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Arthur, assim chamado porque o nome tinha unha grafia idêntica em alemán, francês e inglês, o que seria unha vantagem no comércio internacional, passou a maior parte dos seus primeiros cinco anos entre duas mansóns rurais localizadas na periferia de Danzig (a xá referida, da família paterna, e a da família materna). Esteve a maior parte do tempo aos cuidados da nái, enquanto Heinrich Floris se entregava aos negócios e passava pouco tempo com a família. Em 1793, a placidez desta vida – insípida e difícil de aguentar para a muito sociável e jovem Johanna – foi interrompida por um acontecimento político: Catarina, a grande, da Rússia e Guilherme II da Prússia dividiram a Polónia, e Danzig perdeu o seu estatuto de cidade livre para ser absorvida pelo reino da Prússia (Königsberg, ao invés, passou a ser russa). Os Schopenhauer non aceitaram o xugo prussiano. Em março daquele mesmo ano de 1793, apenas vinte e quatro horas antes de os soldados prussianos tomarem a cidade, os três abandonaram-na xuntamente com outros 40.000 cidadans. O destino dos Schopenhauer foi a hanseática cidade de Hamburgo, de 130.000. habitantes, e que manteve o título e os priviléxios de “livre” que Danzig acabava de perder. Arthur viveria 14 anos em Hamburgo, dos cinco aos dezanove, embora com longas interrupçóns. A criança era arrancada, súbita e violentamente, do ambiente rural em que crescera (num texto autobiográfico escrevera: “Fiquei sem pátria na mais tenra idade. Desde entón, non voltei a ter outra”), para integrar unha cidade que lhe parecia hostil e incompreensível. Quando tinha seis anos, Heinrich Floris e Johanna, que regressavam de um passeio, encontraram-no a chorar inconsolavelmente, mergulhado numa crise de ansiedade: pensava que o tinham abandonado para sempre.
joan solé
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