BERLIM (23)

.

               Em 1811, um Schopenhauer xá seguro da sua vocaçón ingresou na Faculdade de Filosofía da Universidade de Berlim que, embora só tivesse iniciado a sua actividade académica um ano antes, xá beneficiava do inequívoco apoio do Estado prussiano, que queria transformá-la no seu centro intelectual. Alí ensinavam os pensadores mais prestixiados do momento.  O mais célebre era Johann Gottlieb Fichte, o idealista que acabaria por ser alvo da troça e do desprezo de Schopenhauer, tal como o seria Hegel, sucessor de Fichte na cátedra berlinense.  Non aceitou a filosofía conceptual dos idealistas, xá que toda a sua construçón intelectual lhe parecia um enorme disparate sem qualquer relaçón com a vida.  O entusiasta e insatisfeito estudante escreveu nos seus apontamentos:  “Fichte disse cousas que me despertaram a vontade de apontar-lhe unha pistola ao peito e dizer-lhe; vais morrer sem compaixón; mas antes diz-me,  por amor da tua pobre alma, se no meio dessa confusón de ideias pensaste realmente alguma cousa ou, simplesmente, querias gozar connosco”.  Desta forma, teve que se buscar a vida nos livros, onde conheceu a filosofia mística de Schelling, que foi caindo na sua consideraçón e, com muita mais constância e admiraçón, o pensamento naturalista e céptico de Montaigne, assim como os xá consolidados Platón e Kant.  Non só lia e estudava, como começava xá a enunciar um pensamento próprio  a partir tanto da assimilaçón de ideias alheias como da observaçón da realidade exterior e interior.  Datam de 1813 as suas primeiras anotaçóns acerca de unha concepçón que podemos classificar como pessoal.  “Sob a minha pena, e ainda mais no meu espírito, cresce unha obra, unha filosofia que é ética e metafísica nunha cousa só.  Até agora, têm sido falsamente separadas, tal como se separou no ser humano o corpo e a mente”.  Aproximam-se assim, o interesse metafísico pela essência da realidade e a reflexón moral.

joan solé

Deixar un comentario