Arquivos diarios: 02/11/2017

UNHA FILOSOFIA PESSOAL EXISTENCIAL (8)

.

.              Non só Hegel e os seus acólitos ultrarracionalistas, mas quase todos os grandes pensadores – desde Platon a Espinosa e outros – consideram que a filosofia é unha disciplina abstracta, da qual deve ser removido qualquer rastro subjectivo de paixón e despropósito; há consenso de que existe unha verdade objectiva, estável e acessível, e que a tarefa do pensador é preparar e polir bem o seu instrumento, a razón, para conhecê-la.  Schopenhauer prescinde da proibiçón do obsceno e, ao invés disso, sublinha nas suas reflexóns aspectos como a dor física, pulsons irracionais, como a fame ou o desexo sexual, estados como a insatisfaçón e o aborrecimento, em suma, atreve-se a penetrar no lado menos elegante da natureza humana.  É o primeiro filósofo que institui o irracional como algo substâncial da vida e non como algo que é preciso ignorar ou reprimir de forma a poder concentrar-se em questóns transcendentes fundamentais.  Num dos seus magníficos aforismos, escreve que a boa filosofia procede da vida e que a má procede dos livros. É coerente com esta percepçón que dê a máxima importância e credibilidade á intuiçón, á percepçón directa de estados interiores, , em oposiçón ás demonstraçóns do saber discursivo dominante na tradiçón filosófica. Naturalmente, expón a sua filosofia no plano abstracto dos conceitos, mas limita o uso da razón ao que intuiu previamente, ao que ficou rexistrado na consciência através da vivência.

joan solé

DERIVA HISTÓRICA

.

                                         O SILVA

              Foi um português, a quem a necessidade trouxe até nós, para trabalhar nas obras de construçón da estrada.  Pois, como nunca encontrara nada melhor na sua vida, por aquí entre nós quedou.  Primeiramente vivia na altaneira “Casa da Recruta”, um formidável poleiro oratório, dotada de unha bonita xanela sobre o val.  Do qual se aproveitava para dar demorados discursos, que sempre acabavam com a mesma sentença “há que respeitar as ferraduras dos cavalos”.  Parece ser, que os paciêntes vecinhos se cansaron de tanta lenga-lenga, e acabou desterrado nunha corte do fundo de Mourigade, ó lado da “Casa da Lianora”.  Unha pequena corte, que conservava todo o encanto doutrora, com um bonito pátio semi-circular coberto pela sombra benefactora d’unha videira.  Alí passou este ser humilde vindo de lonxanas terras, os seus últimos dias. ¡Que a terra lhe sexa leve!.

a irmandade circular