NIETZSCHE (A GAYA SCIENZA, GAI SABER OU POESIA) (15)

.IMG_1143

               No verán de 1881, descobre Sils-Maria, unha aldeia da Engadina suíça, pola qual ficaría fascinado e onde irá regularmente até ao seu colapso mental em 1888.  Em Sils-Maria, encontra a ispiraçón enquanto se passeia durante horas por lagos e bosques.  A claridade dos céus e o ar puro das montanhas proporcionam a Nietzsche a ocasión perfeita para alcançar “a grande saúde”, um estado de plenitude física, intelectual e espiritual que perseguirá obsessivamente durante o resto da sua vida.  Em tal estado, nesse verán terá, pela primeira vez, unha ideia que será crucial na sua filosofía posterior: o eterno retorno de todas as cousas.  A descoberta fá-lo-á sentir-se “a seis mil pés sobre o mar, e muito mais alto aínda sobre todas as cousas humanas”.  Pouco depois, descobre entusiasmado Baruch de Espinosa, o filósofo xudeo do século XVII, em quem encontra “um predecessor”, tanto polas sua ideias como pola sua personalidade (Espinosa foi um solitário empedernido que desenvolveu o seu pensamento fora da universidade).  A descoberta torna-lhe mais leve a solidón. Unha “solidón a dous”.  No início de 1882, os problemas visuais levam-no a encomendar a “bola de escrever” de Hansen, a primeira máquina de escrever produzida em série.  Nietzsche xulga que as teclas e a sua disposiçón, baseada nos movimentos de dedos dos pianistas, tornar-lhe-án mais fácil a tarefa de verter as suas ideias para o papel.  Dactilografía algunhas cartas e poemas, mas, pouco tempo despois, a máquina avaría e regressa à pena.  Nessa época, trabalha em “A Gaia Ciência”, um libro pensado como continuaçón festiva de “Aurora”.  Trata-se de unha tentativa de combinar o espírito iluminista e científico iniciado em “Humano” com a alegria e vitalidade do joglar (o seu subtítulo é “A Gaya Scienza” ou “Gai Saber”, o nome que os trovadores davam à poesia).  Ésta xovialidade assemelha o libro à “Carmen de Bizet”, unha ópera que Nietzsche tinha descoberto pouco antes, em Génova, e que chegará a obcecá-lo (vê-la-á unhas vinte vezes nos anos seguintes).  Nela encontra a antítese exacta do wagnerismo: luminosidade face à escuridón, lixeireza face à gravidade, sensualidade face ao idealismo, “mediterraneidade” contra xermanidade.

toni llácer

Deixar un comentario