FRANCISCO SÁNCHEZ (1)
.
Heis aquí um autor relegado ó que Bloch denomina “entremundos” da história da filosofía. Perdido entre as brumas do resurximento tardío e as non menos espessas do barroco nascente, costuma concluir a sua menguada fama com a escueta notícia de um tópico escepticismo, que del se dá nos manuais ó uso da história do pensamento. Amigo de Michel de Montaigne e de Pierre Charron, acáso sucesor na cátedra de Rabelais, com seguridade, do ilústre catalán Ramón de Sabunde, este nosso Francisco Sánchez, nascido em Tui, no ano de 1550, por conseguinte um território adscrito à diócesse bracarense, contribuiu em boa medida a esse tópico com a sua obra mais difundida. “Que nada se sabe” um manual do pensamento que responde ó corte e propósito dos escépticos renascentista. A sua meta é mais combater o falso saber, a ignorância pagada de si mesma ou a universalmente difundida superstiçón, que visa socavar a possibilidade do conhecimento humano, de acordo com o programa elaborado por Pirrón e elevado ós seus últimos extremos pola Academía tardía. Este espírito ilustrado brilha enerxicamente no seu também muito conhecido escrito titulado “Poema do Cometa” (Carmen de Cometa), dedicado a criticar a oleada de augûrios supersticiosos desencadeada pelo passo de um cometa, divisado nas proximidades da cidade de Lyon no ano de 1577. Maís alá do escepticismo sistemático, há assimesmo o seu proxecto de um “Método Universal das Ciências”, que, com esse título, parece haber-se redactado efectivamente e que, desgraçadamente, non se conservou. Em fím, aquí está a obra emblemática de um galego máis da diáspora – para mais sinais de orixém xudeu – Non obstânte o título da sua obra e o tópico da sua fama, contribuiu como poucos ó saber da sua época na nascente Europa.
g. d. s.
Esta entrada foi publicada en
Uncategorized.
Ligazón permanente.