Arquivos diarios: 26/04/2018

GIANNI VATTIMO (ANOS DE APRENDIZAXEM)

.

               Gianni Vattimo nasce a 4 de Xaneiro de 1936, no mesmo ano em que aparecem duas das obras mais emblemáticas para a filosofía e, em particular, para a estéctica: “A Orixem da Obra de Arte”, de Heidegger, onde o filósofo alemán defende a tese de que a arte é o lugar do acontecer (Ereignis) da verdade “ontolóxica” (Alétheia: “des-encobrimento”, chama-lhe Heidegger em grego) e histórica; e “A Obra de Arte na Era da sua Reproductibilidade Técnica” de Walter Benjamin, um filósofo xudeu de caríz marxista e próximo da Escola de Frankfurt, cuxa defesa dos mais fracos, irá aparecendo, de forma cada vez mais explícita, no pensamento de Vattimo.  Dous pensadores, Heidegger e Benjamin, que marcarán de maneira decisíva o filósofo de Turim ao longo de toda a sua produçón. Assim, nem tudo é de lamentar nesse 1936 do dealbar da atroz guerra civil espanhola, embora, pela sua própria memória autobiográfica, a infância de Vattimo também tenha sido marcada pola experiência da guerra, que veio xuntar a sua tristeza á dor pela morte do pái,  Rafael Vattimo (um emigrante que era polícia), quando o pequeno Gianni tinha dezasseis messes de idade.  A partir de entón, o núcleo familiar foi constituído pola sua nái, Rosa, pola irmán mais velha, Liliana, e pela tía Anxelina.  As três mulheres eram operárias assalariadas, e a tía Anxelina, que era solteira, despertava em Vattimo unha profunda compaixón ao achar que ninguém guardaría na sua memória a vida insignificante e silente daquela pobrezinha cheia de ternura. Com a guerra, a família abandona Turim e muda-se para a Calábria, de onde o pái de Vattimo era natural.  Alí, no campo, encontraríam qualquer cousa para comer.  Quando Gianni tem cinco anos, a família regressa a Turim, onde o pequeno será alvo de unha cruel troça por parte dos colegas de escola, por falar frequentemente com expresóns calabresas. No entanto, mais tarde tornar-se-á, ano após ano, no “primeiro” da turma, o que lhe permitirá obter algunhas bolsas de estudo, com axuda da Igrexa e da Acçón Católica e ir para a universidade.  Apesar dos seus sucessos escolares, e segundo as suas próprias declaraçóns na sua autobiografía (Non Essere Dio), nunca conseguiu libertar-se de unha insegurança quebrantada: “As minhas orixens son éstas.  As raízes do Sul.  Um pái emigrado. Unha pobreza digna.  Eu, um menino meio órfan(…) que tinha nascido na classe baixa:  tipo de xente que se afadigava da manhán á noite.  Conheço desde o início, demasiado bem, a minha família e a minha própria inseguranza. Vi a guerra, vivi a guerra e lembro-me déla; em 1939, tinha três anos, nove em 1945.”  Xá no secundário o xovém Vattimo inclina-se para o estudo da filosofía que frequentará no Liceu Gioberti (fora da sua escola), pela mán do “neoescolástico”  monsenhor Pietro Caramello, que entón preparava unha ediçón da obra de Santo Tomás de Aquino, para a Editorial Marietti, e a quem Vattimo dedica sentidos elóxios. 

teresa oñate e brais g. arribas