DEVOLVER O HOMEM AO ÂMBITO NATURAL (10)

.

               É unha cura e um antídoto para qualquer tipo de optimismo e de superficialidade.  É fundamental a experiência de ler Schopenhauer.  Ninguém que tenha tido contacto com as ideias de “O Mundo como Vontade e Representaçón” pode esquecer as suas duríssimas avaliaçóns sobre a base irracional e dolorosa de toda a existência, a negaçón de conceitos tan queridos e arraigados como os do livre-arbítrio, altruísmo e por aí fora.  Ainda que se vá para além de Schopenhauer e se consiga superar ou transcender o seu pessimismo. este conxunto de intuiçons, ideias e genialidades deixa, inevitavelmente, unha impressón indelével.  O efeito permanente, que lhe devemos agradecer, é o inocular unha dose de cepticismo que funciona de modo eficaz como um antídoto contra todos os discursos, sexam eles filosóficos, políticos ou quaisquer outros, que pretendam, e em xeral conseguem-no, tomar conta da consciência das pessoas.  Devolve o homem ao âmbito natural.  Um dos efeitos da filosofia e da ciência moderna foi o de separar o homem do mundo natural, que o rodeia, de fazê-lo acreditar que non é natureza e que até a pode dominar.  Este caminho conduziu-nos á crise ambiental e aos antidepressivos.  Schopenhauer coloca o corpo físico no centro do seu pensamento e encontra nele unha essência comum ao resto de todas as coisas, reintegrando, desta maneira, o ser humano na natureza.  Como sua consciência superior, mas no seu seio.

joan solé              

Deixar un comentario