QUE NADA SE SABE (5)
.
Das palabras, unhas son comuníssimas: “Ente”, “verdadeiro”, “bom”, ou como queiras. Outras son menos comuns: “substância”, “corpo”. Outras son próprias: “Sócrates”, “Platón”. As primeiras significan todas as cousas; as segundas, muitas; estas últimas, unha só. Segue-se que, quando din “Sócrates é home” – e a partir de aí “animal”, etc… -, significa-se que isto que sinálo (a saber, Sócrates) é chamado com um nome particular. E que é chamado “home” mediante um nome comúm xunto com outras cousas de figura semelhante. Mas com o cabalo e as demais cousas que se movem, ainda que sexan de figura desemelhante, é chamado “animal”. Por meio de um nome comuníssimo, xunto con todas as cousas, é chamado “Ente”. O mesmo sucede com os restantes predicamentos. Isso non lhes basta; non contentos com as palabras simples, e para por mais difícil o assunto, usan as comuns anhadindo algunha diferença; assim em vez de “home”, “animal racional mortal”. Qualquer das três é mais difícil que a primeira; onde há multitude, alí está a confusón, e quanto mais abarquem as palabras, mais confusas e obscuras. Mas isto é o de menos: sobre isso, construiem cousas assombrosas. Em torno a tal série de palabras (chamam-nas predicamentos) discutem muitas cousas: o ordem, o número, a xerarquía, a diferença, as propriedades, a reduçón de todas as cousas a elas, reducindo unhas á linha recta e outras á lateral, unhas “per se” e outras por razón do seu contrário; unhas son comuns a dous predicamentos. outras admitem com dificuldade a reduçón, outras non tenhem a que ser reducidas. Em consequência, ainda que se trate do céu, se non logrou um sítio num predicamento, non é nada. ¿Que vou eu decir? De ahí se ven arrastados a infinitas sandêces. Todavía mais, inventando palabras de palabras, precipitam-se de cheio, e precipitam os seus desditados ouvintes, num profundo e estéril caos. Toda a Lóxica de Aristóteles está cheia destas cousas, e muito mais as Dialécticas que detrás del escribiron os mais modernos. Em efeito: ós nomes mais comuns chaman-nos Xéneros, e ós outros Espécies, diferenças, próprios, indivíduos. Se perguntas que é isto, respondem: “Algo comúm abstraído polo entendimento”, unha ficçón de Aristóteles non desemelhante das Ideias platónicas. Da abstraçón nos ocuparemos de seguida. Também do entendimento axente (rara cousa), que abstraie e ilumina (mais bem obscurece), e assimesmo do intelixente, de onde brota o universal que é “animal”. Levan o assunto a tal extremo, que com a palabra “asno” designarei eu a mente destes lóxicos, que non podem compreender mais que o burro em comúm – e incluso forma-lo -, sendo assim que cada um deles é um burro particular. ¿Que vas decir? ¿Non é isto palabraría e estupidez? Sem dúvida!
francisco sánchez
Esta entrada foi publicada en
Uncategorized.
Ligazón permanente.