“EXISTE UNHA INDUSTRIA DO FOGO NA GALIZA” (II)

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               “O dos pinheiros, na Galiza, depois foi indo a pior, porque começaron a prantar eucaliptos, que também é unha espécie pirófita (que têm afinidade com o fogo).  Na Galiza, nem pinheiros nem eucaliptos som autóctonos, o assunto dos eucaliptos conhece-o todo o mundo porque venhem da Austrália, mas o dos pinheiros non.  Como anedocta direi que os primeiros versos do himno da Galiza falan dos pinos, algo patéctico.  Obviamente eu non o canto.  E foi porque o poeta que escribíu estes versos vivíu na zona onde se prantáron os primeiros pinheiros.  É muito triste.”

               “Assim é.  E logo chegaria ENCE (Energía y Celulosa S.A.).  Era a típica empressa do franquismo que producía pasta de papel.  Nos seus princípios utilizava pinheiro, mas é muito melhor para produzir pasta de papel de mais qualidade e menos custoso usar eucalipto.  Durante a dictadura, as terras nas que se prantaban pinheiros e eucaliptos eran as piores.  Eran monte comunal com unha potência de chan pequena, menos productiva.”

               “As xentes que quedaran no campo, e que tinham pequenas propriedades, forom orientadas nos anos 60 e 70 para que se especializaram no negócio do leite (e nas zonas mais de montanha nos becerros para carne).  Mas, ¿ que passou ?, que era um terreno no que non podiam competir.  Non podian competir em preço com, por exemplo, um holandês que, sem necessidade de ter um metro quadrado de pasto, tinha unha fábrica num polígono industrial dedicada a produzir leite com unha espécie de máquinas, que som as vacas, ás que deitando-lhe por um lado soxa sudamericana e milho estadounidense, polo outro dan um producto, chamado leite.”

               “Como unha pequena exploraçón famíliar, ainda que tivera 500 vacas, poderia competir com isso?  Non puido.  ¿E que passou?  Que começarom a pechar.  Unha vez cerradas, os teus filhos marchan á cidade e tu esperas a xubilarte.  ¿E que podes fazer com as tuas terras?  Nada, acabarám sendo zonas de eucaliptos.  No princípio, habia um paisaxe mais ou menos em mosaico: zonas com prados, pinos e eucaliptos.  Se tentas queimar esse paisaxe em mosaico, non vas encontrar unha massa constante de material inflamable, há cortafogos naturais.  Mas esse mossaico desapareceu, agora é um contínuo total de pinheiros e eucaliptos.”

               “E a situaçón é cada vez mais desesperante, cada ano há um despregue mais brutal de meios terrestres, de vixilância, de vehículos, helicópteros…  unha carreira que non se pode ganhar.  Por muito despregue que haxa, sempre vás solucionar cousas pequenas.  Quando as cousas grandes venhem, non as resolvem.  ¿E em que momento se dan as cousas grandes?  Pois por exemplo agora:  Ha sequía brutal, de seis meses, onde há muita massa combustivél completamente seca formando um contínuo.”

xabier vázquez pumariño

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