Categorías
Arquivo
- Agricultura Alimentación Anonymous Arquitectura Astronomía Blogs para curiosear Bos desexos Cerebro Cine Darío e Breixo Economía Educación Frutais Futuro Historia Humor Indignados Libros Lingua Literatura Medios de comunicación Monte Comunal Natureza Poesía Política Procomún Publicidade Sidra Socioloxía Software libre Tradicións Viaxes Xadrez
Os nosos blogs
Arquivos mensuais: Xaneiro 2018
DERIVAS OU CONSTELAZÓNS PÓS-MODERNAS (V)
Pela man de Jean-François Lyotard e de Gianni Vattimo, os leitores deste livro poderan debruçar-se no decurso de algumas destas derivas e constelaçóns pós-modernas. Ás vezes, sobretudo quando desfaz as formas habituais (dogmáticas) de processar e ligar a sintaxe ou sinapse da informaçón, ligando o possível de outra forma. Apertem os cintos e non deixem de olhar por todas as xanelas abertas ao vosso alcance, pois vamos descolar rumo ao intelixente corazón do nosso mundo pós-moderno: o seu pensamento filosófico, talvez a mais profunda e piedosa das suas configuraçóns até ao momento. Sexam muito bem-vindos e non deixem de consultar as biografias pertinentes se precisarem de qualquer esclarecimento. Os autores teran cumprido o seu obxectivo se conseguirem incentivar-vos, para começar a lerem os textos de Lyotard e Vattimo. Depois, tudo será diferente. Desexamos-vos unha fascinante viaxem. Jean-François Lyotard, Pós-estructuralismo diferencial. “Até a história em cuxo processo de narraçón me encontro revela que qualquer narrativa começa no meio das cousas e que o seu chamado “fim” é um corte arbitrário na sequência de dados”. Jean-François Lyotard (Versailhes, 1924 – París; 1998), frequenta o ensino secundário no liceu Louis-le-Grand, em París e, mais tarde, estuda filosofía na Universidade da Sorbonne. Felizmente, possuímos informaçóns em primeira man acerca dos seus anos de xuventude, unha vez que em “Peregrinations”, um dos seus últimos textos publicados, nos oferece (além de unha análise crítica da sua própria obra) alguns dados biográficos. Desta forma, e num ton quase humorístico, conta-nos as razóns que o levaram a estudar filosofía: “Quando tinha onze ou doze anos (…). Em qualquer dos casos, dado que cedo me converti em esposo e pai quando na realidade só tinha idade para ser filho, vi-me obrigado, por esta drástica situaçón, a sustentar unha família. Torna-se evidente que xá era demasiado tarde para fazer os votos relixiosos. Quanto á minha carreira artística, era um desexo sem esperança devido a unha lamentável falta de talento, enquanto unha evidente debilidade de memória desalentava definitivamente a minha inclinaçón para a história. Assim, tornei-me catedrático de filosofía num liceu de Constantina, a capital do departamento francês da Argélia Oriental (…). Fun para Constantina em 1950”. Xá de volta a França e integrado na lóxica activista do colectivo de pensamento Socialismo ou Barbárie – também editor da revista homónima do grupo (Socialismo ou Barbárie) -, ocupar-se-á fundamentalmente da reflexón sobre o devir da Revoluçón argelina. Durante oito anos, escreve várias crónicas sobre a questón, apesar de a sua posiçón relativamente a isso acabar por ser um pouco ambivalente: por um lado, apoia o direito do povo argelino a alcançar a liberdade política, mas, por outro, está perfeitamente consciente de que a sociedade que haveria de se instaurar estava lonxe de se construir a partir dos princípios de unha democracia operária, e mais perto de criar unha nova sociedade classista sob o controlo de unha liderança burocrática e militar. É esta irresolúvel aporia, que Lyotard extrapola para outros processos revolucionários, que reduz a sua paixón militante; o materialismo dialéctico que entende o devir da história de unha forma determinista, dadas as contradiçóns operadas em todo o sistema económico – mais que nenhum no capitalismo tardo-moderno -, non oferece unha soluçón extensível a todo o conflicto político, e mais, verifica-se que cada caso é diferente e merece unha reflexón singular.
teresa oñate e brais g. arribas
Publicado en Uncategorized
AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (22)
Descripçón da nena. Era nova, corpo algo mais pequeno que o meu, branca de rostro algo redondo, fermosa e de bom parecer, e segundo me dixo era de Angoares, e nunca a tinha visto antes. O 11 de Septembro de 1907, andava eu a botar o chan à casa da Maneta e pola noite tivem malos sonhos, que ó despertar esqueciam-se-me; um deles foi sonhar com unha nena de Oliveira a Cândida, e despois de um pouco de conversa fixemos o coito, e tinha-se vindo por mim o leite dos amores. O día 7 de Novembro de 1907, estando eu a trabalhar com José Outón, ouvin decir que se casaba unha rapariga, e à noite fún ó Serán a Guillade de baixo, e quadrou estarmos xuntos dentro do Serán por um pouco, no outro día, acometeu-me unha pena que me tirou as ganas de comer, dando-me um sonho apoquentador, estaba lendo um libro, e fún quedando a dormir, por uns vinte minutos. A dita rapariga vin-na diante de mím em sonhos, polas 11 do día debaixo da minha cereixeira, dixo-me unhas palabras que me esqueceron de seguida; a paixón tivo orixem desde que ouvin decir que casaba (vexa-se arriba) sem eu xamais falar com ela, e quase non a conhecer, e continuou até que cesou à forza de ler oraçóns e evanxelhos, pois que aquela pena non era natural. Eu tinha unha cruz sobre a cama e unha buxía, e todas as noites vinha unha cousa, tirava a cruz e desaparecia a buxía. Visón. O dez de Febreiro de 1908 despois de ir a Ponte, sentía um sono mortal, pois esta noite tivera um sonho com unha rapariga que me estaba a dar bicos e abrazos, nun sítio que eu non conhecia, e despertando vín que tudo era um sonho (Angustias da Pressa). Gozos! O día 20 de Febreiro de 1908, tentou-me o sono estando a ler um libro, quedába-me dormido. Polas horas da tarde do día, vem unha pessoa para que lhe fosse gobernar o corral das galinhas, e que me daba um ósculo….. pois antes de gobernar dito corral…… é escusado decir….. (Tª). Serrar, escravidón. O día 21 de Febreiro de 1908 comecei a serrar com um suxeito chamado Reis, passando unha escravitude com o dito fulano. E eu tinha mil sonhos mas esquecia-me ó despertar. Entre todas as penas e sentimentos de amor, o meu corazón non permitia que tivesse pena senón por nenas bonitas e novas. Burla da Cruz. O día 17 de Abril de 1908 (quinta feira Santa, fún à Igrexa em companhia de uns rapaces, encarguei uns zapatos. Estaban andando as Cruces e eu mofava-me decindo que estavam a adorar a unha pedra, etc… Eu parecia estar fanático, despois, outro día vem um suxeito que lhe escrebe-se unha carta em Castelhano (baixinho), entón começou a dar-me pan e vinho, até que me emborrachei, chegando à casa bebin dez ovos crúos, mas o sono era irresistível.
manuel calviño souto
Publicado en Uncategorized
QUE NADA SE SABE (5)
Das palabras, unhas son comuníssimas: “Ente”, “verdadeiro”, “bom”, ou como queiras. Outras son menos comuns: “substância”, “corpo”. Outras son próprias: “Sócrates”, “Platón”. As primeiras significan todas as cousas; as segundas, muitas; estas últimas, unha só. Segue-se que, quando din “Sócrates é home” – e a partir de aí “animal”, etc… -, significa-se que isto que sinálo (a saber, Sócrates) é chamado com um nome particular. E que é chamado “home” mediante um nome comúm xunto com outras cousas de figura semelhante. Mas com o cabalo e as demais cousas que se movem, ainda que sexan de figura desemelhante, é chamado “animal”. Por meio de um nome comuníssimo, xunto con todas as cousas, é chamado “Ente”. O mesmo sucede com os restantes predicamentos. Isso non lhes basta; non contentos com as palabras simples, e para por mais difícil o assunto, usan as comuns anhadindo algunha diferença; assim em vez de “home”, “animal racional mortal”. Qualquer das três é mais difícil que a primeira; onde há multitude, alí está a confusón, e quanto mais abarquem as palabras, mais confusas e obscuras. Mas isto é o de menos: sobre isso, construiem cousas assombrosas. Em torno a tal série de palabras (chamam-nas predicamentos) discutem muitas cousas: o ordem, o número, a xerarquía, a diferença, as propriedades, a reduçón de todas as cousas a elas, reducindo unhas á linha recta e outras á lateral, unhas “per se” e outras por razón do seu contrário; unhas son comuns a dous predicamentos. outras admitem com dificuldade a reduçón, outras non tenhem a que ser reducidas. Em consequência, ainda que se trate do céu, se non logrou um sítio num predicamento, non é nada. ¿Que vou eu decir? De ahí se ven arrastados a infinitas sandêces. Todavía mais, inventando palabras de palabras, precipitam-se de cheio, e precipitam os seus desditados ouvintes, num profundo e estéril caos. Toda a Lóxica de Aristóteles está cheia destas cousas, e muito mais as Dialécticas que detrás del escribiron os mais modernos. Em efeito: ós nomes mais comuns chaman-nos Xéneros, e ós outros Espécies, diferenças, próprios, indivíduos. Se perguntas que é isto, respondem: “Algo comúm abstraído polo entendimento”, unha ficçón de Aristóteles non desemelhante das Ideias platónicas. Da abstraçón nos ocuparemos de seguida. Também do entendimento axente (rara cousa), que abstraie e ilumina (mais bem obscurece), e assimesmo do intelixente, de onde brota o universal que é “animal”. Levan o assunto a tal extremo, que com a palabra “asno” designarei eu a mente destes lóxicos, que non podem compreender mais que o burro em comúm – e incluso forma-lo -, sendo assim que cada um deles é um burro particular. ¿Que vas decir? ¿Non é isto palabraría e estupidez? Sem dúvida!
francisco sánchez
Publicado en Uncategorized
EM NOME DE GUILLADE (XXIX)
HISTÓRIA
Como em todo o val do río Tea e em xeral na comarca do Condado, este concelho é rico em xacimentos arqueolóxicos que abranxem desde o paleolítico até à época visigótica. o que demonstra a súa ocupaçón desde etapas prehistóricas. Diversos úteis e enterramentos som algunhas das pegadas que representan os períodos iniciais dos poboadores mais antigos, mas foi a cultura castrexa a que deixou maior marca no território, com numerosos restos de edificaçóns e outros vestíxios. Posteriormente produciu-se a invasón romana, que se manifesta na transformaçón destes assentamentos, e há notícias da fundaçón da vila de Angoares, situada no mesmo lugar que ocupa na actualidade a igrexa parroquial. Este concelho formava parte da comarca medieval denominada Toroño ou Toronio, que, segundo a Chrónica de Hidácio, foi arrasada polos vándalos no ano 445, que destruiron tamém a vila romana, sobre a que se levantou unha edificaçón relixiosa e, posteriormente, o templo actual, dependente da Igrexa compostelá, trás a doaçón do rei Adfonsus III, em 893. Durante o período medieval, a maior parte do território concelhil estava baixo o domínio dos senhores do castelo do Sobroso (os Sarmentos e os Soutomaior), que está situado no monte Landín. Non se conhece a orixem da devandita edificaçón, malía que se supón que no seu lugar houbo um castro ou unha antiga fortaleza e que o seu nome fai referência ás sobreiras que existian naquela zona. Sábe-se da súa existência certa em 1117, quando a rainha Dona Urraca foi assediada alí polos partidários do seu filho Adfonsus VII e conseguiu fuxir para Santiago de Compostela em busca da axuda do bispo Xelmírez. Durante esta época foi um dos castelos mais importantes do bispado de Tui; pertenceu à coroa, que o empregou como fortificaçón defensiva, e no século XIII foi cedido à família Soberoso ou Sobroso. Em 1379, Xoán I concedeu-lho a Pedro Ruíz Sarmento, senhor de Ribadávia e adiantado maior da Galiza. Na segunda metade do século XV foi escenário das loitas entre as linháxes dos Sarmento e dos Soutomaior (donos do couto dos Canedos, actual parróquia de Pontareas, e do de Sobroso) e da revolta Irmandiña (1467-68), polo que foi derrubada unha boa parte da edificaçón. O castelo foi reconstruído por Pedro Álvarez de Soutomaior, mais conhecido como Pedro Madruga, e rematadas as obras anos despois por García Sarmento. No transcurso da época moderna perdeu a súa importância militar e, desde o século XVIII, quedou abandonado. Em 1923 passou a mans de Alejo Carrera Muñoz, artífice da “reconstruçón”, e em 1981 adquiriu-no o concelho pontareán, o seu actual propietário.
alberte reboreda carreira
Publicado en Uncategorized
NUM MUNDO DE VIOLÊNCIA CRESCENTE, DEPENDEMOS DA VIDA EM COMUNIDADE (IV)
No meio destas “viraxens”, resistências e vastos problemas, assinalados apenas de forma esquemática, esboçam-se, claro está, vectores distintivos: o “pós-estruturalismo” depois de Lévi-Strauss, depois de Freud e de Lacan, depois de Marx, herda de todos eles, mas recolhendo a instância da linguaxem de modo a fluidificá-la para o sentido e as suas potências; a instância do desexo de carência para a levar á superabundância (Bataille, Deleuze, por exemplo) de um inconsciente libertado do suxeito; a instância da crítica do capitalismo para traduzir Marx sem positivismo, etc. Tudo isso non impede que tais instâncias configurem unha tendência topolóxica (arqueoloxías, estratigrafías, arquivística em Foucault) especialmente atenta ao Ser do Espaço. Entretanto, os mesmos componentes, mas concentrados na crítica pormenorizada da história do pensamento (e, em especial, do racionalismo da Metafísica – Ciência – Técnica) no Occidente, contribuem para um profundo interese pelo “Ser do Tempo” e também pela Filosofía da História (que, como xá non pode ser unha teodiceia de salvaçón secularizada, deve abrir-se a outras formas de historicidade menos violentas com a Diferença). “O desconstrutivismo xunta-se também á centralidade que alcança o Ser da Linguaxem nas três correntes, concentrando-se nas prácticas de alteraçón da escrita. O auge do “pós-estructuralismo em França e nos Estados Unidos estremece com o auge da hermenêutica na Alemanha e em Itália. No entanto, em Espanha e na América Latina existe unha especial sensibilidade para os dois movimentos e para a percepçón dos seus nexos criativos, que nos fazem saltar para a filosofía de outro espaço-tempo da linguaxem histórica do ser, que em nada se assemelha ao arbitrário despótico nem da modernidade, nem da pré-modernidade. A filosofía da pós-modernidade destaca-se, assim, por non xulgar nem desprezar: prefere non apontar culpados e resolver as cousas de maneiras mais complexos (mas eficazes), onde a força que instrumentaliza a razón non se possa impor, mas a potência possibilitante da alteridade e das diferenças ligadas (pela diferença) com relaçóns exteriores aos termos e non monopolizáveis nem pelas partes nem pelos todos, que pertencem aos mundos elementares (insuficientemente qualitativos) da mera extensón, a própria dos obxectos e suxeitos de consumo. Em todos os campos pon em xogo e em obra o “pensamento da Diferença”, a crítica operativa de toda a violência impositiva e a performatividade dos plurais mundos possíveis de sentido que estan aquí, no complexo plano de imanência de unha finitude radical comunitária, aberta á percepçón da ausência e á sensibilidade pelo efémero; tanto como aberto á estranheza do diferente e ás combinatórias non dictómicas dos corpos-mentes cibernéticos e tecnolóxicos que xá son (e non son) os nossos. A “net” e as novas tecnoloxías (as tecnoloxías e as nanoneuroloxías microlóxicas) non deixam indiferentes os pensadores pós-modernos que fazem da Estéctica- Política um laboratório de ideias a favor de unha ilimitada criatividade quotidiana, pois están conscientes da necessidade ecolóxica que esixe, de forma prioritária e urxente, erradicar a pobreza e a exploraçón e o abandono dos oprimidos “diferentes” (que somos todos e cada um de nós, ainda que antes estexam os mais fráxeis e silenciados, os “invisíveis”, desprovistos de representaçón e cuxa existência, num mundo de violência crescente, depende em grande medida da sua vida em comunidade).
teresa oñate e brais g. arribas
Publicado en Uncategorized
AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (21)
O día 23 de Abril de 1907 comecei a serrar com um suxeito (M. da Val). O día 5, 8, de Maio fún molestado polo Spírito. O día 9 fún á festa a Mouriscados, as minhas carnes saltaban, facendo um prunido entre a carne e a pel dando saltos, nestes días o Spírito, tanto me mollestou que quase me facía vomitar. Houbera ido trabalhar para celeiros de carpinteiro, facer um louceiro, mas o Spírito inmundo tanto me molestou que me puxo tonto e xá non dei guía com o louceiro. O 13 de Maio fún buscar a ferramenta e polo caminho a escaralhei, excepto a machada e o serrón. O 20 de Maio fún á Franqueira… O 21 ás 12,30 despois de transcurrida unha hora, levantou-se-me unha dor de cabeza, sendo molestado polo Spírito até que é alba do día, a dor de cabeza aumentou pola manhán. Levantei-me com a devandita dor e atáques, como que queria vomitar. O día 24 de Maio edifiquei um altar a Xeová, duas quartas de largo por duas de alto. O día 25, 26, 27 de Xunho de 1907. O 23 tinha andado todo o día a fazer as entradas do San Xoán no Crasto. Mistério do Cura. O día 5 de Agosto de 1907, pola hora das 7.35 da manhán saín da casa, e fún dereito á Igrexa de Guillade, passei polo meio do adro caminho de Mourigade, encontrando o Cura D. Juan Vilar Val, e tivemos unha conversa algo larga, polas 10 da noite quando vinhem de volta, passei outra vez polo adro, dando-lhe 100 centâvos de peseta ó dito Cura pra que me sana-se, etc… Cheguei á casa, com a noite horrível e escura, caíndo algunhas chuviscas. A minha tía estava dormida e a minha nái fora á Cañiza. Ó chegar perto da casa, apurei para non me molhar polas sacudidas do vento. O 11 de Agosto de 1907 habia festa em Guillade, e pegou-me unha rábia iníqua contra um suxeito (Fernandes) e ós poucos momentos, por me ameazar com unha navalha, atirei-lhe unha pedra, que lhe deu gravemente na testa, eu xa lhe tinha algunha mania dántes. O 13 pola manhán, a minha nái berregou comigo, eu estava indignado com ela, e deu-me duas pesetas para que fosse a Ponte, para traer pán e peixe, eu fún a Ponte, sim me fixar nas ditas pesetas, e quando vou pagar, repugnan-mas por falsas. Estaba alí unha nena xá com um pouco de conversa, ela e a padeira, e comezarón a falar de mais em mais, até que me dixo, que non voltara mais á casa e fora c’o ela, eu non quixem, por vía da minha nái, e prestou-me as duas pesetas, com a condiçón de se queria… pois non lhe quixem as duas pesetas, e vinhem p’ra Guillade sem as compras. Quedamos de falar para os Remédios em Ponte a 8 de Septembro de 1907, e non a vím mais até hoxe. Mais tarde, sentín unha voz na consciência que me decía – Ah! Son Maluco!
manuel calviño souto
Publicado en Uncategorized
VIRAGENS DO PENSAMENTO DA DIFERENÇA (III)
O que foi dito até aqui resume-se nas “viraxens do pensamento da diferençá”. Assim a “Viraxem linguística” comunicacional contrapon-se a todo o “realismo” excludente, faz valer a experiência dos diversos xogos de linguagens imanentes e diverxentes, e insiste na premissa de que o ser (comunicável) se dá na linguaxem de múltiplas maneiras, segundo os contextos e os xéneros literários, tanto como as prácticas discursivas. Lyotard insistiu muito nesta questón e dá um exemplo ilustractivo; pede-nos para imaxinarmos unha banda desenhada em que um capitán se lanza para fora da trincheira, de arma em riste dizendo “Avante!” e os soldados começam a aplaudi-lo: “Bravo, muito bem.” Sem dúvida, enganaram-se no xogo de linguaxem: ou finxem fazê-lo. Segundo a “Viraxem ontolóxica”, a linguaxem non é um instrumento nas mans do homem, mas o espaço de interlocuçón do ser das diferenças ligadas pela própria linguaxem (logos: ligaçón-limite, que une e separa, nexo), diferenças ligadas pela língua comum que falamos e nos fala; diferenças que nos poêm em xogo e que nos relacionam com a retransmissón interpretactiva dos passados e a recriaçón de futuros mais habitáveis. Logos do bem comum histórico e recriado no novo, em que participamos todos e cada um de diferente forma: riqueza comunitária da pluralidade e mesmidade converxente das diferenças, iguais perante a lei. A “Viraxem estéctica” afecta a transformaçón do “aspaço- tempo” segundo a nossa percepçón sincrónica e pós-hitórica, pois xá non estamos no tempo linear nem no espaço “físico” externo. Pela mesma razón, afecta também a primacia política que as novas tecnoloxias electrónicas, dixitais e telemáticas alcançam, e que transformam as obras de arte-técnica na forma de ser que permite unha exploraçón e experimentaçón da diferença, orientada para libertar as diversas interpretaçóns e a libertar-se a sí própria… de quê? Sobre tudo da essência “metafísica” da técnica como superaçón e conquista dominadora (ou salvadora) sempre proxectada além de qualquer limite. Aquí a tarefa dos Decrescimentistas e dos Ecofeminismos destaca-se pelo seu alcance social e planetário. A “Viraxem Teolóxico-política” salta da História Universal da Humanidade (eurocêntrica) para um politeísmo (non mitolóxico nem antropocêntrico) do sagrado indisponível plural, onde se reconhece o mistério da realidade-possibilidade aberta, gratuita e non calculável, das plurais culturas quotidianas. A filmografía do cinema pós-moderno oferece belos exemplos, alguns dos quais Gilles Deleuze selecciona no segundo libro que configura a sua história filosófica do cinema. Falamos do volume “A Imaxem-Tempo”, a continuaçón do primeiro dedicado ao cinema moderno, “A Imaxem-Movimento”. Assim se vai abrindo caminho a unha possibilidade solidária, coherente com as democracías igualitárias e participativas, da diferença na era comunicativa da globalizaçón. A “Viraxem ecolóxica” reúne todas as anteriores num espaço habitável e aberto ao outro e á diferença, como constituintes do devir.
teresa oñate e brais g. arribas
Publicado en Uncategorized
DERIVA HISTÓRICA
XACIMENTO ARQUEOLÓXICO GA36042008
MÂMOA Nº2 DAS CHANS DO CAMPO DO MOURO
A mâmoa nº 2, da necrópolis megalítica das Chans do Campo do Mouro, está um pouco afastada a poente do grupo de Rebordiños, e é bastante grandota, pois destaca sobre o terreno. Presenta tamém, como todas as outras, o característico crácter de violaçón, pelo que se supón que a sua câmara funerária xá foi saqueada, possívelmente alá pelos séculos XVII ou XVIII. Nas câmaras subterrâneas das mâmoas, ás vezes existian verdadeiros tesouros arqueolóxicos, de unha beleza deslumbrante. Recentemente, foi descoberta em França, unha tumba intácta, com a qual todos quedamos encantados. O difunto, tinha como um gorro de gaiteiro, e estava deitado debaixo do seu escudo protector, o xaguar funerário, composto por unha estátua de pedra idéntica ó difunto, vários utensílios de guerra, e xoias de ouro fermossíssimas (torque, pulseiras e abrazadeiras). Tamém, se encontrou dentro de unha mâmoa, unha armadura cerimonial completamente em ouro, com a qual fora enterrado um principés. Claro, que tudo isto, nada vale, contra a cobiça dos muitos ladrons, que haber-los hai-los! A eterna avarícia do home, non permitíu, que estes finados, descansaran em paz eternamente acompanhados dos seus adornos. Non escaparon, como nós tampouco escaparemos, á bestialidade do ser.
a irmandade circular
Publicado en Uncategorized
QUE NADA SE SABE (4)
Nim isto basta. O significado das palabras parecen depender em maior gráu, ou totalmente, do vulgo, e por consequência há que pedirlhas a el, pois ¿quem senon o vulgo nos ensinou a falar? Precisamente por esta razón quase todos os que até hoxe escribiron tomaron como fundamento de discusón, o que mais frequentemente está na boca dos homes. Como aquel, ó afirmar “Decimos que sabemos algo quando conhecemos as suas causas e princípios”. E o do outro: “Hade-se admitir aquí o princípio aprobado polo consenso de todos: que todos os homes se consideran sans quando… etc…” Mas ¿Há no vulgo algunha seguridade e estabilidade? De ningunha maneira. ¿Como vai haber, em consequência, sosego nas palabras? Xá non teis escapatória. Dirás acaso que se háde buscar qual a significaçón de que serviu quem as impuxo inicialmente. Pois busca-a. Xamais a encontrarás. Pero basta xá. ¿Non é toda questón palmariamente um problema de nome? Parece-me que na verdade o que está probado; se o negas, confirmarás a proba da questón principal. Mas despois se probará melhor. Vexamos, pois, que se hade entender baixo o nome ciência. Porque, se non a houvera, de ninguém em consequência se podra decir que conhece cientificamente em virtude dela. ¿E que dí Aristóteles? Pois baste haber examinado a este (por quanto foi um agudíssimo observador da Natureza, á que a maioria das vezes segue a turba mais numerosa de filósofos), sem a necessidade de faze-lo com todos os demais; non sexa que, ó ter que disputar com todos, a tarefa se delate até ó infinito e abandonemos unha vez mais a Natureza, como acostuman os outros. ¿Que dí, pois, el? “a ciência é um hábito adquirido por demonstraçón”. Non entendo. E isto é o pior; o obscuro define-se polo mais obscuro. Assim enganan ós homes. ¿Que é o “hábito”? Sei-o menos que o que significa “ciência”. E tú menos que eu. Dí que é “qualidade constante”. Entende-se ainda menos. Quantos mais passos dás, menos fás progressar as palabras, maior confusón. Arroxas-me á linha predicamental, e de alí sempre para o “Ente”, que non sabes o que é. Mas ¿é que non se há de reducir tudo ós predicamentos? Certamente. E logo ¿que? Tudo tem que acabar num labirinto. ¿Que son os predicamentos? Unha larga série de palabras. ¿Dixem algo raro? Pois digo-o!
francisco sánchez
Publicado en Uncategorized
AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (20)
Minha nái, no Serán nocturno. O día nove de Febreiro de 1907 fún ó serán de Uma, estava um escuro tremendo, e caían alguns chuvascos. O día once a minha mái fora ó Serán da Lomba, eu quedei na cama, polas quatro da manhán fartei-me de vomitar, com malos sonhos, era o penúltimo día de Serán. O 27, todo o día andivem a decotar pinheiros para o Sr. Miguel das Carbalhas (q.e.p.d.), em Matamá. O Três de Marzo de 1907 (Domingo) pola manhán despertei com unha tremenda dor de barriga, saltei fora da cama queixando-me, tomei um copo de água fría, e com a dita dor fún a Guillade de baixo, e polas 8,10 passou-me. Consulta adivinha. O 23 de Março de 1907 fún a Ponte xunto á Sybila (C.) e dixo-me tudo mal. O 24 fún á misa a Guillade com o Ramo, e polo sacristán decir que me puxe-se fora da igrexa, dei-lhe um forte empurrazo á porta que bateu com forza contra o apoio. O 27 de Março fún molestado polo Spírito malo, levantei-me polas 10, a minha nái andava a cavar em Matamá, e todo o dia estiven na casa, daban as 3 da tarde e as ovelhas ainda estavan em xexúm. O 29 acometeu-me um sonho muito malo polas 12 da noite, e polas duas da tarde do día 30… A festa e o sonho. O día 7 de Abril de 1907 fún á festa das Angustias e o segundo día tamém. O 17 mudou a minha sorte, tivem um sonho malo, sonhei que estava dentro de unha Igrexa eu e um Crego a facer-me unhas senhas, pantominadas. Pola manhán vem a minha madrinha para Matamá que a tinha arrendado aquel ano pola minha nái estar algo enferma, eu levantei-me de mala gana e fún com as ovelhas, mas non estava Católico. O día 20 a minha nái, foi á Cañiza doente, e pola tarde deste mesmo día 20, pelexei com o meu vecinho (Xabeco) debaixo da minha xanela. Pensaba ir o día 3 de Maio á Picaraña e non fún, pois perdin a Misa por me ter molestado o Spírito inmundo.
manuel calviño souto
Publicado en Uncategorized
A FILOSOFÍA PÓS-MODERNA (II)
1) O positivismo cientificista como racionalidade hexemónica.
2) O positivismo historicista ou desenvolvimentista do mito do progresso.
3) O suxeito (fundamento-orixem) que se pretende autónomo e non contextualizado.
4) O antropocentrismo e o eurocentrismo colonialista.
5) A recusa do tempo linear e do espaço externo quantitativo como modelos inadequados (ônticos) para o tratamento (ontolóxico) dos mundos da vida.
6) A crítica da coisificaçón imprimida pela lóxica do domínio e da exploraçón, baseada na primacia do idêntico e da força (o homem branco sobre a mulher e os outros; o heterosexual sobre o homosexual; o rico sobre o pobre, etc…) Tudo isso á custa dos direitos da alteridade, aos quais os pós-modernos recorrem non a partir da crítica, mas também da alternativa:
1) O pluralismo retórico-hermenêutico de todas as outras linguaxéns racionais de sentido.
2) Outras ontoloxías da temporalidade e da espacialidade non lineares nem extensas, nem baseadas no movimento sucessivo, mas na sincronía e no devir do ser que non se pode confundir com o ente.
3) A libertaçón de todo o outro; os outros povos e as restantes culturas animadas da terra, o que inclui tanto a natureza e o animal, brutalmente violentado, como o divino e o sagrado indisponível, inutilizável, esquecido pelas sociedades racionalistas modernas do domínio; alteridades que a pós-modernidade se prepara para libertar; renomear e reafirmar. El comporta a elaboraçón de outras teoloxías políticas e outras filosofías da história. Se com a interpretaçón teolóxico-política e antropocêntrica de Santo Agostinho, seguindo Paulo de Tarso e um certo uso de Platón, instaura o grande metarrelacto da História da Salvaçón da Humanidade, depois secularizado pelo Iluminísmo e deixada a (Salvaçón) nas mans da ciência-técnica, da economia, etc.., unha vez deslexitimado tal metarrelacto; unha vez “morto esse deus falso” – o das teodiceias -, o que é, enton, o verdadeiro divino e sagrado? Que papel xoga na vida dos povos e das culturas? Que linguaxéns comunitárias e racionais lhe correspondem? E que historicidade política devemos ter agora se xá non quisermos nem pudermos estar na violenta história da salvaçón? A pós-modernidade insiste em todas estas interrogaçóns unha e outra vez, e para lhes dar resposta reelabora a ontoloxía do espaço e do tempo: dá a volta aos passados e descobre que non estavam fechados (nunca interpretados de unha vez por todas, por quem? Pelos vencedores?), que continuavam a ser possíveis passados possíveis grávidos de futuros. Assim se cría a noçón do “futuro anterior” e se subverte o violento costume (linear), de “superar” os passados e de os deixar para trás sem os herdar “selectivamente”. Gadamer chama isso “Impiedade”, e contra essa brutal tendência para “acreditar” que o futuro deriva do presente, reivindica a “pietas” como herança xurídico-histórica que se baseia na possibilidade aberta do passado, como no caso da obra de arte, que non se esgota nas suas interpretaçóns.
4) A incidência nos nexos e ligaçóns do comum e do participativo.
Em suma, a pós-modernidade liberta e afirma a diferença e alteridade de todos os outros povos e culturas do planeta: humanos e seres vivos (plantas e animais): divinos e sagrados (indisponíveis, non instrumentalizáveis); pertencentes ao dar-se imanente do mistério xuntamente com o extremo cuidado com os nexos de acçón comunitária e linguística, também diferenciais, que ligam tais diferenças. Além disso, liberta a diferença do tempo e, em consequència, a possibilidade dos passados. Mas é preciso ter em consideraçón que, perante estas quatro alternativas, é na localizaçón do neoliberalismo capitalista que a pós-modernidade filosófica concentra a crítica: a prioritária necessidade de debilitar, desconstruir ou minar o sentido das combinaçóns hexemónicas, favorecendo as micropolíticas e as tecnoloxías estéctico-telemáticas de usos e efeitos incontroláveis.
teresa oñate e brais g. arribas
Publicado en Uncategorized
EM NOME DE GUILLADE (XXVIII)
VEXETAÇON
Debido ás súas características físicas, climáticas e edafolóxicas, o manto vexetal predomina na parte central do Concelho. Em xeral, a flora deste município foi consequência da acçón do home na quase totalidade, polo que as espécies florestais dominantes som as foráneas (pinheiros e eucaliptos), a causa da repoboaçón das últimas décadas, que estavam orientadas á exploraçón madeireira. A representaçón da vexetaçón clímax está formada polas árbores e as matogueiras da ribeira dos principais cursos de auga, entre os que destaca o río Tea, debido á riqueza de bosques aluviais nas súas beiras, formados por amieiros, freixos, salgueiros, carbalhos, etc.., e de matos, constituídos fundamentalmente por urceiras secas europeias e oromediterranêas, endémicas com toxos.
alberte reboreda carreira
Publicado en Uncategorized
QUE NADA SE SABE (3)
Sigo. O home é unha cousa só, ainda que o designes com muitos nomes: “Ente”, “substância”, “corpo”, “vivente”, “animal”, “home” e, finalmente Sócrates. ¿Non son estas acaso palabras? Certamente. Se significan o mesmo, son supérfluas. ¿Se tenhem diferente significaçón, o home non será unha e a mesma cousa? Dirás que no mesmo home consideras muitos aspectos a cada um dos quais atribuies nomes próprios. Mais duvidoso pons o assunto. Nem sequer entendes na sua integridade o home, que é algo grande, sólido e polo sentido perceptível, divide-lo em cousas tan minúsculas, que se escapan ó sentido do xuíz mais seguro de todos – e que terán que ser indagadas pola falaz e obscura razón! Procedes mal e me enganas, pero mais te enganas a ti mesmo. Pregunto: ¿ a quém chamas no nome “animal”, “vivente”, “corpo”, “substância”, “Ente”? Non o sabes, igual que antes. Eu tan pouco. Isso era o que queria. Mas direi-o mais adiante. Pergunto despois: ¿que significa o nome “qualidade”? ¿E “Natureza”? ¿E “alma”? ¿E “vida”? Dirás: significan isto. Eu o negarei facilmente: direi que significan o outro. Proba-o. Recorres a Aristóteles. Eu a Cicerón, cuxo oficio é mostrar os significados das palabras. Dirás que Cicerón non falou com tanta propriedade nim tan cuidadosamente. Eu defenderei o contrário, pois era a arte que practicava Cicerón, non Aristóteles. Se pides mais, eu aducirei outros cultivadores da língua latina, ou da grega. É o mesmo, em definitiva. Non há acordo entre eles, nem seguridade, nem estabilidade, nem límites. Cada um destroza as palabras ó seu antoxo, retorceas de um lado e do outro, e acomoda-as ó seu propósito. De ahí venhem tantos tropos, tantas figuras, tantas regras, tantas misturas, de tudo o qual se compon a Gramática. ¿E que haverá que non pervirta a Retórica e a Poética? ¿Em que desmesuras non incurrirán? Pois todos eles non fan mais que practicar unha inútil loquacidade, mas a capricho e sem trabas, como din. Mas a Dialéctica ou Lóxica também a practíca, ainda que non da mesma maneira, pois pon as palabras em ordem, coloca-as em linha de combate e impide-lhe lutar cada unha por seu lado, em vez de xuntas; dá leis, reprime, permite, obriga. Finalmente, Retórica e Poética se parecem ós que montan tropas e castelos nos xogos e espectáculos públicos, onde se busca mais o ornato que a forza; a Dialéctica ou Lóxica parece-se, polo contrário, a quem se prepara a sério para a guerra, os que necessitam mais forza que beleza. Mas para todos as palabras son soldados e aquilo com o que se terán de enfrentar. ¿A qual deles darás maior crédito? É duvidoso. Cada um quererá o crédito para si.
francisco sánchez
Publicado en Uncategorized
AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (19)
Segundo Recordo de Mondariz. O día 12 de Septembro de 1906, fún de criado para a casa de Avelino de Trancoso, e o día 18 de Março voltei prá minha casa. O día 26 de Septembro de 1906 fún trabalhar para xunto de um Mestre Carpinteiro (Manuel de Canedo) Nestes días tivem mil sonhos malos, trabalhei com o dito Canedo oito días, e ó fim deu-me unha forte puntada no quadríl dereito, tan pronto cheguei á casa, a referida dor, deu um forte estálo, mudando-se rapidamente para o outro lado, e aliviou algo. A minha nái, dixo que a noite anterior tivera um sonho comigo e unha voz que lhe decia: “Ah, o teu filho saca unha alma de penas. Ah, mas agora partíu um brazo”. Eu tinha tido também um sonho que fora unha grande multitude de xente ó Axuntamento de Ponte, entre a qual estava eu; e fún o primeiro que dixo: Viva a República! e todos me axudaron. Despois reventou unha grande luta na praça de Ponte. Serrar em Mourigade. O día três de Febreiro de 1907 fún á festa de San Brás (Meirol), logo vinhem com os rapazes de Mouriscados para o Serán de Guillade. O día quatro de Xunho fún trabalhar de serrador para xunto do filho de Xambenito de Uma, que estava desposado em Mourigade. Sorpressa. Segunda feira ó irme deitar, dalí a dez minutos deron-me uns fortes empurrons na cama, ós poucos momentos caíu o xergón no chán, eu tinha guardados vinte centávos metidos nunha ucha pequena, despois figurouse-me que tinham atirado com ela e mesmo sentín tanhir os centávos, como quem os zapatea contra unha pedra, e acto seguido ouvin rir unha pessoa, maxía (Sr. cura Val). Eu me levantei a ver, cuidando ser certo, mas tudo estava como o tinha deixado; logo despois tivem que ir ó Breviário romano ler o exorcismo até ó fím, despois toda a noite descansei em paz. O segundo día fún ó trabalho, e como estava frío, retiramo-nos prá casa, fomos guiar unhas vinhas, etc… Eu tinha visto alí unhas nenas xá grandes e logo sentín no corazón, unha pena desconhecida, que facía dirixir o meu amor e o meu peito para elas, só que a minha persona non circulava com tán alta senhoría.
manuel calviño souto
Publicado en Uncategorized














