NIETZSCHE (MÁSCARAS) (3)

.

               Depois de um capítulo biográfico, emprende-mos um percurso pela filosofía nietzschiana, graças a unha série de máscaras.  Nietzsche, decidido a fazer de si mesmo unha personaxem filosófica única, foi um mestre do disfarce.  “Tudo o que é profundo ama a máscara”, disse.  O seu enorme bigote, como refere Deleuze, deve ser entendido como unha primeira mostra da sua propensón para mascarar-se.  O livro estructura-se, concretamente, a partir de três máscaras ou personaxens:  Dioniso, Zaratustra e o Anticristo.  A primeira máscara serve ao xovem Nietzsche para se adentrar na antiga Grécia e, a partir daí, realizar unha crítica demoledora da cultura moderna.  Assim, o capítulo dedicado a Dioniso apresenta as chaves da sabedoria que a obra da arte tráxica foi capaz de transmitir ao povo grego.  Para Nietzsche, este tipo de sabedoria é valioso porque, ao contrário do conhecimento científico-racional, trata da dimensón “dionisíaca” e problemática da existência.  O capítulo seguinte ocupa-se de um enorme acontecimento:  “Deus morreu”.  Para Nietzsche, Deus representa a “metafísica”, a maneira de pensar que domina a cultura occidental há dous mil e quinhentos anos e que nos arrastou para unha situaçón de “nihilismo”.  O profecta Zaratustra será quem nos vai indicar como superar a metafísica  e o nihilismo, graças à doutrina do “eterno retorno” e ao anúncio do “super-home”.   O último capítulo é dedicado ao Anticristo, a máscara com que Nietzsche apresenta o seu proxecto de “transmutaçón de todos os valores”.  Este proxecto baseia-se nunha concepçón da vida como “vontade de poder”, unha nova maneira de entender a condiçón humana que nos obriga a repensar a nossa relaçón com a linguaxem e com o próprio corpo.  A transmutaçón nietzschiana começa por desmontar todos os valores morais, através das ferramentas do “perspectivismo” e da “xenealoxía”.  Após esta labor, Nietzsche defende unha moral aristocráctica como alternativa aos valores cristáns e igualitaristas.  Estas três personaxens seguem unha certa lóxica temporal e podem identificar-se com as correspondentes etapas na obra de Nietzsche:  Dioniso seria o seu disfarce de xuventude, Zaratustra. o da maturidade, e o Anticristo, o da sua apoteose final.  No entanto, o filósofo utiliza frequentemente estas três máscaras de modo indistinto, e, por isso, ao longo deste texto, serán também, em grande medida, intercambiáveis.  Afinal de contas, os milhares de páxinas que Nietzsche deixou escritas bem podem ser interpretadas como sucessivas variaçóns em torno de um único tema: o amor à vida, Dioniso, Zaratustra e o Anticristo son três máscaras sob as quais Nietzsche tenta combater todas as ideias que retiram valor à vida no nosso planeta.  Três máscaras que sintetizam o esforço colossal de um home para conseguir que o pensamento sexa capaz de acolher a pluralidade, o devir, a contradiçón, o caos e o acaso.

toni  llácer

Deixar un comentario