Arquivos diarios: 26/11/2017

“EXISTE UNHA INDUSTRIA DO FOGO NA GALIZA” (IV)

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               “Os eucaliptos utilizam-se para fabricar pasta de papel porque básicamente componhem-se de celulosa.  O eucalipto é unha árbore, mas bioquimicamente é mais parecido com unha herba.  Por outra parte, um carbalho ou um castanheiro, bioquimicamente non som celulosa, ainda que tenhem.  Som lignina, madeira.  Essa composiçon bioquímica dos eucaliptos dá-se de maneira muito clara na corteza.  Ésta, quando se desprende, é como um folio ardendo capaz de voar, em forma de fagulha, durante várias decenas de kilómetros.”

               “Quando no domingo cheguei a Santiago de Compostela estava caindo fogo do céu, mas o incêndio mais cercano estava a 50 kilómetros.  Qualquer faísca (chispa de fogo) que caia em qualquer sítio pode criar um incêndio novo, e esse é terreno novo para ser colonizado polos eucaliptos.”

               “O presidente da xunta Alberto Núñez Feijóo, fixo referência a unha máfia.  Falou de “terrorismo incendiário” .  É algo estúpido. É o enemigo interno que cohesiona, um discurso difícil de romper.  Une a dereita e a esquerda, a xente com cultura, com menos cultura, é unha situaçón muito complexa. Mas a este há que sumar outro factor.”

               “Desde a era de Fraga, que foi quando se criaron os serviços brutais para combater o fogo, todo este lobby sempre ganha.  Están presentes nas administraçóns desde a época da primeira Xunta.  Están no Serviço de Conservaçón da Natureza, em Industrias Florestais, na Qualidade Ambiental, controlam todo o entramado.  Na Galiza há três universidades, em duas delas – no campus de Lugo da Universidade de Santiago, e no campus de  Pontevedra da Universidade de Vigo – há duas escolas de montes.”

               “Logo está ENCE, com unha escola de enxenharía directamente em Pontevedra.  E todas estas pessoas crian empressas de reflorestaçón.  Tenhem viveiros, maquinária para cultivar, tenhem as companhias de extinçón de incêndios…  É um colectivo muito âmplo que sempre ganha.  Tú prantas pinheiros e eucaliptos, ganhas prantândo-os e com o mantimento dos mesmos, ganhas quando os cortas, se há um incêndio também ganhas porque és tu que vixias e o que cobra por extinxí-lo.  Depois te contratarán para reflorestar a zona com pinheiros e eucaliptos.  É um círculo brutal, e está à vista de todos.  Eu sempre digo que a máfia está no D O G (Diário Oficial da Galiza).”

               “Como controlan a política, básicamente o Partido Popular, som eles os que redactan o Plan de Desarrolho Rexional, que é o que mandam à U E. para que ésta envie os fundos para o desarrolho rural.  Se miras no D O G, estes fundos destinan-se à prantaçón de pinheiros e eucaliptos (pinheiros mais para o interior e eucaliptos mais para as zonas atlânticas, mais costeiras).  Essa é a máfia real e que non está oculta, senon à vista de todos.”

xabier vázquez pumariño

BERLIM (23)

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               Em 1811, um Schopenhauer xá seguro da sua vocaçón ingresou na Faculdade de Filosofía da Universidade de Berlim que, embora só tivesse iniciado a sua actividade académica um ano antes, xá beneficiava do inequívoco apoio do Estado prussiano, que queria transformá-la no seu centro intelectual. Alí ensinavam os pensadores mais prestixiados do momento.  O mais célebre era Johann Gottlieb Fichte, o idealista que acabaria por ser alvo da troça e do desprezo de Schopenhauer, tal como o seria Hegel, sucessor de Fichte na cátedra berlinense.  Non aceitou a filosofía conceptual dos idealistas, xá que toda a sua construçón intelectual lhe parecia um enorme disparate sem qualquer relaçón com a vida.  O entusiasta e insatisfeito estudante escreveu nos seus apontamentos:  “Fichte disse cousas que me despertaram a vontade de apontar-lhe unha pistola ao peito e dizer-lhe; vais morrer sem compaixón; mas antes diz-me,  por amor da tua pobre alma, se no meio dessa confusón de ideias pensaste realmente alguma cousa ou, simplesmente, querias gozar connosco”.  Desta forma, teve que se buscar a vida nos livros, onde conheceu a filosofia mística de Schelling, que foi caindo na sua consideraçón e, com muita mais constância e admiraçón, o pensamento naturalista e céptico de Montaigne, assim como os xá consolidados Platón e Kant.  Non só lia e estudava, como começava xá a enunciar um pensamento próprio  a partir tanto da assimilaçón de ideias alheias como da observaçón da realidade exterior e interior.  Datam de 1813 as suas primeiras anotaçóns acerca de unha concepçón que podemos classificar como pessoal.  “Sob a minha pena, e ainda mais no meu espírito, cresce unha obra, unha filosofia que é ética e metafísica nunha cousa só.  Até agora, têm sido falsamente separadas, tal como se separou no ser humano o corpo e a mente”.  Aproximam-se assim, o interesse metafísico pela essência da realidade e a reflexón moral.

joan solé