Arquivos diarios: 09/04/2018

AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (38)

.

               O 13 de Agosto, ó deixar o trabalho 6,38 da tarde, quase aínda de día, vinhem polo regueiro das Varxas, alí acometeu-me da mesma maneira, só que um pouco menos de tempo.  O 15 de Agosto de 1912, ó vir das vísperas de Mouriscados, a cousa mala acometeu-me uns poucos passos ó passar a mina, desde este día, quedei com medo todas as noites em xeral.  O día 20 de Agosto de 1912, ó chegar á casa encontrei a minha querida cadela, cheia de choros e suspíros, e tamém de lodo, mas ó mesmo tempo contenta com a sua victória.  O día 6 de Septembro de 1912, fún a Ponte, e neste mesmo día voltou a desaparecer, a dita cadela até hoxe…  A cousa mala, tratou de me molestar de noite na cama ó dormir e tamém desperto. Despois tratou de me molestar, em todas as esquinas, onde eu estivéra, aínda que fora com companhía, quedando exânime no meio dos companheiros.  Sentía um calor inmenso, mas um calor extranho, que me punha tonto da cabeza, se exorcisaba vinha aquel vaho, que parecía que estaba num forno ardendo, e era obrigado a parar, até que cheguei a chorar.  Dormía com a luz acendida para que abracásse um pouco, mas mesmo así tinha impulsos que me mataban, unha noite gritéi em alta voz: ¡¡Adidios!!  ¡¡Mimadrinha!!  Até que, a minha nái me vém acudir, e até os vecinhos ouviron.  Tivem que recorrer ó “Corpo Aberto”,  Sybilas, etc…  Das quais, ninguém me daba remédio, e os remédios que me daban, nón surtían efeito, a cousa chegou a molestar-me até de día, eu xá contaba com unha morte certíssima.  Dormía com a luz acêndida toda a noite, e com tudo, me fixo passar a influência para o sexo femenino, o beber vinho, interrompía-me o sono, etc…  Asaltában-me sonhos malígnos a ponto de morrer de um letárgo ou catalépsia.  Despois, fún serrar para San Pedro, eu e um antigo companheiro Carracedo,  días despois, comecei a cair doente.    

manuel calviño souto