.
Recordo de Lisboa, segunda vez. O día 9 de Xulho de 1914, polas três e vinte da manhán, tivem um sonho muito extranho, que tán pronto despertei se me esquecéu repentíssimamente. Partín ás 4,15 da manhán para Lisboa, onde cheguéi o día dez Terça Feira, polas 7,20 da manhán. Á noite do día 23, fún ó Campo-Pequeno, encontrando um rapáz que me enganou, decindo que iba trabalhar com el na descarga, que lhe pedía ó patrón, e tinha de estár alá ás 3 da manhán, e que o melhor sería andar de vixília, e comer algo xuntos. Despois, peguei no sono, e roubou-me 60 escudos, um relóxio, e unha cadena, o Spírito inmundo tinha-me molestádo fortemente. O día 26 de Xulho, fún para Xabrégas, trabalhar pró armazém de vinhos do Senhor Martins, botei 45 días, o Spírito… molestou-me, toda a noite, non sonhei nada e sobre a manhán, sonhei que estaba na Fraga e vía Isolina e a sua irmán escondendo-se de mím, mas de brincadeira e despois sorríron-me, mas Isolina estába desnuda completamente, avistei-lhe as pernas, os muslos, a natura (com pelos negros), logo fún xunto déla e abrazei-na amorosamente, mas sem fazer-lhe mal, conversámos unhas quantas palábras, e enseguída aparecerón uns poucos rapázes arredor de nós, e um puxo-se diante de mím e déla a mirar (facendo pártes finxídas), deitado no chán el solo. Eu quería retirar-me, mas tinha pena de Isolina, que quedába com mala xente, logo foise-me representando um sítio extranho, despois apareceu vestida, e quedou alí, eu retirei-me com suma pena déla. Despois, outra noite seguída sonhei com Guillermina do Bértolo, que ibamos por um caminho, eu á moda de brincadeira botei-lhe a mán porriba, e ela deixou-se cair no chán, como berregando e ó mesmo tempo como que quería chorar, a sua nái como que voltou para trás a cara, entón eu dixén que fora ela que se atirára para o chán. Este sonho, repetiu-se segunda vez. Outra noite, ven-me um pensamento sobre Buenos-Aires, que passára para lá o mar a nado. Mas estes sonhos, quase que se me esquecían, despois sonhei com o Coxo, a Teixucha, a Ganeca, Carmela, a Isolina que me dixéra adeus. Mas de unha maneira mais agradável, e non tríste como da outra vez. Sonhei com meu pai, três vezes sonhei com a Coruxeira, e sonhei com os meus companheiros de trabalho.
manuel calviño souto
Publicado en Uncategorized