UNHA SAÍDA NO CIRCUITO FECHADO DO EGOÍSMO
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O egoísmo e a sua manifestaçón práctica na vida están enraízadas na crença de que cada pessoa é unha e única: o egoísmo tem as suas fundaçóns no individualismo metafísico. Schopenhauer mostra-nos que esta concepçón individualista é errónea, que a singularidade diferenciada se dá apenas na superfície ou na aparência, no mundo como representaçón. Na interioridade de todos os seres há unha mesma força, um mesmo princípio vital. A consciência desta identidade comum permite conhecer os outros (e a sí mesmo) e este conhecimento desperta a compaixón pelo próximo. O egoísmo desaparece, non porque sexa mau, mas porque está fora de lugar. Formula a grande pergunta. Houve um tempo em que alguns seres sentiram o espanto de existir, de que existia algo (tudo) que poderia perfeitamente non existir. E perguntaram-se pelo fundamento desse existir e pela possibilidade de o conhecer. Non é possível sentir intensamente esse espanto sem fazer unha investigaçón. Por um equívoco da história, a essa investigaçón chamou-se metafísica. E metafísica é o que practicaram os grandes pensadores gregos anteriores a Sócrates, Platón e, depois, filósofos eminentes como Espinosa e Schopenhauer, antes do materialismo contemporâneo desencantar o mundo e ocultar o seu mistério essencial irreductível. Ler “O Mundo como Vontade e Representaçón” é entrar em contacto com a grande pergunta, é eliminar o ruído do transistor moderno para respirar o ar da alta montanha, tirar partido do horizonte visual e conceptual dos mais altos cumes. Mas depois, claro, é necessário descer ao vale.
joan solé
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