Arquivos diarios: 09/11/2017

O “BUDA DE FRANKFURT” (13)

.

               Arthur Schopenhauer nasceu em 1788 (um ano depois da segunda ediçón de “A Crítica da Razón Pura de Kant e um ano antes da explosón da Revoluçón Francesa), na cidade-estado autónoma de Danzig, hoxe conhecida por Gdansk e pertencente á Polónia.  Danzig estava localizada na costa do mar Báltico, a unha centena e meia de quilómetros de Königsberg (hoxe Caliningrado) onde, em 1788, vivia um Immanuel Kant de sessenta e quatro anos dedicado á elaboraçón da obra que, duas décadas mais tarde, seria decisiva na formaçón do jovem filósofo.  Há quatro séculos que Danzig gozava do estatuto de “cidade livre”, o que lhe trazia grandes vantagens comerciais ao mesmo tempo que lhe garantia a proteçón da Polónia contra ataques exteriores.  Mas a Prússia, que era unha grande potência, cobiçava aquela cidade rica e com unha localizaçón privilexiada para o comércio e, por isso, decidiu impor-lhe um apertado bloqueio e tributar o seu fráfego comercial com elevadas taxas, o que prexudicou bastante as famílias da alta burguesia que tinham enriquecido com o transporte marítimo internacional de mercadorias.  Os Schopenhauer eram a mais importante destas famílias.  Heinrich Floris Schopenhauer, pai de Arthur, recebera de herança unha grande empresa de importaçón e exportaçón – sobretudo de café, especiarias e licores – bem como unha fortuna assinalável que ele aumentou, graças ao seu empenho e intelixência comercial.  Também herdou da sua nái unha forte propensón para a melancolia – antigo nome do que se conhece por depressón -, que, no caso dela, xá raiava a doença mental e que, no filho, se manifestaria como um distúrbio;  Arthur non estava livre das garras da “dama negra”.  Heinrich Floris era um homem de educaçón esmerada e gostos requintados na arte e na literatura; leitor de Voltaire e Rousseau e assinante do Times, um autêntico “gentleman” culto de convicçóns republicanas e um comerciante respeitado e honesto.  Graças ao seu sucesso empresarial, Arthur pôde viver para a filosofia e non dela, facto pelo qual lhe agradeceu em várias ocasións.  A verdade, porém é que o pai non aprovou a sua vocaçón filosófica; apenas unha reviravolta imprevista do destino permitiu que o filho se desviasse da vida de grande homem de negócios que lhe estava destinada.  Non foi propriamente unha história de amor o que uniu Heinrich Floris, de trinta e oito anos de idade, a Johanna, de dezanove.  Foi sobretudo um casamento de conveniência.  O abastado comerciante, transformado xá no homem mais rico de Danzig, viu na bonita e educada xovem a nái ideal para os seus filhos, nunha época em que o cobiçado solteirón xá non podia adiar a necessidade de garantir um herdeiro, Johanna terá um papel de destaque nas páxinas seguintes, mas adiantamos xá que será o modelo – de unha forma provavelmente inmerecida – a partir do qual o futuro filósofo irá definir a sua intensa misoxínia.

joan solé