Arquivos diarios: 17/05/2018

AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (45)

.

               Ideia de Embarcar.  O día 24 de Maio de 1914, eu pensaba embarcar, e xa tinha um fiador e os papeis correntes do Serviço Militar.  Acto seguido, deu-me unha dor de cabeza enormíssima, que com grande trabalho fixem passar á forza de exorcísmos.  Conselho do adivinho.  Nestes días fún a Fornélos, e dixo-me o seguinte: “a embarcar, non te aconselho, mas que te vaias.”  Perguntei-lhe, se morrería, e dixo que non…  mas que, muita xente, tería gosto de me ver mal, e empáta-me a viaxe.  As ideias de noite, quando pensas nunha cousa, e quanto mais firme é, á manhán quebran-se as ideias, as forzas e a fé, xá nada fás do dito e do pensado.  Sonho com a Sibylla.  O 26 de Maio de 1914, pola noite, tivem um sonho y algo se me esqueceu, tivem unha aspiraçón de sentido com a Sibylla de Ponte (C.), é decir, non a vín, só me foi o pensamento para alí, pensei no barulho que tivém com ela (vexa-se, pag. 53 berregar).  Sonhei com Vidal de Vilacoba, que me quería pagar e, com este medo non lhe entréi no Portal, ó marchar ouvín a sua voz que decía: “non almorzamos, Manuel non almorzamos”.  E isto tudo sonhado com o pensamento, pois non cheguei a vê-lo em imaxém, e nésta noite, o Spírito molestou-me algo.  O 28 de Maio de 1914, era o día desenhado para me afianzar, e a minha nái endemoniou-se, e eu com dor de cabeza.  

manuel calviño souto

TOLE, CATOLE, CUNETA.

.

               Non há dúvida que o nosso único paraíso é a infância; e non está menos claro que a infância é unha pátria irremediabelmente perdida sem possibilidades de recuperaçón. Dicem que manter certas zonas da nossa personalidade incontaminadas e virxens conduce á felicidade, mas eu non estou seguro.  Mais que um estado, a inocência é um sentimento e como esse sentimento se proxecte sobre os demais pode ser a felicidade ou pode ser o desástre.  O que parece induvitábel é unha tendência nostálxica a buscar raízes que estabilicem a nossa sensibilidade convulsa.  Esse exercício do recordo, sim que produce unha sensaçón de bem estár, melancólica, vissionária e transitória.  Pretendemos, com isto, unha rexeneraçón do gastado tecido da nossa vida.  Aínda que só durante uns minutos, vale e é benéfico;  trái-nos a ilusón de que voltamos a ser os de antes, os de fái tantos anos.  Escribindo este libro sobre os xogos da minha infância, non voltei a ser neno; mas reconhecim-me a mím mesmo.  E nón digo que me tenha recuperado porque séi que eu son irrecuperábel.  Nas vaporosas cláves daqueles lonxanos anos están seguramente muitas das minhas cláves actuais.  Supondo que um, a éstas alturas, tenho todavía cláves.  Essas mesmas sensaçóns que eu percibím quixera que percibiram os que lean este libro; os da minha idade, reconhecendo-se nos protagonistas e partícipes destes xogos; e os nenos que as desconheçam, descubram que a imaxinaçón pode sobrevivir, á penúria, á indiferênça e ó aburrimento.  Xuntos ós xogos daquél ruralismo dos anos cinquenta, puxém algunhas estampas da vida, circunstância que axudarom, se non a compreender, sim a explicar aqueles anos; son esses capítulos intermédios com subtítulo específico e baixo o xenérico comúm da “vida”.  A agrupaçón por modalidades afíns fixo que apareçam entre os infantís alguns xogos de maiores;  non é um capricho.  Estes xogos também eran xogos de nenos, só que os maiores os practicavam com mais paixón e contundência.  Non presto atençón ós xogos de pelota ou de corda (a comba, por exemplo) por estár bassados, fundamentalmente, em letrinhas e cançóns muito diversas que, talvéz, ocuparíam outro libro.

javier villán e david ouro