Arquivos diarios: 11/01/2018

O HOMEM DOMINADO E ESCRAVIZADO POLA VONTADE (57)

.

               O homem dominado e escravizado pola vontade vive, assim num cosntante movimento pendular entre o desexo e o aborrecimento:  quando chega a um extremo toma balanço para se deslocar para o outro.  Schopenhauer usa três imaxens da mitoloxia grega para expressar a sua deplorável situaçón:  Ixíon, que paga os seus crimes atado para toda eteridade com serpentes a unha roda em chamas que xira sem parar; as Danaides que pagam os seus pecados enchendo continuamente de água unha xarra com furos, por onde a água volta a sair; e Tântalo, condenado pelos deuses a sofrer de fame e sede, apesar de estar dentro de água até ao pescoço e ter um ramo carregado de frutos mesmo por cima da cabeça: quando baixa a cabeça para beber, a água escoa-se e quando ergue p braço para colher os frutos, o vento afasta o ramo.  Há outra personaxem, mais próxima de nós, xá non arquétipo, mas quase ser real, que expressa na perfeiçón o fracasso do desexo cego, a compreensón demasiado tardia de que estar escravizado pola vontade non causa senón sofrimento, frustraçón e morte.  O maior dos poetas, soube pôr em imaxens o que Schopenhauer mostrou na sua filosofia: “Amanhan, e amanhan, / arrasta-se com o seu passo lento día a día, / até à última sílaba do tempo previsto; / e todos os nossos ontes iluminarom tolos, / o caminho à morte empoeirada. / Fora, fora, breve candeia! / A vida non é mais que unha sombra móvel, / um mau actor que se pavoneia e inquieta no seu tempo em cena, / e que depois non mais se ouve. /  É um conto contado por um idiota, / cheio de ruído e fúria, / sem nenhum sentido”  (Macbeth, V, 5).  Será tudo?  Autoafirmaçón, ambiçón, competência, sobrevivência, procriaçón, crise dos quarenta, remorso, arrependimento, morte?  Schopenhauer mostra duas saídas ao “hamster” para que saía da roda.  Uma é um oásis no meio do deserto, a outra, um horizonte novo.  Oásis, xá o vimos, é a experiência estéctica, que ilumina e redime momentaneamente.   O horizonte novo é a compaixón, a resignaçón, a renúncia e a santidade.

joan solé

DERIVA HISTÓRICA

                   A FOLHA PETRIFICADA

               Foi casualmente, que eu encontrei esta folha petrificada, unha tardinha de vrán quando voltava a casa, depois de unha larga caminhada pelo bosque solitário.  Em Rebordinhos, perto do lugar onde unha desafortunada mâmoa, fora cortada sem reparos por um caminho florestal.  Ainda conserva a marca da picareta que abriu a pedra, mostrando o segredo que tinha guardado no seu interior.  Parece ser a folha de unha planta xá desaparecida há muitos séculos, com duas pintas unha branca e outra negra.  Tivem que traer a pedra desde Rebordinhos a pé, a cuxa pesava muito mais, que as minhas reservas em ouro.  Qual Sísifo, condenado a andar com um penedo ás costas, durante toda a eternidade, porque ó chegar ó cume, os deuses faciam-na rodar costa a baixo, e volta a empezar outra vez.  E tudo, isto, somente por ter facilitado a vida dos homes, ofertando-lhes o segredo do lume.  “Esta pedrinha cinzenta, na que me sento e descanso”. “E este pinheiro manso, que em verde e oiro sixila”, passaron ó nosso património arqueolóxico.

a irmandade circular