Arquivos diarios: 22/11/2017

A NÁI (20)

.

               Após a morte do pai, Arthur non se atreveu a deixar o escritório de contabilidade de Danzig, que tanto detestava, e permaneceu lá dous anódinos anos, até que Johanna o libertou da obrigaçón, tranquilizando-lhe a consciência. É muito provável que, se Heinrich Floris non tivesse morrido entón hoxe non tivéssemos “O Mundo como Vontade e Representaçón”, porque o filho non teria podido abandonar a carreira comercial nem dedicar-se ao estudo da filosofia.  Foi Johanna quem lhe deu apoio libertador que o eximiu de cumprir a sua palabra.  Arthur non se atreveu a assumir a sua liberdade e esta era unha dívida que non poderia xerar gratidon mas apenas ressentimento.  A vivaz Johanna, por sua vez, non sentiu qualquer tentaçón em manter o negócio da família e reconvertê-lo em “Viúva de Schopenhauer”,  muito pelo contrário, na sua qualidade de herdeira universal, demorou poucos meses a liquidá-lo e a obter por ele unha considerável fortuna, acrescida do dinheiro que conseguiu com a venda da mansón de Hamburgo. Mudou-se com Adele para Weimar, a cidade e pequena república onde se reuniu a fina flor das artes e das letras alemáns; atraída pela presença de Joham Wolfgang von Goethe.  Pouco antes de as tropas de Napoleón terem ali feito unha razia (Napoleón é a personagem que aparece recorrentemente, em qualquer história sobre a Europa central desta época, tal era a sua ubiquidade),  Johanna instalou-se à conta dos seus rendimentos, na chamada “cidade das Musas” e, em pouco tempo, tornou-se na anfitrián do principal salon cultural do círculo alemán e em amiga íntima de Goethe.  Alguns anos mais tarde, este viria a ser decisivo para impulsionar a carreira literária de Johanna, tendo recomendado (e a sua palabra era lei na cultura alemán) as novelas românticas e livros de viagens que esta começou a escrever em Weimar,  ao ponto de, durante unha década, ter sido a escritora mais popular na Alemanha.

joan solé

em.

A SEGUNDA TEORÍA DE MOURIGADE

.

              Ainda que um xá tivera elaborada, unha fermosa teoría sobre Mourigade.  Por certo, bastante bem feita e até científico-pró Occidental, e renegara nela, de Mahoma, dos Mouros, e de Maurogato.  E, ainda porriba, sermos acusados por um Senhor da costa, de andar a cuspir falsedades.  A verdade é, que há no fundo deste espinhoso asunto, um mistério que permanece latente, na poeira dos tempos e que ameaça xerminar a qualquer momento.  Unha pulsón pertináz, que ataca de noite, que é quando mais se sinten as cousas.  Unha verdade submersa, que quer levantar cabeza, e falar da sua razón silenciada.  A palabra máxica  “Saladina”, nome de um dos mais velhos habitantes de Mourigade, foi a bomba que surxíu da noite dos tempos.  Pondo tudo patas arriba!  Todos os fundamentos e aliçerces do edifício lóxico da primeira teoría, abalaron!  Pois, como uns poucos afortunados sabemos, a tál Saladina, era parente de Mahomé!   

              ¡¡SHALAM SHALEIKUM!!  

LÉRIA CULTURAL