QUE NADA SE SABE (3)

.

               Sigo.  O home é unha cousa só, ainda que o designes com muitos nomes: “Ente”, “substância”, “corpo”, “vivente”, “animal”, “home” e, finalmente Sócrates.  ¿Non son estas acaso palabras?  Certamente.  Se significan o mesmo, son supérfluas.  ¿Se tenhem diferente significaçón, o home non será unha e a mesma cousa?  Dirás que no mesmo home consideras muitos aspectos a cada um dos quais atribuies nomes próprios.  Mais duvidoso pons o assunto.  Nem sequer entendes na sua integridade o home, que é algo grande, sólido e polo sentido perceptível, divide-lo em cousas tan minúsculas, que se escapan ó sentido do xuíz mais seguro de todos – e que terán que ser indagadas pola falaz e obscura razón!  Procedes mal e me enganas, pero mais te enganas a ti mesmo.  Pregunto: ¿ a quém chamas no nome “animal”, “vivente”, “corpo”, “substância”, “Ente”?  Non o sabes, igual que antes.  Eu tan pouco.  Isso era o que queria.  Mas direi-o mais adiante.  Pergunto despois: ¿que significa o nome “qualidade”?  ¿E “Natureza”?  ¿E “alma”? ¿E “vida”?  Dirás: significan isto.  Eu o negarei facilmente: direi que significan o outro.  Proba-o.  Recorres a Aristóteles. Eu a Cicerón, cuxo oficio é mostrar os significados das palabras.  Dirás que Cicerón non falou com tanta propriedade nim tan cuidadosamente.  Eu defenderei o contrário, pois era a arte que practicava Cicerón, non Aristóteles.  Se pides mais, eu aducirei outros cultivadores da língua latina, ou da grega.  É o mesmo, em definitiva.  Non há acordo entre eles, nem seguridade, nem estabilidade, nem límites.  Cada um destroza as palabras ó seu antoxo, retorceas de um lado e do outro, e acomoda-as ó seu propósito.  De ahí venhem tantos tropos, tantas figuras, tantas regras, tantas misturas, de tudo o qual se compon a Gramática.  ¿E que haverá que non pervirta a Retórica e a Poética?  ¿Em que desmesuras non incurrirán?  Pois todos eles non fan mais que practicar unha inútil loquacidade, mas a capricho e sem trabas, como din.  Mas a Dialéctica ou Lóxica também a practíca, ainda que non da mesma maneira, pois pon as palabras em ordem, coloca-as em linha de combate e impide-lhe lutar cada unha por seu lado, em vez de xuntas; dá leis, reprime, permite, obriga.  Finalmente, Retórica e Poética se parecem ós que montan tropas e castelos nos xogos e espectáculos públicos, onde se busca mais o ornato que a forza;  a Dialéctica ou Lóxica parece-se, polo contrário, a quem se prepara a sério para a guerra, os que necessitam mais forza que beleza.   Mas para todos as palabras son soldados e aquilo com o que se terán de enfrentar.  ¿A qual deles darás maior crédito?  É duvidoso.  Cada um quererá o crédito para si.

francisco sánchez

Deixar un comentario