A QUESTÓN DA DIFERENÇA (O PROBLEMA DA FALA)(O DIFERENDO)

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               Como vimos no capítulo anterior, a questón da linguaxem torna-se um elemento de análise central em Lyotard.  De facto, para criticar a imposiçón dos relatos monolóxicos (os de caríz cientificista que pretendem descrever a realidade tal como ela é e defendem a existência de unha linguaxem universal, matemática ou axiomática, capaz de expressar as léis da natureza e que impón a sua ordem por todo o lado) torna-se necessário revelar a sua falta de lexitimidade, e manifestar que non existe unha única linguaxem válida capaz de expressar a autêntica racionalidade humana mas que, pelo contrário, existem tantas linguaxens que é impossível englobá-las num único idioma que as represente a todas.  Apelando ao segundo Wittgenstein, mas também ao Kant da terceira e da quarta crítica, Lyotard entende que existem inúmeros xogos de Linguaxem heteroxéneos entre sí, com regras de formaçón diferentes com os quais se pode elaborar um sem-fim de xéneros de discurso e de rexímes de fráses incomensuráveis, visto que non possuímos unha regra externa, obxectiva, capaz de elucidar qual é mais válido do que outro.  Esta abordaxem permite-lhe elaborar unha defesa da “diferença”, isto é, da pluralidade e da diversidade, que nón apenas se deve remeter ás linguaxens ou ás racionalidades, mas que é extensível ás formas de percepcionar, compreender e interpretar o mundo e, assim, aos modos de vida axustados a eles.  Desta forma, torna-se patente que Lyotard mantém um profundo interesse ético e político nas suas obras, mas, agora  nunha óptica muito diferente da marxista, pois sai em defesa dos silenciádos, dos marxinalizados ou afastados da história, a quem non foi permitido expressar ou fazer ouvir nela a sua voz.  Quando se teoriza relativamente á variedade dos xogos da linguaxem e da ausência de unha lei racional externa que se lhes imponha, que os regule e os delimite, está a fazer-se, ao mesmo tempo, unha defesa da alteridade incomensurável na ordem práctica, que defende, mais do que a estabilidade do consenso imposto pelo mais forte (no nosso contexto a imposiçón vem pela man do relato capitalista, que torna tudo o que existe num obxecto intercambiável no mercado, cuxo único valor é, precisamente, o de troca), o desacordo criativo e proliferativo em que as diversas comunidades humanas participam.  Lyotard entende, portanto, que existe unha maior “positividade” na defesa da diferença (retomando a questón do desexo como enerxía intensiva que procura a sua descarga, mas que nón se detém em nenhúm obxecto em concreto) e da sua instável estabilidade, do que na segurança do equilíbrio supostamente assegurado por unha ordem racional permanente que é preciso encontrar e realizar.  Dito isto, Lyotard desenvolve a análise da diferença naquele que talvez sexa o seu livro de filosofía mais importante:  “Le Différend”, publicado em 1983.

teresa oñate e brais g. arribas

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