A DERIVA FREUDIANA (XI)
.
A deriva freudiana focaliza-se na questón do suxeito, debate que está no centro da practicamente totalidade da filosofía contemporânea. Mergulhando as suas raízes em Nietzsche, e passando pela tradiçón fenomenolóxica, hermenêutica, estructuralista, pós-estructuralista, desconstructivista e, claro, psicanalítica (apesar das fronteiras entre estas correntes seren difusas), o problema da subxectividade caracteriza um dos elementos que melhor definem a distinçón entre modernidade e pós-modernidade. Esta última tem unha marcada orientaçón anti-humanista, desconfia profundamente da noçón moderna de suxeito e entende que é obrigatório repensá-la, pelo menos para reduzir a violência que a acompanha e manifesta. Lyotard apoia-se em Freud para redefinir a subxectividade, análise que recorre ao vocabulário psicanalíctico mais doucto, onde a categoría de desexo passa a ocupar um lugar central. Na análise que o nosso autor faz da categoria de desexo, podemos reconhecer a influência de Espinosa e Nietzsche, pensadores que, à sua maneira e no contexto das suas filosofías, entenderam existir unha forza imanente ao vivo que tende para a plenitude. Para eles, o desexo, lonxe da concepçón que a via como um impulso negativo, e que enfactizava a dimensón de falta ou ausência do que non se possui e que implica sofrimento (dada a frustraçón de nunca o poder preencher plenamente), é entendido como unha potência afirmativa e criativa. A voliçón é unha enerxía que actua como motor das acçóns dos seres vivos, levando-os até ao limíte das suas capacidades. É desta forma que o desexo se impulsiona activamente, pugnando por superar os diversos entraves que causam obstáculo ao seu pleno desenvolvimento. Em “Economie Libidinale”, Lyotard, de um modo semelhante à perspectiva positiva e criativa do desexo que Deleuze e Guattari defendem no “Antiédipo”, descreve o desexo como unha enerxía que transita, um fluxo marcado por diversos níveis de intensidade e de inter-relaçón que acontece para lá da sua localizaçón ou concretizaçón num suxeito e num obxecto determinados. (…) De facto, é a indefiniçón, a falta de estructura formal reconhecível, que mantém intacta a sua capacidade libertadora, motriz, “incessantemente criativa”. O desexo “derrama-se”, estende-se de forma ilimitada, além das acçóns conscientes dos suxeitos que o ponhem em xogo ou das direcçóns a que aspiram. O desexo e os seus fluxos son impossíveis de antecipar e consequentemente, son dificilmente domináveis. Por isso a voliçón pon o “acontecimento” em causa.
teresa oñate e brais g. arribas
Esta entrada foi publicada en
Uncategorized.
Ligazón permanente.