Arquivos diarios: 07/01/2018

EM NOME DE GUILLADE (XXVI)

                                  CLIMA

               Pola súa altitude, unha elevaçón media sobre o nível do mar inferior ós duzentos metros na maior parte do seu território, e pola súa posiçón xeográfica, próxima ó océano Atlântico, encádrase dentro do dominio climático que se pode considerar mediterrâneo húmido, oceânico com trazos mediterrâneos ou subtropical húmido.  Caracteríza-se polas temperaturas suaves no inverno e cálidas no verán, com abundantes precipitaçóns debido à influência oceânica.  O mes máis frío corresponde-se com Xaneiro, com 8,5ºC de media, mentres que em Xulho se rexistran as cotas máximas, com arredor de 21,5ºC.  A amplitude térmica é duns 13ºC, polo que xa indica certas características que se correspondem com o continental ou com o mediterrâneo com respeito a unha suavidade climática oceânica pura.  Os valores estivais som superiores ós atlânticos e as temperaturas invernais descendem dos 10ºC  en Decembro (8,5ºC), Xaneiro (8,5ºC) e Febreiro (9ºC), o que condiciona o desenvolvimento do ciclo biolóxico dos seres vivos.  Ademais, possúe um total de seis meses con valores inferiores ós 10ºC, rexistrándo-se ás vezes 0ºC, con riscos de xeadas.  A semelhanza cos climas de tendência mediterrânea deixa-se sentir sobre tudo nas médias máximas, pois superan-se os 25ºC em Xulho, Agosto e Sptembro.  As precipitaçóns anuais exceden os 1.500 milímetros, mas arredor das três quartas partes rexístran-se em seis meses, de aí o seu carácter irregular; Xaneiro, Febreiro e Marzo tenhem chúvias em mais da metade dos seus días, mentres que Xunho, Xulho, Agosto e Septembro som os máis secos, c’um acusado déficit hídrico.

alberte reboreda carreira

A ARTE COMO ALÍVIO E COMO REVELAÇÓN (54)

.

      (redençón momentânea pola arte)

               O terceiro livro de O Mundo está dedicado á experiência estéctica.  É unha das grandes reflexóns alguma vez escritas sobre o assunto.  A arte permite substrair-se à trama da vontade, emerxir do querer.  Deixa a vontade em suspenso: de modo provisório, desaparece o perguntar obsessivo sobre a utilidade que as cousas têm para nós.  A arte entende-se de um modo singular, sem remeter o obxecto aos intereses egoístas, non subxectiva, mas obxectivamente.  Experimenta-se como pura representaçón, sem motivo para a acçón ou o desexo.  Por si mesma, non tem relaçón com outros obxectos.  Enquanto dura a experiência estéctica  “livramo-nos da humilhante urxência da vontade, celebramos o sabbath dos trabalhos forçados do querer” (MVR1,231).  A pessoa dotada de capacidade para a contemplaçón estéctica pode experimentar com obxectos naturais: unha paisaxem, unha árbore, unha rocha;  mas o obxecto idóneo para vivê-la com maior intensidade é o obxecto artístico.  A arte orixina um estado de comtemplaçón em que a vontade fica em suspenso, o que dá alívio e revelaçón ao espírito. O que a arte revela son arquétipos eternos.  Eleva o suxeito a um estado de conhecimento ou percepçón obxectiva na qual experimenta um tipo de prazer único ao ver com serenidade a forma eterna das cousas.   As ideias, os arquétipos, encontram-se fora das determinaçóns espaço-temporais,  para além das cousas e dos seres particulares, concretizados na matéria e das relaçóns que estes mantêm entre si.  Quando o suxeito está submetido à vontade só é capaz de perceber o reino do empírico e do particular, e de encaminhá-lo para os seus intereses egoístas.  O efeito terapêutico e cognitivo da arte consiste em permitir ao suxeito acceder à experiência estéctica das formas arquetípicas.  O suxeito capaz de se elevar ao nível da contemplaçón da Ideia percebe o eterno e inmutável, e abandona a sua habitual prostraçón apetitosa: perde a consciência de si mesmo como indivíduo.  Claro que os termos e conceitos de Ideia, Forma e arquétipo nos remetem de inmediato para a filosofia platónica que, como sabemos, xuntamente com Kant e o pensamento hindu, é a terceira grande influência na filosofia de Schopenhauer.  Neste sistema unitário, tudo conduz ao todo: também a estéctica à metafísica.

joan solé