo perdeu a centralidade axiolóxica que lhe permitía rexer e situar os valores do mundo (Kosmos-ordém) da civilizaçón occidental. Nietzsche recolhe assím o grito dos primeiros niilistas literários russos (Dostoiévski ou Turgeniev), quando exclamavam com os olhos fora de orbita:  “Morte de Deus, ascensón do Homem” (apesar da  frase “Deus morreu”, como nos lembra Heidegger, xá ter sido pronunciáda antes, filosoficamente, por Hegel).  Non há nada de estranho no facto de um deus ter morrido;  tál é o caso de Dioniso, por exemplo, despedazado pelos Titans e, em xeral, tal é o destino dos semideuses, de pai celestial e nái mortal (o qual tinha permitido á piedade de Holderlin ligar Jesus a Empédocles e até a Hércules, como profundos bemfeitores e educadores dos mortais).  A radical novidade de Nietzsche reside em indagar o que implica tal morte.  Trata-se de um evento, de um “facto interpretativo” de carácter político-histórico com consequências epistemolóxicas e éticas; pois com “essa morte” deslexitima-se todo o fundamento e suxeito absolucto (como origém ou referência última das cadeias relacionais causais).  Zaratustra clama que “os piores dos homens foram os assassinos de Deus”:  os homens do grande despreço; os homens que se xulgam superiores, esses son os deicídas…  neste ponto, o leitor pode imaxinariamente localizar na Revoluçón Francesa a brutal assimilaçón entre as cabezas de Maria Antonieta e Luis XVI, e unha guilhotina que cortasse a cabeza de Deus, confundindo o Antigo Rexíme com a Igrexa, e a ésta, rexênte do Reino de Deus na Terra, como Deus Cristán; com o doce Jesus, o Cristo, o Messias, cuxo reino de amor non era deste mundo, segundo as suas próprias palabras, tal como as verte a Sagrada Escritura dos Evanxelhos.

teresa oñate e brais g. arribas

DERIVA HISTÓRICA (A CADEIRA DE ARGOS)

.

               Este artigo, entra dentro das derivas irracionais, mas a verdade é que ás vezes, a fantasía e a realidade se confundem, e  os sonhos também ficam gravados na memória.  Ésta pedra, que eu pensei ó princípio ser o petróglifo de Oions, porque aínda non conhecía a sua localizaçón.  Sucedeu, quando do grande incêndio cíclico que abrasou todo o comunal, plantado por Felíz Sebastián.  Tudo, estava completamente arrasado, e era fácil localizar as cousas.  Um día, em que andávamos, eu e Xosé Manuel, descobrindo as fronteiras dos Muinhos, avistéi unha pedra, que a simples vista non despertava a atençón, mas se te demoravas sobre ela, estáva cheia de olhinhos pequenos. O qual, me levou a pensar, que sería a de Oions.  Quando anos mais tarde voltei ó lugar para a fotografar, xá non logrei dar com ela, pois a vexetaçón crescera bastante. Pelo que, cheguei a duvidar da sua existência real, mas aínda que bastante atordoádo, xuréi voltar para unha busca sistemática.  Agora, que voltou a arder tudo, penso que é a oportunidade para esclarecer definitivamente este mistério.

léria cultural

 

 

QUE NADA SE SABE (21)

.

               Eu tampouco sei que é o conhecimento.  Defíne-mo, tú.  Diría eu, que é unha compreensón, unha visón penetrante, unha intelecçón, ou qualquer outra cousa – se é que existe – algo que signifique o mesmo.  Se todavía duvidáras disto, calaréi, mas recabaréi de tí outra definiçón; se a déres, duvidaréi déla, e assím padeceremos unha ignorância perpéctua.  ¿Que nos queda?  Um último remédio; pensa tú mesmo para tí!  Pensá-ches e capetas-te com a mente, o que é o conhecimento?  Mas, isso non vale nada!  Também a mím me parece habê-lo compreendido.  ¿Que se segue daí?  Que, quando falo despois contigo sobre o conhecimento, dou por suposto que é tal como eu o compreendera, e nón tú.  Polo contrário, suporás que é tal como o entendes tú.  Logo, afirmo que é isto, e tú, em câmbio, que é aquílo.  ¿Quem será o conciliador?  Aquél, que saiba que é realmente o conhecimento!  E esse ¿Quem é?  ¡¡Ninguém!!  Cada um terá a sí mesmo por muito doucto; mas a mím, parecen-me todos uns ignorantes!  Talvéz sexa eu, o único ignorante, mas, aínda ó menos isso quixéra saber, e non logro.  Em consequência, ¿Que diréi despois eu, que esté exento da suspeita de ignorância?  ¡¡Nada!!  Entón, ¿por qué escribo?  ¿Eu, que séi?  Com os tontos, serás tonto.  Son home, ¿que vou fazer?  Que mais dá!  Volto, ¡¡Non sabemos nada!!

francisco sánchez

ASTRONOMÍA (A ORIXÉM DO MULTIVERSO)

.

               Nos problemas filosóficos das teorías côsmicas, o fím último de unha cosmoloxía, é estabelecer a orixém do Multiverso.  Tudo aquílo que non está prohibído, acabará sucedendo, segundo a “teoría Quântica”.  Os nossos sentidos, e o nosso cérebro, som demasiádo limitados.  O Multiverso, podería ter começado a xirar, sem necessidade de ser empurrado (e o primeiro motor de Aristóteles, xa non sería necessário).  Posto que, a necessidade de um Deus, só se podería esconder, na sete milhonéssima parte de unha fraçón de um segundo, do início do mundo.  A teoría do “Big-Bang”, nasceu a raíz de um professor bromísta, que tinha S. Hawkins, que quando entrava em classe ameaçava com um “Big-Bang”.  Mas Hawkins, estava enganado, el somente faláva do nosso “Big-Bang”, isto é, do nosso Universo.  Mas, se acáso, algúres, existem mais Universos?  Entón, existirían, muitos “Big-Bangs” no Multiverso Quântico, iguais e non iguais ó nosso.  Pois, parece ser. que a grande escála, non funciona igual que a pequena escála.  Que os grandes obxectos, non seguem as mesmas léis que os pequenos.  Que há unha léi, a “Teoría do Todo”, que dí, que tudo funciona xunto, e existem duas físicas diferentes, a do grande e a do pequeno, mas que non obstânte funcionam xuntas.  Facía muito bem Albertito, opondo-se a que mandáramos sináis e menssáxens ó Côsmos, pois, que, isso non podería dar bons resultados, porque xá sabemos como as cousas acaban, quando se xuntan duas civilizaçóns, diferêntes no tempo. Num Multiverso, movido pola sobrevivência, em que os seres se devoran uns aos outros.  

léria cultural

AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (44)

.

               Vidal demanda.  O día 8 de Febreiro de 1914, fún xunto com Vidal, que me mandara ir, pois facía dous meses que  andava correndo para ésta casa; pois este día apurei-nos, fixéron contas, mas nada recebím, que outro día próximo me pagaba a dívida 134 reais.  Logo, começou a tendeira (Lisa) berregando que senón o demandaba non colhería um centávo.  Meteu-se o Fernandez, que me ilusionou todo o xuíço. Outros á sua vez parece que vinham metidos pela namora, porque lhe tinham rábias ó Vidal…  Eu fún xunto do Procurador, e como foram falar com el os anteditos, dixo-me que a demanda iba tal día para o Xulgado. Nisto, quedei sobrecolhido, e dixem com aspécto carrancudo, “nón Senhor, nada de Xulgados”!  “Mande-lhe aviso, e pagará-se-lhe o valor da carta, e o que demais se fará, xa lho indicarei.”  Pois, recebím a cantidade devída, sendo o gasto do Procurador por minha conta, tendo que pagar á tendeira onde el era fiador.  Pecado.  O día 17 de Março de 1914, unha filha da Generosa Iglesias (vexa-se pag. 33, final mesmo, onde eu tinha tido um sonho com a sua nái sobre o mesmo assunto.  O 20 de Abril, fún á fésta, conhecía-se-me bem que eu estaba embruxádo, nón dancei nada absolutamente, e despois ó vir, vinhem na companhía de Isolina e Carmela, e tivem notícias dias despois, que tinham vindo por minha culpa.  Enfermedade de Carmela e de Isolina.  O terceiro día souben, que lhe tinha dado mal a éstas duas amigas, e que chegou a ser gráve.  De noite, tivem a seguinte visón, sonhei que estaba na casa a ler num libro, na cozinha, e no meio da casa vexo estar Isolina, muito tríste, e ó seu lado estaba Maria da Ganeca, com a qual eu estaba falando e vestía de branco.  Algunhas noites antes disto, eu tinha tído um sonho com Isolina, e que me dixéra ésta expresón “Adeus”.

manuel calviño souto

O NIETZSCHE DE VATTIMO

.

               Três som os livros de Vattimo, verdadeiras xóias filosóficas e literárias, que o leitor deve ter em consideraçón: “Il Soggeto e la Maschera”,  “Nietzsche e il Problema della Liberazione; Introduçón a Nietzsche,”  e “Diálogo com Nietzsche; Ensaios 1961-2000.”   Tal como para Heidegger existem “dous Nietzsches”, para Vattimo também existiran, embora integrados nunha ambiguidade irresolúvel.  Por um lado, está o Nietzsche da vontade como arte-técnica niilista, em que culmina a metafísica do suxeito, como vontade de autorreferência e vontade de nada (deste ponto de vista, Nietzsche é o último metafísico em que a metafísica do Occidente, como história do esquecimento do ser, chega ao seu total cumprimento).  Por outro lado, está o “outro Nietzsche”, cuxa obra ontolóxica – segundo Heidegger – supera o autor e até mesmo a sua época, porque é tan extremamente criativa que xá non teria lugar na temporalidade histórica do filósofo que a concebeu, nem do mundo “anterior” a ela; trata-se de Nietzsche como criador do Zaratustra, o mestre do “eterno retorno”.  O mesmo Vattimo recorda-nos a insistência de Heidegger relativamente ao facto de se dever  ler a Nietzsche como um ontoloxista e non como um mero crítico da cultura burguesa.  É preciso lê-lo como se lê Aristóteles.  Para non reproduzir os “dous Nietzsches de Heidegger”.  Vattimo reintegra-os num só, de fascinante ambiguidade.  Como opera nas problemáticas principais da ontoloxía de Nietzsche a “dupla perspectiva” mencionada?

teresa oñate e brais g. arribas

A FOLHA DAS SETE COSTURAS

            A FOLHA DAS SETE COSTURAS

.

               Entrei silenciosamente para non despertá-la, a velha passava polas brássas ó calor morno da lareira.  Tumbei-me na cadeira de balouço.  A calma da tardinha, apenas era  percorrida por unha lixeira aráxe, as frondes das árbores abanában levemente.  Quando acordei, a velha soltou, como sacando para fora, cousas passadas: “Curei um home, com a folha das sete costuras.  Ele. xa vinha desenganado dos médicos.  Mas, fixo-lhe bem ó estômago e á sangre, e aínda vivíu muitos anos mais.  Isto de ser de utilidade para os demáis, fái-nos medrar acá por dentro, e alívia tamém o peso da vida.  As curandeiras tiveron medo, e esconderon o seu saber durante séculos, mas de todas as maneiras, algo sempre foi quedando, e passou de náis a filhas.  Porque o mundo non para, e o manhán non sabemos como será, pode que as feiticeiras aínda nos sexan necessárias. Quantos cartos se aforrarían com os velhos saberes.”   Pois é!  Mas tenha cuidado!  Xa sabe, como acabaron muitas, as xentes ás vezes son como demónios desbocados, e os diábos andan soltos pelas ruas.

léria cultural

NIETZSCHE (HUMANO, DEMASIADO HUMANO)

.

               Humano, Demasiado Humano.  Um Livro para Espíritos Livres, que escreverá – ou melhor, dictará – quando do seu regresso à docência em Basileia.  A obra é publicada no ano seguinte e marcará unha nova etapa no seu pensamento, Nietzsche faz seu o espírito do iluminismo e defende o livre-pensamento a favor das verdades prácticas e contra os dogmatismos.  Ataca o funcionamento “metafísico” da relixión, da filosofía, da moral e da arte e afasta-se do seu romantismo inicial.  Humano, Demasiado Humano implicará, além do mais, unha viraxem na sua forma de escrever pois, com este livro, inaugura o estilo aforístico que daí em diante será um dos traços mais reconhecíveis da sua escrita.  O seu círculo de amizades non vê com bons olhos o novo perfil científico e desencantado do filósofo.  Um dos menos entusiastas é Wagner, que decide ignorar o exemplar de Humano… que Nietzsche lhe envia. A indiferença é mútua.  Pouco antes, Nietzsche recebe do compositor o libreto da sua Parsifal, e a apoloxía da redenzón, da piedade e da renúncia ascética ao mundo sensível que ésta ópera contém, confirma a terrível suspeita: Wagner convertera-se ao cristianismo. O ano de 1878 representa, assim, a data definitiva da ruptura entre ambos.  Uns meses antes, Nietzsche xá tinha dado pelos sinais de decadência no compositor, que começava a sucumbir ás forças venenosas do seu tempo: cristianismo, nacionalismo e antissemitismo. (Contrariamente ao que se possa acreditar, sobretudo como consequência da nefasta vinculaçón do seu pensamento ao nazismo, Nietzsche foi um “antiantissemita” e antinacionalista alemán, um ardente opositor do pangermanismo tán em voga na sua época.)  Com grande tristeza, Nietzsche comprova que Wagner está a perder o seu carácter revolucionário e está a deixar-se absorver pelos poderes dominantes. Basta ver o séquito de personalidades que o rodeiam, um grupo de filisteus e aduladores que encarnam todos os vícios da burguesia alemán da época. 

toni llácer

EM NOME DE GUILLADE (OS PETOS DAS ÁNIMAS)

                  OS PETOS DAS ÁNIMAS

.

               Éstas almas de Guillade, que nos levan desde Camoes, á práctica funcionalidade da vida moderna, seguem calando fundo no recordo daquéles que xá lá ván, e na certeza de que nós iremos despois.  Que, inclúso, a minha alma de pagán, volta a cara atrás pensativo.

.

Alma minha gentíl, que te partíste
tao cedo désta vida descontente,
repousa lá no Céu eternamente,
e viva eu cá na terra sempre tríste.

Se lá no assento etéreo, onde subíste,
memória désta vida se consente,
nao te esqueças daquele amor ardente
que já nos olhos meus tao puro víste.

E se víres que pode merecer-te
algua cousa a dor que me ficou
da mágoa, sem remédio, de perder-te,

roga a Deus, que teus anos encurtou,
que tao cedo de cá me leve a ver-te,
quao cedo de meus olhos te levou.

LUIS DE CAMOES

.

a irmandade circular

AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (43)

.

               Visón.  Sonhei que eu iba por uns caminhos, e vía um grande “miting” á minha dereita, parecía ser num caminho, os oradores eran guardas-civiles, eu seguín de frente e entréi num átrio e a igrexa estaba caleáda, á ezquerda mirei unha cousa que parecía ser um palácio e de alí levantou-se unha figura de home, só que o corpo nón se vergaba, andava polo ar teso, com naríz de duas quartas de comprido, non tinha olhos, nem buracos deles e apenas tinha figura humana, entón começou a falar para o miting, mas frases que se nón entendían, senón que parecía grunhir como um cán, algo parecido a unha donosinha.  Aproximou-se de mím (mas entón tendo outra figura, mais idêntica ao diábo), e estábamos por brigar os dous, e como temía del, e el temía de mím, e eu non facía por dar-lhe, el iba-se marchando, entón vên-me a idéia de perguntar-lhe, que me déra unha receita para colher unha mulher, ó que se negou.  Eu, abrazei-me a él, para que ma dixéra, que o deixava dare fornicationen, entón meteu pola minha natureza a súa, servindo eu para el de mulher.  Dixo-me que había que meter-lhe a ilusíon na cabeza, para que me acompanhá-se a lonxe, onde nón andara xente, a um monte deserto, e terminou com palabras confusas, das que nón aproveitei mais nada.  ¡Pois, se burro estaba, burro quedei!  Despertei, e tinha sobre mím o Spírito malo!  Antes e despois deste sonho, voltou a molestar-me muitas vezes.  Hoxe, 3 de Febreiro de 1914, á noite, estando a aquecernos ó lume da lareira, eu dormitaba algo e mamá velába, ó calor morno.  Vindo-me o Spírito molestar polas 11 da noite, polas duas da manhán.  De manhán, levantei-me despavorido, e pola unha da tarde preparei algo de comer, e despois ó redor do lume fixem um exorcismo.   

manuel calviño souto

A HISTÓRIA A CORES (TERESA CABARRÚS)

.

               Teresa Cabarrús, é o nome de unha das mulheres da grande revoluçón françesa.  “A Rainha do Directório”, foi chamada por uns cabeleireiros, que escreveron unha zarzuela dedicada a ela, o 16 de Abril de 1927, em plena dictadura.  Os dactos sobre a sua vida, som mais bem escásos, e como boa sinal, diremos que, até certo ponto difamatórios.  “desconheço a música, mas os alicientes do libreto que tenho á vista, som desencoraxadores”.  Os cabeleireiros, critican sobretudo as súas capacidades seductoras, pois parece ser, que muitos merdeiros andavan detrás déla, e que naquéla época estavan muito solicitados os divórcios por parte das mulheres.  E, practicamente, nada mais sabemos désta companheira (revolucionária) do Abade Marchena, que este nome que logrou chegar ós nossos días.

léria cultural  

QUE NADA SE SABE (19)

.

               Mas xá el, polo demais, se puxo ésta mesma obxecçón: “Se verdadeiramente só é ciência a que se obtêm por demonstraçón, e os primeiros princípios non se podêm demonstrar, certamente nón haberá ciência destes, e em consequência nón há ciência algunha”.  Mas, nón resolveu satisfactoriamente, ó afirmar que nón toda ciência é demonstractiva, senón que é indemonstrável a daquélas cousas que nón necesitan de meios. De aí, pois, segue-se que nón se dixo com carácter absolucto que sexa verdade isto;  “Saber é conhecer unha cousa polas suas causas”.  E igualmente aquílo: “A ciência é um hábito adquirido por demonstraçón.  Mas posto, que há algunha que nón se pode demonstrar.  Em câmbio, tinha-se expressado melhor noutra parte, e houbera-se podido desculpá-lo, se sempre tivesse falado da mesma maneira e se algunha vez explicara bêm o que é a ciência;  Mas, como sempre, é vago, confuso e inconstânte, nón cabe lugar a desculpas.  Pois em definitiva, tinha dito:  “A ciência das cousas que tenhêm princípios, causas e elementos depende do conhecimento deles”.  É ridícula a maneira como o exponhem os seus sequáces, porque desviando as cousas para as palabras e os siloxísmos (atontados pelo velho erro e apodrecendo nél) interprétam os princípios como as proposiçóns primeiras e evidentes de cada ciência, assím como as hipotécticas, e eles mesmos chamam-nas princípios e axiomas; explican as causas como proposiçóns intermédias que se ponhem entre os princípios e o que há de ser probado; e como elementos consideram ó suxeito, ó predicador, á cópula, ó termo médio, ó extremo maior e ó menor.  ¿Nón é isto unha ficçón subtíl?  ¿Ou mais bêm um delírio?  Assím o chefe engana-se um pouco, mas eles, que nem o entendem, nem o seguem, todavía se enganam aínda mais, até que acaban caíndo em tamanha quantidade de vaguedades, ó apartar-se passo a passo da verdade.  Mas voltemos a él.  Nón se pode desculpá-lo: antes afirmava que há ciência dos primeiros princípios, mas que é indemostrável; noutro passaxem chama ó conhecimento dos primeiros princípios intelixência, nón ciência, no que obra mal, pois se tivéra ciência destes, assím como de outras cousas, sería unha ciência perfeita.  Agora bêm: como nón a há destes, tampouco a há daquélas cousas das quais estes son princípios.  De onde se segue, que nón se sabe nada!!  Ademais, ¿que é a ciência, senón intelecçón de unha cousa?  Porque afirmamos saber algo, quando a entendemos!!

francisco sánchez

LISBOA (OS LOUCOS ANOS DA MODERNIDADE)

LISBOA (OS LOUCOS ANOS DA MODERNIDADE)

.

               Atravéz deste artigo, iremos entrando nas profundezas de unha modernidade, que nos trouxo um capitalismo novo, de cunho “bananero”, que aínda que parecía “inxénuo”, e que vinha para liberar-nos, na realidade, ocultava debaixo da sua capa “Beaubeariana” gráves perigos para o futuro.  Iremos vendo, como as luxosas mansóns aristocráticas, depois de arruinádos os donos, se ván paulatinamente convertindo em “Clubs”.  Alí se xoga, alí se bebe, se come, e se forníca como animais. ¡¡Isso sim, pagando por tudo!!  Agora, que xa son inofenssívos, non podo deixar, se for possível ,de recomendar unha visíta a estes ântros do vício, lugares  cheios de arte e encanto (as peças de arte xa están em museos, as que se conseguiron salvar).  Até ó ponto, de que muitos deles, eram considerados  como verdadeiros musêos.  Lisboa, aumentára muito a sua povoaçón, chegando a ter perto de meio milhón de habitantes.  Nésta sociedade portuguêsa, tán civilizada e xentíl, as meninas ricas e independêntes, chamadas “garçoniérres” (possivelmente, as mulheres mais atractívas de todos os tempos).  Non só, pela sua posse estéctica física (cabelo curto, chapêus, vestidos), mas sobretudo, polas idéias e ganas liberadoras.   Néstes “Clubs”, luxuosos e refinádos, a “xente deçente”, convivía de natural modo, com prostitutas e malândros (bastânte civilizados, diga-se), intelectuais, artístas, xornalístas, xogadores, bebedores, comedores, tabaquístas e drogadictos (era um negócio, incipiênte).  Está claro, que quase tudo o que a modernidade trouxo, foi lixo, xogo, trata de “brancas” e, de “negras”, champán, droga, tabáco, cocaína, ópio, especuladores, e o pior de tudo, as guerras brutáis que se adivinhavam.  Estes “Clubs”, estavan todos nas zonas “Chics”, situádos principalmente na Rua das Portas de Santo Antón, nos Restauradores, e no centro da cidade.  Verdade é, que o luxo, também alternava ó mesmo tempo, com a miséria xerál da povoaçón, que malvivía em barracas de madeira, nas zonas do Arco do Cégo, e outras mais, ameaçados por doênças epidémicas, como a côlera ou a tuberculose.  Mas non viémos aquí, para afundar-nos no fângo de Lisboa, e procuraremos  olhá-la, sem mirar muito os seus defeitos e maleitas.      

.

               Começamos pelo “Majestic Club”, situado na Rua das Portas de Santo Antón, agora transformado êm “Casa do Alentejo” (recomendo unha visita, pois pode levar unha agradável surpresa).  Aquí, vinha-se sobre as nove da tarde, só ou acompanhado, tomáva-se um invento américano chamado “cocktail”, ademais, había cabeleireiros “chics” e manicuras (cachondas). Depois, podia-se comer (pela boca) no restaurânte fino, seguidamente havía espectáculos, champán e baile em abundância.  E, muito máis tarde, vinham os verdadeiros problemas, “strip-tease”, xogo, drogas e sexo mercantil, tudo no mesmo sítio e á mesma hora, como agravánte.

.

               Outro, dos grandes “Clubs”, era “O Monumental”, situádo também na mesma zona central de diversón, e com a mesma filosofía, moderna e funcionál.

.

               O “Club Pálace”, que é agora a honésta “Camara de Comércio”, xá foi também em tempos passados, lugar de fésta,  desemfréio, e perdiçón.  Néste ântro luxoso, foi vendida pela primeira véz em Lisboa cocaína, xá debidamente repartida em doses pessoais, e era de cabalheiros, invitar os seus amigos e as suas amantes.  Um dos locais mais afamados do mundo, frequentado por xentes admiradoras de Freud e do Psicanálise.  Fica na mesmíssima Rua das Portas de Santo Antón, ó inferno.

.

               Néssa mesma rua, ficava também o “Bristol Club”, que foi “Meca”, alá pelos anos vinte, de intelectuais, artistas e xornalistas, e, coitado, acabou sendo comprado pelo Bêmfica, alá pelos anos vinte, o qual supuxo um enorme retrocesso civilizacionál, pois a cultura caíu nas máns da “trangalháda”.  O seu dono anterior, era um “rico-home”, que atesourava nele obras de arte, entre elas unha de José de Almada Negreiros (poéta sensacionísta e narcíso-do-Ejípto). É pelo que coloco aquí no artigo, fotografía déla.

.

               Finalmente, tampouco escapou o maxestuoso “Palácio Fóz” da prostituiçón xeral dos tempos, arruinado também o seu lexítimo dono (seguro que propositadamente).  As forzas malébolas da modernidade, erixíron sobre o seu cadáver o “rien plús”, “la Crême de la Crême”, feito para a xente mais fina da cidade, um autêntico “Versailles”, “O Maxims Club”!!  Até tinha espectáculos para os nenos (non sexam mal pensádos, pola tarde).  Frequentádo pela elít, tinha de tudo o que é imaxinável, tudo o que unha mente retorcida poida pensar, aí estava.  Áh!! Mas, héis, que apareceu um monstro!!  Um fascísta!!  Salazar!!  O ôgro rexenerador, acabou com o desemfréio, acabou com a “Coca Cola”, com a loucura das xentes!!  Desterrou o vício, para lugáres distântes, para o Estoríl, para Cascáis, para a Madeira.  O vício, esse continuou, mas escondido.  E sobre tudo, só para xente importânte!!  Assím, êm 1930, o último dos grandes “Clubs” de Lisboa, foi finiquitádo ad aeternam.

   

léria cultural

GIANNI VATTIMO (RUMO A UNHA ONTOLOXÍA HERMENÊUTICA CRÍTICA)

.

               Xá na universidade, na faculdade de filosofía de Turim, o seu grande mestre e amigo foi o filósofo Luigi Pareyson.  Apesar de ser unha pessoa muito preocupada com o pecado e com o inferno.  Vattimo recorda que Pareyson sempre foi de unha tolerância e de unha liberalidade refinadas, especialmente com a sua homossexualidade e com o marxismo (que lhe eram completamente contrários), daquele xovém “gay”, de esquerda e cato-comunista que era Gianni Vattimo, e que em breve se tornaría seu professor assistênte.  Relativamente á sua influência filosófica sobre Vattimo nota-se a marca de Pareyson, na abordáxem hermenêutica ou interpretativa da sua filosofía e na selecçón das problemáticas principais a abordar, apesar de a sua pertença a épocas diferentes os diferenciar radicalmente.  Enquanto Pareyson é aínda um filósofo hermenêutico de caríz existencialísta (mais próximo de Karl Jaspers do que do primeiro Heidegger e, em todo o caso, tán próximo de Schelling, como Gadamer de Hegel), Vattimo bebe mais da fonte do segundo Heidegger (tal como Gadamer) e reconhece, na ontoloxía da linguaxem (do ser) como evento e envio de menssaxens (cuxo sentido tem de ser compreendido, interpretádo e reenviado no contexto do acontecer histórico), que este ser da linguaxem consiste em que non só a falamos como também nos fala e nos pon em xogo, metendo-nos no conflito tensional do “logoy pólemos” (ligaçón-diverxência) interpretativo (como xá assinalava Heráclito); o logos próprio das apelaçóns, respostas e interrogaçóns, que condiciona e possibilita a experiência central tanto do acontecer “da verdade da arte” (como experiência “verdadeira” que transforma o que a faz, xá indicada por Hegel), como da verdade histórica e historiográfica e até da verdade hermenêutica teolóxica.  Tudo isto equivale a seguir Hegel, tal como faz Gadamer, mas segundo o pensamento do seu intérprete-discípulo Vattimo:  substituindo o “Espírito Absoluto” (aínda idealista e do “Suxeito” – como síntese autotransparente do espírito subxectivo do eu e do espírito obxectivo do mundo) pela mediaçón, “fazendo-se sempre historicamente e diferindo” do ser da linguaxem.  E sem nunca perdermos de vista que pertencemos á linguaxem, tal como se pertence a um meio (Heidegger costumava dizer que o homem pertence á linguaxem, como os peixes ao mar, ou as aves ao céu), ou sexa, com unha invencível ambiguidade entre a proximidade e a distância oscilatórias que se ponhem em xogo na interpretaçón: na relaçón aberta e crítica que mantemos, paralelamente, com os passados que nos estranham e se nos aprópriam do mesmo tempo, e com o futuro que abrimos ao reenviá-los “traduzidos” (necessariamente distorcidos e “actualizados”).  Tensón hermenêutica que, no caso de Vattimo, insiste no conflicto e no desacordo e non só no diálogo, e cuxas acepçóns recolhe no método da “Verwindung”: deslocaçón, deslocamento, distorzón, assumpçón despotenciada e niilista das menssaxens do “ser-história-linguaxem”; por profundas razóns “históricas” que se devem ao “ser para a morte” de Heidegger e ao niilismo de Nietzsche.

teresa oñate e brais g. arribas

AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (42)

.

               Cloroformo.  O día 14 de Novembro de 1913, eu enganando ó boticário com unha receita de um libro, fixem cônque me déra um pouco de cloroformo, mas ó final,  houvem de correr perigo mortal, pois quedéi aturdido por 5 ou 10 minutos, por terme caído um átomo no dedo pulgar da mán dereita.  O 19 de Novembro de 1913, cometím um pecado de impureza.  Tiro na mán.  O día 17 de Xaneiro de 1914, fún a Vilacoba xunto com Vidal, por um assunto pecuniário, que me rendeu 5 pesetas, ó vir para casa por Reimonde, sentei-me num carro que passava por alí, pondo a escopeta arrimada a mím, mas no meio do carro había um buraco, polo que a escopeta caíu ó chán tropezando o gatilho no estrallo do carro, por ésta vía recibín um tiro na pulseira da mán esquerda. quedando alí mesmo estendido, sorpreendido e estônteado.  O motivo de non me tronzar o pulso da mán, foi que tinha pouca forza, por mor de estár a meia carga, ou tálvez menos, por isso non se cravou muniçón algunha.  Contudo, tivem de ir a Ponte lavar a ferida com água sublimada todos os días. 

manuel calviño souto