QUE NADA SE SABE (2)

.

               Nem sequer sei isto: que non sei nada.  Suspeito, sem embargo, que nem eu, nim os outros.  Sexa o meu estandarte esta proposiçón, que aparece como a que debe seguir-se; nada se sabe.  Se soubera probá-la, concluiría com razón que nada se sabe; se non soubera, tanto melhor, pois, isso era o que afirmaba.  Mas acaso dirás; no caso de que saibas probar, deducirá-se o contrário porque entón sabes algo.  Non obstante cheguei á conclusón contrária antes que tú arguíras.   Xá começo a embrolhar o assunto; disto mesmo, segue-se sem mais que nada se sabe.  Talvez non entendas e me chames ignorante e enrredador.  Tú falache verdade.  Pero eu melhor do que tú, porque non te deches conta.  Por conseguinte, somos ignorantes os dous.  Logo concluiste sem sabê-lo o que eu buscaba.  Se logras entender a âmbiguidade da consequência, visto claramente que nada se sabe; mas, se non. pensa, distingue e resolve-me a dificuldade.  Aguza o inxénio.  Continuado.  Leve-mos o assunto a partir do nome.  Pois para mim toda definiçón é nominal, como quase toda a questón.  Explico-me.  Non podemos conhecer – ó menos eu – a natureza das cousas.  Se dixéras que tú sim, non o discutirei, mas parece falso, pois  ¿Porque vás ser tú?  E daí que nada sabemos.  Porque se non chegamos a conhecelas, ¿ de que maneira as mostraremos?  De ningum.  Tú dirás, sem embargo, que a definiçón é a que mostra a natureza das cousas.  Dáme ó menos unha.  Non a compreendes.  Logo concluio.  Ademais; ¿como imporemos nomes ás cousas que non conhecemos?  Non o vexo.  “Mas haber hay-los”.  De aquí a perpéctua dúvida acerca dos nomes, assim como a grande confusíon e a falácia nas palabras, e incluso talvez em tudo o que eu acabo de dicer.  Saca tú mesmo a conclusón.  Dirás que defines a cousa que é o home, non a palabra.  Com esta definiçón: “animal racional mortal”.  Logo nego.  Pois eu duvido também da palabra “animal”, assim como de “racional” e também da outra.  Seguirás definindo estas mediante os xéneros superiores e diferênciais, como tú os chamas, até ao “Ente”.  Perguntarei o mesmo de cada um dos homes e, para terminar, do último “Ente”, pois tampouco sabes o que significa.  Dirás que non o vas definir porque non tem xénero superior.  Isto non o entendo.  Nim tú tampouco.  Non sabes o que é o “Ente”.  Eu menos.  Dirás, non obstante, que temos que deternos em algúm ponto da série de perguntas.  Isto non resolve a dúvida nim satisfaze a mente.  Á força teis que manifestar ignorância.  Alégro-me.  A mim passa-me outro tanto.

francisco sánchez

Deixar un comentario