A PÓS MODERNIDADE FILOSÓFICA (I)

.

               Mesmo restrinxindo-nos ao âmbito da filosofía e non tendo agora em consideraçón as declinazóns da pós-modernidade em literatura, arquitectura, história, antropoloxía, direito, politoloxía e, em xeral, em todas as ciências sociais:  mesmo que nem consideremos agora a pós-modernidade como época político- económica de consolidaçón global do capitalismo (com marcos de diferente simboloxía, como o Maio de 68, a queda do muro de Berlim em 1989, as guerras do Golfo, do Iraque e tendencialmente do Irán, etc… vide a cronoloxía), deparamo-nos com um panorama filosófico impressionante.  Durante os anos quarenta e cinquenta, o segundo Heidegger (após a “volta ou retorno; kehre” do seu pensar, em meados dos anos trinta)  tornou-se um autêntico pioneiro graças a obras como “Carta sobre o Humanismo, Conferências e Artigos ou Identidade e Diferença; mais tarde, em 1961, publica os seus dois volumes sobre Nietzsche e instaura assim a crítica filosófica pós-moderna á modernidade racionalista, á burguesia e, ao capitalismo (como alteraçón e de-limitaçón da violência de unha modernidade desmesurada).  E quase a seguir culmina a sua obra, pois o arco que iniciara o primeiro Heidegger em 1927, com o seu “Ser e Tempo”, deslocou-se agora até ao espaço (temporal) da linguaxem do ser com o texto da conferência “Ser e Tempo” (1962).  Nessa época, em 1960 Hans-Georg Cadamer publica “Verdade e Método”, por onde flui e, se consagra a corrente hermenêutica como crítica do Iluminismo; em 1966, surxe “As Palavras e as Cousas”, de Michel Foucault,  que abre o caminho pós-moderno ao pós-estructuralismo, e Jacques Derrida publica quase em simultâneo “Da Gramatoloxía” e “A Escritura e a Diferença” em 1967, com que inícia o “desconstructivísmo”.  A estas obras seguem-se outras como “Diferença e Repetiçón” (1968), de Gilles Deleuze; “Vixiar e Punir” (1975), de Foucault; “Mil Planaltos” (1980), de Deleuze com Félix Guattari; “Império” (2000), de Negri e Hardt; e um inesgotável elenco de obras, conferências, artigos e autores cuxo teórico-crítico, tan rigoroso como criativo, se pode incluir nas três correntes mencionadas: a hermenêutica, o pós-estructuralismo e o desconstructivismo (sem esquecer as suas diferentes combinaçóns com outros movimentos teóricos de longo alcance como o “neopragmatismo” americano ou o “feminismo da diferença”, entre outros).  Estas som algunhas das correntes que, ao longo de mais de cinquenta anos (desde meados do século XX até aos nossos dias), conseguem criar um mapa filosófico vivo, extremamente dinâmico, cambiante e muito criativo.  Um rico arco filosófico que se estende graças á integraçón das obras de Jean Françóis Lyotard e Gianni Vattimo.  Desta forma o mapa das correntes da pós-modernidade filosófica obtém o relevo de unha autêntica “Idade de Ouro” para a filosofía na pós-modernidade, apenas comparável com os grandes auges do Idealismo alemán, do Barroco, do Renascimento, do Medievo ou da filosofía grega durante a época clássica e arcaica, e cuxos frutos son lidos agora pelos filósofos pós-modernos de outra forma, prestando atençón ao non dito e non pensado, ou ao colonizado ou silenciado em todas essas obras de arte que chegaram até nós como unha retransmisón de ecos e passos e cuxa diferença nos constitui e nos permite discutir o perentório do presente hexemónico: distorcê-lo, ironizá-lo, deslocá-lo. Deste modo, nasce a “filosofía pós-moderna da diferença e da alteridade”, que o próprio Lyotard baptizou após publicar “A Condiçón Pós-Moderna” (1979) e “O Pós-Moderno Explicado ás Crianças” (1986), e que atinxe a seu zenit no que se refere á difusón mediática com “As Aventuras da Diferença”, “O Fim da Modernidade” ou “Il Pensiero Debole” (O Pensamento Débil), de Vattimo.

teresa oñate e brais g. arribas

 

Deixar un comentario