Arquivos diarios: 01/03/2018

NIETZSCHE (O GRANDE ALQUIMISTA) (4)

.

               Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu no día 15 de Outubro de 1844, em Röcken, unha pequena cidade alemán. Parece pouco provável que a sua família descendesse dunha linhaxem de nobres polacos (os Niëzky), por muito que o filósofo gostasse de afirmá-lo num duplo afán aristocrático e antialemán. A família Nietzsche era muito relixiosa, e tudo indicava que o pequeno Fritz, tal como o seu pai e os seus dous avôs, viesse um dia a ser pastor (o equivalente ao sacerdote católico, na relixión protestante).  Teve de confrontar-se com a experiência da morte muito cedo: em 1849, falece o seu pai, víctima de doença cerebral, e meses despois morreu o seu irmán mais novo.  Em 1850, após a chegada de um novo párroco para ocupar a vaga que o seu pai tinha deixado, a família (composta por Friedrich, o único e mimado varón, a irmán Elisabeth, a nái, duas tías solteiras e a avó) vê-se obrigada a mudar-se para a cidade de Naumburg.  Na escola local, Nietzsche chama à atençón por ser um alumno particularmente sério e responsável, comezando assim a cultivar a fama de ave rara que o perseguirá durante toda a sua etapa de estudante.  Um episódio dessa época mostra-nos bem o seu carácter.  Um día, no final das aulas, caiu unha batagada e todas as crianças correram em alvoroço para as suas casas. Fritz, porém, chegou mais tarde, completamente encharcado, caminhando solinho e a passo lento.  Despois da reprimenda da nái, a criança replicou que se tinha limitado a cumprir a normativa escolar, que obrigava os alumnos a abandonar a escola de forma ordeira e sem sobressaltos, acontecesse o que acontecesse.  Tan assombroso sentido do dever era acompanhado por unhas convicçóns relixiosas igualmente impróprias para a sua idade.  Embora nos possa parecer estranho, aquele que no futuro se tornará o máximo flaxelo teórico do cristianismo, o filósofo que nos seus últimos dias lúcidos acreditará ser a encarnaçón do Anticristo, foi de facto unha criança muito devota.  Tanto assim é que os seus compaheiros lhe chamavan “o pastorzinho”, vendo nele a continuaçón natural do seu defunto pai.  Aos dez anos recebe unha bolsa para ingressar no prestixiado coléxio interno de Pforta.  Aí recebe unha sólida formaçón humanista num ambiente selecto.  Durante os seis anos seguintes leva a cabo unha intensa actividade cultural: entranha-se nos clássicos gregos e latinos, entusiasma-se com Hölderlin (o grande poeta alemán que morrera submerso na loucura e que, por aquela altura, quase non gozava de prestíxio), funda unha associaçón artística chamada Xermania e continua a escrever poemas e numerosas peças musicais.  Será, de um modo xeral, um bom estudante, embora ache a matemática demasiado linear e aborrecida.  Ganha também unha rexeiçón com relaçón ao espírito alemán (“quanta cervexa há na intelixência alemán!”, exclamará). 

toni llácer

AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (29)

.

               O día 20, tiven um sonho muito malo, e o Spírito fixo-me gritar alto, e non decia senón:  Ah!  Xesus; parecia que me obrigaba a gritar así, sem eu querer.  O 21, tiven mil sonhos malos, pola manhán colhin a escopeta e fún à caza, ó chegar à casa, polas 8,30 unha visón.  Sonhei que estaba na xanela e era de noite, via tudo escuro e estaba blasfemando contra Deus, e contra Cristo.  Ó despertar, molestou-me o Spírito malo.  Pola unha da noite, voltou a molestar-me fortemente, impedindo-me o sono, pelo que me levantei ás 6,20 da manhán, todo despavorido e molestado.  O día 21 de Xulho de 1911, hora das 12 do meio día, tiven outra Visón.   Sonhei que estaba eu num sucalco e estaban dous rapazes labrando nel (Motre e o seu cunhado), despois foron-se, eu também, e ós poucos momentos encontrei-me nunha casa:  decia eu, é a casa da minha amada, porque eu estava com desexos de a ver, falaba unha mulher comigo que non conhecín, a mulher marchou chamando por mim, avistamos ó lonxe unha casa caleada, alta, e a ela nos diriximos, ó sair pola porta, entón, conhecín unha mulher (a do Manuel da Renga), e fomos por vários carreiros e regatos até à dita morada, ó entrar, no quinteiro, avistei variada xente, e vendo o ente querido dixen – Ah…  é a casa da minha amada…ó momento desperto, e estaba sobre mim o Spírito.   Outro día sonhei que andaba por vários montes e ó chegar à casa, vin a minha querida avó com unha gravíssima enfermedade (q.e.p.d.), sentindo eu as queixas e os lamentos dela em chorosa voz, o sonho levou muitas voltas que xa non recordo.  O meu ente querido, o 16 de Xulho de 1911, tinha ido à festa de Uma, e sem saber quem era, pois xulgava ser outra, chamei-a a bailar, e logo vexo que era o meu ente querido (Pra), ó vir prá casa, por acaso, vem comigo e com outras raparigas, mas votou-me a mim um cântico, que me esqueceu, mas queria decir que fún o primeiro que aspirei ó seu amor, demorei um pouco no seu portal, dando-me palabra para o Domingo seguinte no rosário, e xa non a vin, porque non foi.

manuel calviño souto