NIETZSCHE (O UNIVERSITÁRIO) (5)
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Despois de escrever um trabalho em latim sobre Teógonis, poeta grego defensor do aristocratismo, Nietzsche termina a escola secundária em 1864. Nesse mesmo ano, movido pela possibilidade de ir viver com o seu amigo Deussen, muda-se para Bona onde inicia estudos universitários de filoloxía clássica e, cumprindo os desexos da nái, também de teoloxía. Após o rexime monástico e militar do coléxio interno de Pforta, aquele rapaz de apenas vinte anos vé em Bona a oportunidade de unha aprendizaxem mais vital do que académica. Num primeiro momento, Nietzsche abre-se à despreocupada vida universitária: faz parte de unha associaçón estudantil, frequenta tabernas, fuma, bebe e acaba até ferido, despois de se bater num duelo de esgrima com um membro de um grupo rival. No entanto, rapidamente chega à conclusón que essa vida tresloucada atenta contra a sua verdadeira natureza, alérxica a qualquer forma de gregarismo, sendo invadido pela tristeza. Nos dias de Bona teve lugar um conhecido acontecimento. Aparentemente, nunha ida a Colónia e ao tentar encontrar um restaurante que lhe tinham recomendado, Nietzsche acabou. por engano (?), num prostíbulo. Petrificado perante as propostas deshonestas que várias mulheres lhe fizeram, o xovem Fritz acalmou a sua ansiedade começando a tocar num piano que alí havia e, acto contínuo, saia escopeteado daquel lugar. Apesar de a história ter servido para que o seu amigo Deussem afirmasse a sua castidade (dirá mulierem numquam attingit: “nunca tocou nunha mulher”), o mais provável é que Nietzsche voltasse a pisar locais desse tipo para algo mais do que simplesmente improvisar acordes ao piano. Um facto que apoia esta hipótese é que, uns meses depois, Nietzsche foi submetido a vários tratamentos contra a sífilis, cuxa fase final de desenvolvimento pode afectar gravemente o sistema nervoso, foi a explicaçón médica oficial para a loucura que o atacaria mais de duas décadas depois (“caso que o informe do médico sexa verdadeiro.”). O período de Bona é de apertos económicos e dívidas; apesar disso, Nietzsche non está disposto a renunciar a um piano de aluguer nem à vida cultural que a cidade lhe proporciona. Questiona-se, entón, sobre as crenças relixiosas que tán precocemente desenvolvera. Apresentam-se-lhe, de modo mais irreconciliável do que nunca. dous caminhos: “Se queres alcançar a paz de espírito e a felicidade, entón crê; mas se queres ser um discípulo da verdade, entón investiga”, escreve à sua irmán. Perante tal disxuntiva, Nietzsche opta por abandonar a teoloxía e envereda pela filoloxía, escolha que o obriga a dar sérias explicaçóns à sua nái. Assim, após unha série de novas e intensas dores de cabeza e reumáticas, nos finais de 1865 escapa da medíocre vida estudantil de Bona e, seguindo os conselhos do seu amigo Gersdorff, muda-se para Leipzig, para continuar o curso de filoloxía clássica. Nos quatro anos seguintes, Nietzsche completará um formidável currículo como filólogo: publica ensaios e recensóns em revistas especializadas, participa activamente na Associaçón Filolóxica e um dos seus trabalhos ganha um prémio da universidade. Apesar das muitas horas dedicadas ao estudo, terá tempo para usufruir da vida social em cafés, salas de concertos e teatros, sentindo, por fim, a agradável liberdade de estudante universitário.
toni llácer
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