
Ponte despedida molestado. O 27 de Septembro de 1905, estando eu em Ponte vem o Spírito inquietarme, e pola manhán quedei dormido, tendo a pousadeira que despertar-me xa passavam dez minutos da hora, de maneira que o Mestre berregou comigo e tomando-me de mala fé, achacava que non tinha ferramenta, etc… No día 29 de Septembro de 1905 quedaba destituido, entón vinhem prá casa, e o dia 3 de Outubro de 1905 (terça feira) estando eu assomado á xanela, puxem-me a pensar fixando os meus pensamentos, notei que estava atolondrado da cabeza, dor, catarro pulmonar e latidos no peito, nervios; a minha ideia era ir buscar trabalho a Salvaterra, Vigo, etc… (ou así um sítio lonxano). O 4 de Outubro de 1905 pensava ir para Portugal, e acto seguido fún a Matamá xunto da minha nái, decir-lhe que iva a Ponte, e nesse mesmo instante começou a vomitar e a decir que morria, e o viaxe quedou em nada, despois assaltou-me a mim cólicos de barriga, e ningunha vontade de comer, com dor de cabeza, etc…
manuel calviño souto
Publicado en Uncategorized
.
A vontade é um impulso cego e universal que só quer. Non tem consciência nem conhecimento, é um puro ímpeto. Non tem fundamento algum, porque é o facto básico, o que non precisa de qualquer outro facto anterior, posterior, inferior ou interior. Non obedece a regras nem leis, porque é unha força arrebatadora universal. Non tem outra finalidade além da satisfaçón do querer pulsional ou, dito de outro modo, só se quer a si mesma e á sua sobrevivência ou conservaçón. A vontade é, no singular e no todo, unha força cega sem conhecimento, um querer “que non sabe o que quer, simplesmente quer, precisamente porque é vontade e non outra cousa”. O suxeito individual engana-se em cada momento da sua vida, acreditando que quer algo concreto. O certo e essencial é que quer, quer sempre. O obxecto concreto do seu querer em todos os instantes non é mais do que a ocasión circunstancial do seu querer essencial. A vontade non pode ser conhecida, porque, como cousa em si, númeno, Brahma, non se submete ao princípio da razón espaciotemporal, non entra na nossa experiência possível, na representaçón. Só se podem ter vislumbres dela (recorde-se o dito nas páxinas 81-82), intuiçóns, mas os conceitos abstractos son incapazes de a abarcar. Esta substância ontolóxica, este “ens realissimum” (ser mais real) choca com todas as concepçóns metafísicas da filosofia occidental que desde a antiguidade grega, tinham concebido unha ordem xeral racional e harmoniosa garantida por unha intelixência benevolente (logos ou Deus), que seria possível conhecer através do correcto exercício da razón humana. A estas concepçóns optimistas, Schopenhauer opon unha força bruta caótica, indeterminada e irracional, como fundamento da existência. A cousa em si, o númeno, o fundo da realidade, a essência do universo, é um querer insaciável, pura vontade de viver. A vontade é indeterminada e una, encontra-se fora das determinaçóns que estructuram o mundo fenoménico da representaçón; espaço, tempo e causalidade. Como non passa polos filtros do fenómeno, non se quebra a sua unidade essencial enquanto cousa em si, permanece fora da multiplicidade e da pluralidade, “Ela mesma é una”. A pergunta inevitável é; como se expressa a vontade unitária e compacta na multiplicidade de indivíduos e factos que saturam o mundo? A vontade é tudo e os seres individuais son singulares, parciais. A vontade como cousa em si, “a parte metafísica do mundo”, é diferente, fora do fenoménico. Como se manifesta no mundo como representaçón?
joan solé
Publicado en Uncategorized