SCHOPENHAUER COMO FERIDA E COMO EDUCADOR (58)

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               É certeira a filosofía de Schopenhauer?  O nosso mundo é um vale de lágrimas?  Son todos os seres pobres e inconscientes vehículos da vontade, marionetas movidas por um desexo insaciável que non sabe o que quer porque non é mais do que querer?  É o homem irreflexivo a mais temível das criaturas, porque adicciona ao desexar de todos os seres a hipocrisia e a maldade de unha intelixência que non se refreia a si mesma?  É a inaçón compassiva a única maneira de aliviar o sofrimento no mundo, é a negaçón da vontade de viver a única saída para o “hamster” cansado de correr na roda?  Schopenhauer non pode ser refutado com argumentos.  Unha das cousas que qprendemos com ele é que os conceitos non son o dado fundamental, mas algo derivado e secundário.  Para refutá-lo com argumentos, poder-se-ia usar como arma que o accesso á vontade non deixa de ser unha representaçón (páxinas 82-83), que a obxectivaçón da vontade nas Ideias non está xustificada, e a encarnaçón das Ideias nas cousas também non (páxinas 101-102).  Mas aprendemos que a filosofía está mais próxima da arte do que da ciência, mais da intuiçón do que do conceito.  No seu magnífico escrito “Schopenhauer como Educador”, Nietzsche adverte-nos que nunca podemos esquecer que a sua filosofía é a de um homem de vinte anos.  A intensidade do sentimento e da visón que marca o primeiro tomo de “O Mundo como Vontade e Representaçón”, publicado aos trinta anos do autor, contém o dramatismo da xuventude.  Schopenhauer escreve que a vida até aos quarenta anos é o texto e depois o comentário a esse texto; que até essa idade se vê o bordado, de um lado, e, depois a urdidura ou trama, do outro.  O segundo tomo de “O Mundo”, que apareceu aos cinquenta e seis anos do autor, é mais pausado, mais pensado, mas conserva a visón orixinal, o pensamento singular do primeiro.  Schopenhauer non modificou na substância, a sua concepçón do mundo e dos seus seres.  Aprendemos com ele algunhas cousas que faríamos muito bem em non esquecer. 

joan solé

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