“EXISTE UNHA INDUSTRIA DO FOGO NA GALIZA” (III)

.

               “Em todo o noroeste ibérico há dous tipos de frentes que podem chegar, os dous provenhem do Atlântico e os dous venhem cargados de água.  Um pode xirar no sentido das agulhas do relóxio e o outro no sentido contrário.  O primeiro golpea na fachada cantábrica e descarga alí toda a água. Em Asturias e País Vasco, efectivamente, deixa água, mas à Galiza chega um vento quente, muito seco e intenso.  O outro tipo de frente possibilita a entrada de ventos do suroeste em Galiza e Portugal.  Aquí é quando chove muito.  O que têm passado na Galiza estes dias responde ó primeiro modelo.”

               “Neste contexto, qualquer descuido, qualquer chispazo de um carro, de unha linha de alta-tensón, qualquer parvo, qualquer desalmado, qualquer tipo com algum interés, pode xerar unha situaçón incontrolável.  Quando algo arde nesta situaçón é incontrolável.  Ademais, estes dias produciu-se um feito excepcional, algo que non sucedia desde 1961.  E foi que veio um ciclón tropical.  Mas que na Galiza non deixou água, senon muito ar seco e intenso.  Num ano que sexa normal, os serviços de extinçón da Galiza tenhem a oportunidade de apagar os fogos.  Mas cada certo tempo, da-se um ano extremadamente seco, e nessa circunstância non se poden apagar os fogos.”

               “Há um tipo de fogo, que é fogo-de-copas (que passa de copa em copa) que se dá quando há muito vento, temperaturas altas e muita sequedade ambiental.  O fogo non corre pola superfície terrestre, senon que passa da copa dunha árbore para a outra. Isso, técnicamente, non é apagável.  Ainda que tenhas 200 hidroavions, non van a dar abasto, mais ainda se é de noite, quando os meios aéreos non podem trabalhar. E xustamente, o fogo-de-copas propaga-se estupendamente com os pinheiros e eucaliptos, porque son copas muito altas e as árbores prantan-se demasiado xuntas.”

               “Efectivamente.  E con o cambio climático non sabemos que vai passar.  Pode que se dé o contexto meteorolóxico idóneo para que haxa incendios todos os anos.  É inabordável.”

               “Como este lobby quere xustificar o seu negócio, e aquí incluio ó Partido Popular, ENCE, enxenheiros de montes, empressas de extinçón do fogo e viveiros de plantaçóns de pinheiros e eucaliptos, o que ocurre é que ponhem o foco no tonto útil final. O “palerma-útil” pode ser um vecinho qualquer que queima unhas moutas que lhe estorvan, ou os cazadores que querem abrir monte para poder cazar melhor as perdizes.  Há muita casuística, miles e miles de casos.  Mas por o foco neles é absurdo, porque simplesmente non podes eliminar a toda a povoaçón da equaçón.  Se tú eliminas a povoaçón, verdade que havería menos incendios.  Mas non a podes eliminar.”

               “Como tudo é bastante inexplicável, o que fan finalmente é recorrer à maxía.  Quando eu non podo explicar algo recurro à relixión, à maxía, ó mal de olho… ¿Qual é a maxía neste sentido?  Pois que há unha mafia, unha trama, com uns intereses que ninguém sabe. Mas a verdade é que criaron um escenário absolutamente inflamável.”

 

xabier vázquez pumariño

Deixar un comentario