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Mesmo restrinxindo-nos ao âmbito da filosofía e non tendo agora em consideraçón as declinazóns da pós-modernidade em literatura, arquitectura, história, antropoloxía, direito, politoloxía e, em xeral, em todas as ciências sociais: mesmo que nem consideremos agora a pós-modernidade como época político- económica de consolidaçón global do capitalismo (com marcos de diferente simboloxía, como o Maio de 68, a queda do muro de Berlim em 1989, as guerras do Golfo, do Iraque e tendencialmente do Irán, etc… vide a cronoloxía), deparamo-nos com um panorama filosófico impressionante. Durante os anos quarenta e cinquenta, o segundo Heidegger (após a “volta ou retorno; kehre” do seu pensar, em meados dos anos trinta) tornou-se um autêntico pioneiro graças a obras como “Carta sobre o Humanismo, Conferências e Artigos ou Identidade e Diferença; mais tarde, em 1961, publica os seus dois volumes sobre Nietzsche e instaura assim a crítica filosófica pós-moderna á modernidade racionalista, á burguesia e, ao capitalismo (como alteraçón e de-limitaçón da violência de unha modernidade desmesurada). E quase a seguir culmina a sua obra, pois o arco que iniciara o primeiro Heidegger em 1927, com o seu “Ser e Tempo”, deslocou-se agora até ao espaço (temporal) da linguaxem do ser com o texto da conferência “Ser e Tempo” (1962). Nessa época, em 1960 Hans-Georg Cadamer publica “Verdade e Método”, por onde flui e, se consagra a corrente hermenêutica como crítica do Iluminismo; em 1966, surxe “As Palavras e as Cousas”, de Michel Foucault, que abre o caminho pós-moderno ao pós-estructuralismo, e Jacques Derrida publica quase em simultâneo “Da Gramatoloxía” e “A Escritura e a Diferença” em 1967, com que inícia o “desconstructivísmo”. A estas obras seguem-se outras como “Diferença e Repetiçón” (1968), de Gilles Deleuze; “Vixiar e Punir” (1975), de Foucault; “Mil Planaltos” (1980), de Deleuze com Félix Guattari; “Império” (2000), de Negri e Hardt; e um inesgotável elenco de obras, conferências, artigos e autores cuxo teórico-crítico, tan rigoroso como criativo, se pode incluir nas três correntes mencionadas: a hermenêutica, o pós-estructuralismo e o desconstructivismo (sem esquecer as suas diferentes combinaçóns com outros movimentos teóricos de longo alcance como o “neopragmatismo” americano ou o “feminismo da diferença”, entre outros). Estas som algunhas das correntes que, ao longo de mais de cinquenta anos (desde meados do século XX até aos nossos dias), conseguem criar um mapa filosófico vivo, extremamente dinâmico, cambiante e muito criativo. Um rico arco filosófico que se estende graças á integraçón das obras de Jean Françóis Lyotard e Gianni Vattimo. Desta forma o mapa das correntes da pós-modernidade filosófica obtém o relevo de unha autêntica “Idade de Ouro” para a filosofía na pós-modernidade, apenas comparável com os grandes auges do Idealismo alemán, do Barroco, do Renascimento, do Medievo ou da filosofía grega durante a época clássica e arcaica, e cuxos frutos son lidos agora pelos filósofos pós-modernos de outra forma, prestando atençón ao non dito e non pensado, ou ao colonizado ou silenciado em todas essas obras de arte que chegaram até nós como unha retransmisón de ecos e passos e cuxa diferença nos constitui e nos permite discutir o perentório do presente hexemónico: distorcê-lo, ironizá-lo, deslocá-lo. Deste modo, nasce a “filosofía pós-moderna da diferença e da alteridade”, que o próprio Lyotard baptizou após publicar “A Condiçón Pós-Moderna” (1979) e “O Pós-Moderno Explicado ás Crianças” (1986), e que atinxe a seu zenit no que se refere á difusón mediática com “As Aventuras da Diferença”, “O Fim da Modernidade” ou “Il Pensiero Debole” (O Pensamento Débil), de Vattimo.
teresa oñate e brais g. arribas
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XACIMENTO ARQUEOLÓXICO GA36042O13
MÂMOA Nº1DAS CHANS DO CAMPO DO MOURO
É a melhor conservada de todas as mâmoas deste grande campo de enterramentos megalítico. Está situada no Côto do Foxo, e presenta o característico crácter de violaçón, o que nos leva a pensar, que xa alguém andou metendo aquí os narizes (parece ser, que em tempos passados, um dos reis de Espanha, levado pela cobiça, vendeu o monopôlio a outro ladrón, para que violara todas as mâmoas da Galiza), e poido muito bem ser nessa época quando as mâmoas foron abertas. A só existência da necrópolis, suporía unha concentraçón de poder, e de xentes dedicadas ó culto dos mortos. Estes centros cerimoniais e relixiosos, atraíam unha camarilha comercial que xerava riqueza nas zonas circundantes. E, penso que seria possivelmente o campo de mâmoas, que xeraría o nome moderno de “Campo do Mouro”. Facendo-se o lugar com fama entre os ântigos, e que non é casual, que houvera várias bruxas activas no entorno do lugar, xa na nossa época “civilizada”. Incluso, Prudêncio Sandoval o nomea na sua famosa obra “Antiguidade da Cidade e Igrexa Catedral de Tui”, como uns enterramentos arcaicos sitos nesse remoto lugar. Habería que polas em valor, mas para isso temos de esperar pelo tempo oportuno, pois na actualidade carecemos da capacidade suficiente para tal empressa. Agora, há que ir tirando, e centrar-se em mantelas limpas de arboredo e vexetaçón circundante, ailhando-as com unha protecçón, sobre tudo para maquinária florestal pesada.
a irmandade circular
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Nem sequer sei isto: que non sei nada. Suspeito, sem embargo, que nem eu, nim os outros. Sexa o meu estandarte esta proposiçón, que aparece como a que debe seguir-se; nada se sabe. Se soubera probá-la, concluiría com razón que nada se sabe; se non soubera, tanto melhor, pois, isso era o que afirmaba. Mas acaso dirás; no caso de que saibas probar, deducirá-se o contrário porque entón sabes algo. Non obstante cheguei á conclusón contrária antes que tú arguíras. Xá começo a embrolhar o assunto; disto mesmo, segue-se sem mais que nada se sabe. Talvez non entendas e me chames ignorante e enrredador. Tú falache verdade. Pero eu melhor do que tú, porque non te deches conta. Por conseguinte, somos ignorantes os dous. Logo concluiste sem sabê-lo o que eu buscaba. Se logras entender a âmbiguidade da consequência, visto claramente que nada se sabe; mas, se non. pensa, distingue e resolve-me a dificuldade. Aguza o inxénio. Continuado. Leve-mos o assunto a partir do nome. Pois para mim toda definiçón é nominal, como quase toda a questón. Explico-me. Non podemos conhecer – ó menos eu – a natureza das cousas. Se dixéras que tú sim, non o discutirei, mas parece falso, pois ¿Porque vás ser tú? E daí que nada sabemos. Porque se non chegamos a conhecelas, ¿ de que maneira as mostraremos? De ningum. Tú dirás, sem embargo, que a definiçón é a que mostra a natureza das cousas. Dáme ó menos unha. Non a compreendes. Logo concluio. Ademais; ¿como imporemos nomes ás cousas que non conhecemos? Non o vexo. “Mas haber hay-los”. De aquí a perpéctua dúvida acerca dos nomes, assim como a grande confusíon e a falácia nas palabras, e incluso talvez em tudo o que eu acabo de dicer. Saca tú mesmo a conclusón. Dirás que defines a cousa que é o home, non a palabra. Com esta definiçón: “animal racional mortal”. Logo nego. Pois eu duvido também da palabra “animal”, assim como de “racional” e também da outra. Seguirás definindo estas mediante os xéneros superiores e diferênciais, como tú os chamas, até ao “Ente”. Perguntarei o mesmo de cada um dos homes e, para terminar, do último “Ente”, pois tampouco sabes o que significa. Dirás que non o vas definir porque non tem xénero superior. Isto non o entendo. Nim tú tampouco. Non sabes o que é o “Ente”. Eu menos. Dirás, non obstante, que temos que deternos em algúm ponto da série de perguntas. Isto non resolve a dúvida nim satisfaze a mente. Á força teis que manifestar ignorância. Alégro-me. A mim passa-me outro tanto.
francisco sánchez
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Galinhas de Deus Negras. O día 23 de Agosto de 1906, levarom-me para cortar pinheiros, cheguei á Vigaira e unha galinha de Deus preta deu-me um forte repotazo no peito e continuou unhas quantas veces, eu andava malo, o dia 29 de Agosto de 1906, ás 8,40 da manhán traía um costipado mortal, tán pronto acabamos de cortar os pinheiros, cesou o costipado como por encanto, estivem todo o día pensando na minha mala sorte e na vida desconsolada. O dia 12 de Septembro de 1906 tivem que berregar com o Fernandez por culpa dos pinheiros, e parece que se negava a pagar, tinha-me chamado por mandado do (Pucho). Mais Calamidades, a trencha. O día 15 de Septembro de 1906 troquéi unha trencha polas pezas de unhas tamancas, o día 20 quedei de ir trabalhar para Celeiros, e por ser molestado polo Spírito inmundo, non fún. O día 21 deu-lhe mal à minha nái, e non tinha farinha nem nada que comer e passei fáme… O día 23 vem o Spírito inquietar-me, vía em sonhos pessoas conhecidas vestidas de preto, estivem todo o día deitado doente, muito aflixido, com dor de cabeza. Molestado. Esconxuraçón. O día 25 de Septembro de 1906, lín unha oración (que titulan de San Cipriano) e continuei com ela por alguns días pola noite, entón o Spírito tratou de me molestar de día, ó tomar a sexta polas 12; unha vez que iba lendo polo meio da esconxuraçón, quedei surdo, e como que me levava a cabeza polo aire e o corpo tremendo, o Spírito porfiou polos días 26,27,30, despois unha vez lida a oraçón polas 4,20 da manhán, quedei dormido mais um tempo, tivem o sonho seguinte: sonhei que estava nunha Igrexa virado pro altar, habia pouca xente, entón presentou-se um Abade no altar, facendo reverências coas mans na minha direcçón; despois saíu outro da sacristia e foi xunto del, vinha de comer toucinho ou cousa semelhante, pelo que saíu limpando as babas engraxadas, se explicara todas as voltas deste sonho, haberia leitura para muito, acto seguido desperto, quedando pensativo desta visón arriba dita. Fantasma. O día 13 de Outubro de 1906, fún molestado polo Spírito… mas de unha maneira que se tivo em mim, se non estava xá; e vin ó meu redor um home muito baixinho (um metro de altura), xá quase era día.
manuel calviño souto
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Heis aquí um autor relegado ó que Bloch denomina “entremundos” da história da filosofía. Perdido entre as brumas do resurximento tardío e as non menos espessas do barroco nascente, costuma concluir a sua menguada fama com a escueta notícia de um tópico escepticismo, que del se dá nos manuais ó uso da história do pensamento. Amigo de Michel de Montaigne e de Pierre Charron, acáso sucesor na cátedra de Rabelais, com seguridade, do ilústre catalán Ramón de Sabunde, este nosso Francisco Sánchez, nascido em Tui, no ano de 1550, por conseguinte um território adscrito à diócesse bracarense, contribuiu em boa medida a esse tópico com a sua obra mais difundida. “Que nada se sabe” um manual do pensamento que responde ó corte e propósito dos escépticos renascentista. A sua meta é mais combater o falso saber, a ignorância pagada de si mesma ou a universalmente difundida superstiçón, que visa socavar a possibilidade do conhecimento humano, de acordo com o programa elaborado por Pirrón e elevado ós seus últimos extremos pola Academía tardía. Este espírito ilustrado brilha enerxicamente no seu também muito conhecido escrito titulado “Poema do Cometa” (Carmen de Cometa), dedicado a criticar a oleada de augûrios supersticiosos desencadeada pelo passo de um cometa, divisado nas proximidades da cidade de Lyon no ano de 1577. Maís alá do escepticismo sistemático, há assimesmo o seu proxecto de um “Método Universal das Ciências”, que, com esse título, parece haber-se redactado efectivamente e que, desgraçadamente, non se conservou. Em fím, aquí está a obra emblemática de um galego máis da diáspora – para mais sinais de orixém xudeu – Non obstânte o título da sua obra e o tópico da sua fama, contribuiu como poucos ó saber da sua época na nascente Europa.
g. d. s.
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HIDROGRAFÍA
A rede hidrográfica do termo está organizada ó redor do río Tea, um dos principais afluentes do Miño no seu curso baixo e de grande importância ecolóxica, polo que unha boa parte do seu curso está declarado Lugar de Importância Comunitária (LIC). Nasce no concelho pontevedrés de Covelo e atravessa o de Mondariz, com direcçón nordeste-sudoeste, até introducir-se no de Pontareas, onde muda a sua orientaçón (norte-sul), xá que aproveita unha fractura tectónica pola que cruza este território. O seu principal afluente pola marxem dereita é o Borbén, xunto co rego de Mouro, o regato de Cillarga, o río Xinzo e o regueiro da Barxa, e o seu contribuínte mais importânte pola parte esquerda é o Uma.
alberte reboreda carreira
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É certeira a filosofía de Schopenhauer? O nosso mundo é um vale de lágrimas? Son todos os seres pobres e inconscientes vehículos da vontade, marionetas movidas por um desexo insaciável que non sabe o que quer porque non é mais do que querer? É o homem irreflexivo a mais temível das criaturas, porque adicciona ao desexar de todos os seres a hipocrisia e a maldade de unha intelixência que non se refreia a si mesma? É a inaçón compassiva a única maneira de aliviar o sofrimento no mundo, é a negaçón da vontade de viver a única saída para o “hamster” cansado de correr na roda? Schopenhauer non pode ser refutado com argumentos. Unha das cousas que qprendemos com ele é que os conceitos non son o dado fundamental, mas algo derivado e secundário. Para refutá-lo com argumentos, poder-se-ia usar como arma que o accesso á vontade non deixa de ser unha representaçón (páxinas 82-83), que a obxectivaçón da vontade nas Ideias non está xustificada, e a encarnaçón das Ideias nas cousas também non (páxinas 101-102). Mas aprendemos que a filosofía está mais próxima da arte do que da ciência, mais da intuiçón do que do conceito. No seu magnífico escrito “Schopenhauer como Educador”, Nietzsche adverte-nos que nunca podemos esquecer que a sua filosofía é a de um homem de vinte anos. A intensidade do sentimento e da visón que marca o primeiro tomo de “O Mundo como Vontade e Representaçón”, publicado aos trinta anos do autor, contém o dramatismo da xuventude. Schopenhauer escreve que a vida até aos quarenta anos é o texto e depois o comentário a esse texto; que até essa idade se vê o bordado, de um lado, e, depois a urdidura ou trama, do outro. O segundo tomo de “O Mundo”, que apareceu aos cinquenta e seis anos do autor, é mais pausado, mais pensado, mas conserva a visón orixinal, o pensamento singular do primeiro. Schopenhauer non modificou na substância, a sua concepçón do mundo e dos seus seres. Aprendemos com ele algunhas cousas que faríamos muito bem em non esquecer.
joan solé
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Mala Sorte as Tamancas. O día 15 de Xaneiro de 1906 (Segunda feira) um día todo nevoado e frío, tivem sonhos malos, que esquecin. Despois a minha nái fora ó monte vender uns pinheiros e eu puxem-me a descravar unhas tamancas e embrochá-las noutros paus novos. Despois chegou um suxeito e tanto fixo que me levou á festa, tendo que ir com as referidas tamancas. O día 18 de de Xaneiro de 1906 fixen unha cadeira. O 20 principiou a doer-me a cabeza, os dentes, a barriga e os sonhos malos seguem anunciando, pérdidas, desgraças, etc… O muinho, pragas. O día 26 de Xaneiro de 1906, a minha nái fora ó muinho e chegou decindo que a minha madrinha estava falando que eu batia nela; seguido começa a votar pragas por vía do aro de um caldeiro, que levara eu unhas semanas antes, e para que calara, foi preciso ir xunto dela e meter-lhe medo, calou, mas na cara parecia unha calavera. O día 14 de Agosto de 1906, todo o día estivem deitado na cama, e estava tan pessado que non podia mover-me, polas 12,30 da noite fún molestado polo Spírito infernal, sucedeu da maneira seguinte: estando eu deitado na cama com a barriga para o céu, e chegando o Spírito, deitou-se sobre mim, tanto me zambulhiu nas partes ocultas, votando-me man ó que é escusado decir, facendo-me correr o leite dos amores, despois descansei em Paz até de manhán. Mas levantei-me pesado e apaixonado (por mulheres) que non podia deter o vício. Sería pola astúcia do demónio, que pola noite do día 12, tinha dor de cabeza, o 21 de Agosto de 1906 ás dez.
manuel calviño souto
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O homem dominado e escravizado pola vontade vive, assim num cosntante movimento pendular entre o desexo e o aborrecimento: quando chega a um extremo toma balanço para se deslocar para o outro. Schopenhauer usa três imaxens da mitoloxia grega para expressar a sua deplorável situaçón: Ixíon, que paga os seus crimes atado para toda eteridade com serpentes a unha roda em chamas que xira sem parar; as Danaides que pagam os seus pecados enchendo continuamente de água unha xarra com furos, por onde a água volta a sair; e Tântalo, condenado pelos deuses a sofrer de fame e sede, apesar de estar dentro de água até ao pescoço e ter um ramo carregado de frutos mesmo por cima da cabeça: quando baixa a cabeça para beber, a água escoa-se e quando ergue p braço para colher os frutos, o vento afasta o ramo. Há outra personaxem, mais próxima de nós, xá non arquétipo, mas quase ser real, que expressa na perfeiçón o fracasso do desexo cego, a compreensón demasiado tardia de que estar escravizado pola vontade non causa senón sofrimento, frustraçón e morte. O maior dos poetas, soube pôr em imaxens o que Schopenhauer mostrou na sua filosofia: “Amanhan, e amanhan, / arrasta-se com o seu passo lento día a día, / até à última sílaba do tempo previsto; / e todos os nossos ontes iluminarom tolos, / o caminho à morte empoeirada. / Fora, fora, breve candeia! / A vida non é mais que unha sombra móvel, / um mau actor que se pavoneia e inquieta no seu tempo em cena, / e que depois non mais se ouve. / É um conto contado por um idiota, / cheio de ruído e fúria, / sem nenhum sentido” (Macbeth, V, 5). Será tudo? Autoafirmaçón, ambiçón, competência, sobrevivência, procriaçón, crise dos quarenta, remorso, arrependimento, morte? Schopenhauer mostra duas saídas ao “hamster” para que saía da roda. Uma é um oásis no meio do deserto, a outra, um horizonte novo. Oásis, xá o vimos, é a experiência estéctica, que ilumina e redime momentaneamente. O horizonte novo é a compaixón, a resignaçón, a renúncia e a santidade.
joan solé
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A FOLHA PETRIFICADA
Foi casualmente, que eu encontrei esta folha petrificada, unha tardinha de vrán quando voltava a casa, depois de unha larga caminhada pelo bosque solitário. Em Rebordinhos, perto do lugar onde unha desafortunada mâmoa, fora cortada sem reparos por um caminho florestal. Ainda conserva a marca da picareta que abriu a pedra, mostrando o segredo que tinha guardado no seu interior. Parece ser a folha de unha planta xá desaparecida há muitos séculos, com duas pintas unha branca e outra negra. Tivem que traer a pedra desde Rebordinhos a pé, a cuxa pesava muito mais, que as minhas reservas em ouro. Qual Sísifo, condenado a andar com um penedo ás costas, durante toda a eternidade, porque ó chegar ó cume, os deuses faciam-na rodar costa a baixo, e volta a empezar outra vez. E tudo, isto, somente por ter facilitado a vida dos homes, ofertando-lhes o segredo do lume. “Esta pedrinha cinzenta, na que me sento e descanso”. “E este pinheiro manso, que em verde e oiro sixila”, passaron ó nosso património arqueolóxico.
a irmandade circular
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(ética e metafísica da pessoa)
E este indivíduo, que acredita agir a partir dos seus desexos pessoais, é vilmente enganado pela vontade. Até mesmo o que experimenta como mais próprio e intimo e pessoal, o amor arrebatado, a atracçón sexual, non é mais do que unha estratéxia da vontade, que se serve dele para se perpectuar mediante a procriaçón da espécie: o individuo acredita que age por e para si, quando, na realidade, non fai mais do que servir a vontade. Por isso, o centro mais poderoso desta encontra-se nos xenitais, nos quais se concentra com maior intensidade o ímpeto arrebatador do desexo irreprimível. Mas non só o sexo como instinto procriador inconsciente manifesta, a vontade. Qualquer desexo de poder, de protagonismo, de afirmaçón pessoal, é vontade que escraviza o indivíduo, por muito bem que tudo lhe corra no mundo fenoménico. Non invexemos os famosos, os poderosos, os ricos: eles ignoram-no, creem-se triunfadores, mas som escravos. Necessitam da sua fama, do seu poder, do seu património, están submetidos a eles e à vontade que os impulsiona a acrescentá-los indefinidamente, ao mesmo tempo que acrescentam também o sofrimento a este vale de lágrimas. Sofrem e fazem sofrer. Som marionetas da vontade. O seu ser individual desaparecerá sem que tenham entendido nada do mundo nem da sua essência: teran acreditado que se serviram a si mesmos quando na realidade serviam a força universal. O facto de nunca terem bastante fama, poder e património, de non poderem gozar o muito que têm e desexarem mais e mais, como se non tivessem nada, demostra a profunda infelicidade e infortúnio, a servidume à vontade que é insaciável. Os que non têm tanto êxito non están livres do sofrimento. Talvez estexam submetidos aos de cima nas condiçóns de escravidón fenoménica (non numénica, como os que mandam) talvez desexem em van alcançar os postos de cima e, entón a sua escravidón será tanto fenoménica como numénica. O egoísmo xamais se sacia nem preenche, non encontra um fim no qual descanse e se livre de si mesmo; a serenidade e o sossego están vedados ao egoísta. O egoísmo leva-o à crueldade mais intolerável: “em xeral, o comportamento dos homens uns com os outros manifesta inxustiça, iniquidade extrema, dureza e até crueldade; o contrário é a excepçón” (MVR2, 663). Como se comporta o homem com o homem mostra-o, por exemplo, a escravidón dos negros, cuxo obxectivo era o azúcar e o café. Mas non é preciso ir tan lonxe; entrar aos cinco anos nunha fábrica de têxteis ou noutra fábrica e lá permanecer primeiro dez, depois doze e depois catorze horas diárias, a executar sempre o mesmo trabalho mecânico, significa pagar muito caro o prazer de respirar. Pois bem, este é o destino de milhons de homes e muitos outros milhons têm um análogo. (MVR2,663). Nove décimos dos humanos vivem em luta contínua com a necessidade, sempre à beira de se precipitarem em direcçón ao abismo. (MVR2,670). Mas non só sofrem os oprimidos, humilhados e ofendidos. Todos os seres dominados pelo querer incessante procuram, em van, a satisfaçón. A um desexo sucede-se outro, non há repouso, e cada vez a frustraçón do desexo renovado produz sofrimento: “Nenhum obxecto do querer que se obtenha pode oferecer unha satisfaçón duradoura e incessante, parece-se, com a esmola deitada ao mendigo, que hoxe lhe permite seguir em frente para prolongar manhán o seu tormento” (MVR1,231). O sofrimento carece de xustificaçón trascendente. É simplesmente algo que define a existência humana.
joan solé
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Luz das luces. O dia 24 de Decembro de 1905 polas sete da tarde, presentou-se-me unha pessoa para que lhe fixera unha carta, acabei-a de escribir, e ainda non tinha saído a luz das luces, rosa resplandecente que alegra os viventes deste Universo mundo, saca-nos das trevas, consola os aflixidos, quenta os fríos. Despois, tocaron as campanas anunciando a Santa Misa do dia 24 de Decembro, mas para mim tán despavorido e tán tríste que nin a noite mais horrorosa e escura. Confusion de temor; pois segundo o Horoscopo ou signo, dí que son da natureza de Xúpiter, e sendo Xúpiter um Deus muito bom para todo vivente e cousas inanimadas, inflúie nos da sua natureza, homes, relixiosos, etc… Non sei o motivo, mas o meu corpo moveu-se a practicar actos de impureza. Um atentado revolver. O día 26 de Decembro de 1905 vem Carracedo xunto de mim, e levou-me por Celeiros para cobrar algum dinheiro que tinhamos ganhado a cortar pinheiros. Vinhemos por Oliveira e enrredá-mos, eran as seis da tarde, quando saímos eu e el da casa de Ramón; e vinhem só para Guillade, mas ó chegar é sítio que chamam As Bandeiras, sentín um individuo atrás de mim facendo tropel, eu com força de fuxir, introduzim-me nunhas poucas silvas onde el passou de largo, e non me viu, começou entón a disparar tiros, quase diante donde eu estava, eu recuei para trás, dei a volta pola Capela e deparo com o suxeito, mas el non me via, eu escondido, roguei à virxem e a Deus, e a Santo António que me axudasen a librar disto. Sonho malo. O día seis de Xaneiro de 1906, estivem na casa por non ter roupa, o oito de Xaneiro de 1906 tinha tido um sonho malo, e levantei-me polas nove. O día 11 de Xaneiro de 1906 levantei-me pola manhán, e á tarde fún a Matamá, ó vir de volta partiu-se-me unha tamanca polo meio. Á noite presentou-se-me Miguel das Carbalhas, que fosse com el ó Serán, pois tanto como porfiou, mas foi para mim impossíbel por via de non ter calzado; xelase-me o sangue nas veias se vou contar os acontecimentos fatais que para mim corren a cada passo.
manuel calviño souto
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O mais conhecido, e certamente o melhor, da estéctica do nosso filósofo é a reflexón dedicada à música, a arte onde culmina a hierarquia. Schopenhauer amou a música com paixón. E sabemos que aprendeu a tocar flauta em pequeno e que tocá-la era indispensável nos seus hábitos quotidianos. Numa época anterior à reproduçón mecânica, assistia a todos os concertos e óperas que tinha ao seu dispor. Os seus conhecimentos técnicos e teóricos sobre música son profundos. Desde Pitágoras, é o filósofo que concedeu maior importância à música. Mas o decisivo é que estes conhecimentos están ao serviço de unha sensibilidade requintada, capáz de aprofundar muito a experiência musical, non só como fenómeno, mas também como máxima e mais clara revelaçón da vontade. De tal modo a música é especial que o autor a trata, mais do que como unha arte privilexiada e superior, como unha manifestaçón diferente das outras formas estécticas. A música non se limita a pôr-nos em contacto com Ideias concretas e parciais mas contém, é, todas as Ideias. Isto equivale a afirmar que é directamente portadora da vontade inteira. Quando ouvimos música com atençón, intuímos obxectivamente a vontade manifestada idealmente, non como a Ideia de valentia, ou de sofrimento, mas como todas as Ideias. Non é, como as demais artes, cópia das Ideias, mas da própria vontade, por isso o seu efeito, é muito mais poderoso. É obxectivaçón e cópia inmediata da vontade inteira, do mesmo modo que o mundo o é. “A música no seu conxunto é a melodia cuxo texto é o mundo”, “a música non é, ao contrário das restantes artes, cópia da manifestaçón da vontade, mas cópia directa da própria vontade” (manuscritos). “A música nunca expressa o fenómeno mas apenas a essência íntima, o “em-si” de todo o fenómeno, a própria vontade” (MVR,308); “ao mundo tanto poderia chamar-se encarnaçón da música como materializaçón da vontade”. (MVR1,310) A música oferece o núcleo mais íntimo de todas as formas, ou sexa, o corazón das cousas. (MVR1,311) Se fosse possível dar unha explicaçón perfeita da música, precisa, completa e capaz de chegar ao detalhe, quer dizer, unha repetiçón exaustiva em conceitos daquilo que a música expressa, esta seria ao mesmo tempo, unha reproduçón e explicaçón suficiente do mundo em conceitos, ou algo parecido, isto é, seria a verdadeira filosofia. (MVR1,312) O ouvinte contempla a sua essência e a essência do mundo, a vontade. A música leva-o por todos os estados interiores ou sentimentos: eleva-o a extácticos instantes de plenitude, envolve-o numa serenidade pausada, mergulha-o no sofrimento ou arremessa-o para paixóns arrebatadoras. Move-o nunha dimensón estéctica, livre tanto de factos empíricos como de um material que se possa identificar com estes factos. Dá-lhe, num plano intuitivo, a forma essencial das emoçóns. Produz um insuperável prazer estéctico, porque transforma em linguagem a mais profunda intimidade da essência humana. É inútil continuar a parafrasear as excelsas reflexóns de Schopenhauer sobre a música. Son algunhas das meditaçóns mais profundas e esclarecedoras que se têm escrito sobre a arte suprema. Têm inspirado músicos, teóricos e melómanos. Están no terceiro livro de “O Mundo como Vontade e Representaçón”, para lê-las e senti-las. O conxunto da estéctica schopenhaueriana é unha reflexón de primeira ordem non só sobre a arte, mas também – o que acaba por ser mais relevante nesta exposiçón – como primeira escapatória à tirania do egoísmo subxectivo. A saída da arte é parcial e provisória, um oásis no meio do deserto. Ha outra saída que implica unha mudança de consciência permanente, na qual a vontade se vira contra si mesma e, por milagre, se anula.
joan solé
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CLIMA
Pola súa altitude, unha elevaçón media sobre o nível do mar inferior ós duzentos metros na maior parte do seu território, e pola súa posiçón xeográfica, próxima ó océano Atlântico, encádrase dentro do dominio climático que se pode considerar mediterrâneo húmido, oceânico com trazos mediterrâneos ou subtropical húmido. Caracteríza-se polas temperaturas suaves no inverno e cálidas no verán, com abundantes precipitaçóns debido à influência oceânica. O mes máis frío corresponde-se com Xaneiro, com 8,5ºC de media, mentres que em Xulho se rexistran as cotas máximas, com arredor de 21,5ºC. A amplitude térmica é duns 13ºC, polo que xa indica certas características que se correspondem com o continental ou com o mediterrâneo com respeito a unha suavidade climática oceânica pura. Os valores estivais som superiores ós atlânticos e as temperaturas invernais descendem dos 10ºC en Decembro (8,5ºC), Xaneiro (8,5ºC) e Febreiro (9ºC), o que condiciona o desenvolvimento do ciclo biolóxico dos seres vivos. Ademais, possúe um total de seis meses con valores inferiores ós 10ºC, rexistrándo-se ás vezes 0ºC, con riscos de xeadas. A semelhanza cos climas de tendência mediterrânea deixa-se sentir sobre tudo nas médias máximas, pois superan-se os 25ºC em Xulho, Agosto e Sptembro. As precipitaçóns anuais exceden os 1.500 milímetros, mas arredor das três quartas partes rexístran-se em seis meses, de aí o seu carácter irregular; Xaneiro, Febreiro e Marzo tenhem chúvias em mais da metade dos seus días, mentres que Xunho, Xulho, Agosto e Septembro som os máis secos, c’um acusado déficit hídrico.
alberte reboreda carreira
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(redençón momentânea pola arte)
O terceiro livro de O Mundo está dedicado á experiência estéctica. É unha das grandes reflexóns alguma vez escritas sobre o assunto. A arte permite substrair-se à trama da vontade, emerxir do querer. Deixa a vontade em suspenso: de modo provisório, desaparece o perguntar obsessivo sobre a utilidade que as cousas têm para nós. A arte entende-se de um modo singular, sem remeter o obxecto aos intereses egoístas, non subxectiva, mas obxectivamente. Experimenta-se como pura representaçón, sem motivo para a acçón ou o desexo. Por si mesma, non tem relaçón com outros obxectos. Enquanto dura a experiência estéctica “livramo-nos da humilhante urxência da vontade, celebramos o sabbath dos trabalhos forçados do querer” (MVR1,231). A pessoa dotada de capacidade para a contemplaçón estéctica pode experimentar com obxectos naturais: unha paisaxem, unha árbore, unha rocha; mas o obxecto idóneo para vivê-la com maior intensidade é o obxecto artístico. A arte orixina um estado de comtemplaçón em que a vontade fica em suspenso, o que dá alívio e revelaçón ao espírito. O que a arte revela son arquétipos eternos. Eleva o suxeito a um estado de conhecimento ou percepçón obxectiva na qual experimenta um tipo de prazer único ao ver com serenidade a forma eterna das cousas. As ideias, os arquétipos, encontram-se fora das determinaçóns espaço-temporais, para além das cousas e dos seres particulares, concretizados na matéria e das relaçóns que estes mantêm entre si. Quando o suxeito está submetido à vontade só é capaz de perceber o reino do empírico e do particular, e de encaminhá-lo para os seus intereses egoístas. O efeito terapêutico e cognitivo da arte consiste em permitir ao suxeito acceder à experiência estéctica das formas arquetípicas. O suxeito capaz de se elevar ao nível da contemplaçón da Ideia percebe o eterno e inmutável, e abandona a sua habitual prostraçón apetitosa: perde a consciência de si mesmo como indivíduo. Claro que os termos e conceitos de Ideia, Forma e arquétipo nos remetem de inmediato para a filosofia platónica que, como sabemos, xuntamente com Kant e o pensamento hindu, é a terceira grande influência na filosofia de Schopenhauer. Neste sistema unitário, tudo conduz ao todo: também a estéctica à metafísica.
joan solé
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