Arquivos diarios: 19/02/2018

SOCIALISMO E CAPITALISMO SON IGUAIS SE SE TORNAREM REXÍMES DIRIXISTAS.

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               O socialismo e o capitalismo edificaram-se como sistemas que minimizam o “desexo”, a carga libidinal que motiva a acçao humana, a qual se reprime nas sociedades de controlo exaustivo das vidas.  O erro do capitalismo é igualar “desexo” e “consumo”, e reduzir outras esferas muito mais importantes da vida humana.  Deste modo, muitos indivíduos rexeitam o sistema de vida imposto e sentem-se como autênticas anomalias dentro do esquema de vida pensado para eles:  “educar-se para trabalhar”, “trabalhar para consumir”,  “consumir para ser feliz”.  Por isso, reclama-se a relevância de libertar o desexo além da prisón da lei do valor de troca, do fetichismo da mercadoria, onde a felicidade se entende a partir da posse de obxectos materiais.  Porém, Lyotard, cuxo obxectivo principal é a libertaçón do desexo, tropeça com unha possível aporia:  para que o nosso modelo de vida suxerido non se torne um absolucto igualmente autoritário, a sua alternativa (aquela que accionar o desexo) deve ficar definida de unha forma abstracta e imprecisa.  Portanto, com base nisso, é possível colocar questóns como as seguintes:  ainda podemos confiar nas organizaçóns políticas?  Será que unha política de esquerda (entendida como antiautoritária, emancipatória, libertária, etc.) non acaba por ser opressiva  ao articular-se num determinado rexime normativo?  Está condenada a desaparecer “a política de esquerda” para evitar trair-se a si própria?  Esta dificuldade leva o filósofo françês, em textos como “Nanterre, aquí, agora”,  a suxerir a necessidade de articular acçóns non programadas, expontâneas, do “acontecimento” (um “relâmpago” que modifica o destino do espaço-tempo estabelecido), que, na práctica, leva a defender unha revoluçón interminável e contínua, o que promove unha estabilidade instável de um sistema litixioso que, permanentemente em desacordo se pon em xogo revelando as formas  autoritárias de ser, pensar ou comportar-se.  A organizaçón racional, o cálculo, a previsón, como práctica revolucionária, integra as estratéxias mais reconhecidas dos sistemas disciplinares de que pretende escapar.  Portanto, a lóxica revolucionária deve ser imprecisa, difusa, disposta a actuar em qualquer momento ou lugar.  A partir destes obxectivos expostos esquemáticamente, devemos entender o fundamental de Lyotard , que associa Marx e Freud revendo as suas concepçóns de maior relevo.  A metodoloxia de investigaçón que se suxere para o estudo de Marx e Freud, e a partir de agora para todos os seus temas de reflexón, non poderá ser nem  a científica de cariz positivista, nem a dialéctica determinista (que subxuga tudo o que existe num processo unitário), unha vez que estas pretendem encontrar a verdade obxectiva que explica os fundamentos, as essências ou as características necessárias do seu obxecto de estudo.  Esta actitude aproxima a ciência da relixión, pelo que verdade e dogma ficam estreitamente ligados.  Por isso, propon-se, por outro lado, levar a cabo unha “deriva”.  Só assim lhe parece possível escapar á lóxica do poder-saber.

teresa oñate e brais g. arribas