A MANEIRA DE SER (24)

.

               Nesse mesmo ano, abandonou unha Berlim ameaçada pelas tropas de quem xá sabemos.  O filósofo, alheio a qualquer sentimento nacionalista, apenas queria paz e tranquilidade para dar forma ás suas ideias e o seu principal objectivo era escrever a tese de doutoramento que certificasse a sua condiçón de doutor em filosofia.  Em vez de se instalar em Weimar, onde, como se viu, as cousas com Johanna non tinham corrido muito bem, enclausurou-se numa povoaçón próxima de Rudolstadt.  Alí, aloxado numa pousada entre junho e novembro, escreveu “A Raiz Quádrupla do Princípio de Razón Suficiente”, a sua tese de doutoramento, um estudo sobre os diferentes tipos de conhecimento que se analizará no seguinte capítulo.  Arthur enviou o tratado á Universidade da vizinha cidade de Jena ( a guerra dificultava o envio para Berlim),  a qual lhe concedeu o título de doutor em Filosofia.  O inflamado doutor regressou a weimar, em novembro de 1813, e a Johanna deve-lhe ter parecido – fazendo um anacronismo – como um daqueles monstros dos filmes de terror que reaparece quando todos o davam xá como liquidado.  Esta visita foi a definitiva: Johanna expulsou-o de Weimar e nunca mais voltariam a ver-se.  Há unha certa discrepância entre os biógrafos em relaçón à índole moral da nái; alguns descreveram-na como unha mulher superficial, seductora e demasiado sociável, outros como unha dama culta que teve o lexítimo desexo de apreciar, em sociedade, a companhia de pessoas intelixentes e que teve a coragem de ter unha vida depois da morte do marido, algo que o filho xamais lhe perdoaria.  Aquí aceita-se a segunda visón e recorda-se, além disso, que Johanna respeitou e aceitou a vocaçón filosófica do filho, a quem deu unha liberdade que ele non foi capaz de conquistar e que, nos primeiros tempos, lhe facilitou bastante a vida.  Por isto, dá-se crédito ás cartas da nái, eloquentes na descriçón do carácter agressivo e irascível de Arthur:  “és maçador e prepotente e é para mim extremamente penoso conviver contigo.  Todas as tuas boas qualidades se perdem e non servem para nada por culpa da tua arrogância, simplesmente porque non consegues controlar a mania de querer saber tudo melhor do que ninguém, de encontrar falhas em todos menos em tí mesmo”; “saber que és feliz é algo necessário para a minha felicidade, mas non o é ser testemunha disso. (…) vieste de visita alguns dias e houve cenas violentas por nada e sempre por nada, e de cada vez que te vais embora eu respiro de alívio, porque me pesa a tua presença, as tuas queixas sobre cousas inevitáveis, as tuas caretas, os teus xulgamentos bizarros, que pronuncias como oráculos sem que se lhes possa apontar qualquer objecçón”; “acho que devias deixar que cada um sexa como é, tal como te deixam a tí”.  Podemos complementar estas notas de Johanna com as que o biógrafo Rüdiger Safranski transcreveu do escritor Von Biedenfeld, que conheceu Schopenhauer: “áspero e violento por fora, com raro poder de decisón e firmeza em assuntos científicos e literários.  Chamava todas as cousas pelo seu nome, tanto entre amigos como entre inimigos, e era muito dado ás piadas, frequentemente, demonstrava unha absoluta impertinência humorística”.  Se a esta combinaçón acrescentamos que, segundo Schopenhauer, o carácter é imutável, concluiremos que, por muito que se admire a sua intelixência, son escusados comentários sobre a sua maneira de ser.

joan solé

Deixar un comentario