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Mesmo medido com o metro dos antigos gregos, todo o nosso ser moderno, quando non é debilidade, mas poder e consciência de poder, apresenta-se como pura Hybris. É hoxe toda a nossa actitude relativamente á natureza. A nossa violaçón déla, com axuda das máquinas e da tan irreflêxiva inventíva de técnicas e enxenheiros (…). Hybris é a nossa actitude relactivamente a nós – pois connosco fazemos experiências que non faríamos com nenhum animal, e satisfeitos e curiosos, dilaceramos a nossa alma em carne viva. Que nos importa xá a nossa “saúde” da alma! (111,9,131-132). E comenta Vattimo: Mas experiência sobre alguém, experiência extrema, é também a hipótese, a ideia a “descoberta” do eterno retorno, com todo o seu alcance disoluctivo (…). Os predicados de unidade e “ultimidade” do eu que a tradiçón filosófica nos transmitiu, como último baluarte da certeza (do “cogito” cartesiáno á razón kantiana) acabam por ser todos questionados. A consciência de sí, sobre a qual se fundam as nossas concepçóns do eu, non é em absolucto um carácter essencial, primeiro ou fundamental do homem (…). Porém, um homem que se aperceba de que é um efeito de superfície e que faça consistir a sua própria saúde precisamente nesse conhecimento, non podería certamente ser um “eu” forte, potenciádo, como muitas vezes se considerou o “trans-homem”; pelo contrário, é problemático se aínda lhe pudermos chamar, em qualquer sentido, “suxeito”. E da mesma forma em relaçón á história, unha vez que ésta estexa esvaziáda de fundamento e feita a crítica do tempo linear. Por isso, acaba por ser muito eloquênte para Vattimo aquéla outra passaxém da Segunda Consideraçón intempestíva: “o homem da nossa época passeia-se como um turista pelo xardím da história; considéra-a um armazém de máscaras teatráis, que pode usar ou abandonar a seu bel-prazer.”
teresa oñate e brais g. arribas
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