Arquivos mensuais: Novembro 2017

DERIVA HISTÓRICA

DSCN5421

XACIMENTO ARQUEOLÓXICO GA 36O42ACH-16

                      UTIL LÍTICO DE O CALVÁRIO

              Este xacimento arqueolóxico, tem unha Área de Proteçón de Xacimento Arqueolóxico, que levou um susto de morte, ó ver que a pista florestal talhou o seu borde sul, e depois baixou outra do Coto da Pedreira, que xá non tivo misericórdia e o partiu ó medio.  Parece ser, que tenhem um olfacto especial para facer pistas florestais que cortan xacimentos xustamente pola mitade.  Ainda que eu penso, que désta vez foron enganados, pois creio que este xacimento non se encontra aquí, senón mais abaixo, na fronteira com Uma.  Cousa que se fái ás vezes, para protexer os restos arqueolóxicos dos “cazadores de tesouros”, que é também um tipo de fauna que, existe neste mundo traidor.

a irmandade circular  

O MUNDO COMO VONTADE E REPRESENTAÇÓN (26)

.

               Afuxentado de Weimar e consciente de que a sua obra-prima tinha amadurecido o suficiente no seu interior, Schopenhauer procurou um lugar para se fixar e poder trabalhar com toda a calma e concentraçón de que necessitava.  Tinha de ser unha cidade que lhe aferecesse unha boa biblioteca para as suas investigaçóns, museus, vida social nas doses necessárias (doses homeopáticas, para se ser mais concreto)e, ao mesmo tempo, fácil acesso ao campo para poder dar os seus grandes passeios.  A cidade escolhida foi Dresden, capital da Saxónia.  Aí produziria a sua obra magna e viveria entre 1814 e 1818, exactamente cem anos antes da Primeira Guerra Mundial, que tan bem ilustraria a sua visón sobre a violência no mundo; tal como o bombardeamento aliado, que arrasaria a cidade em 1945.  Em 1813, Dresden fora o cenário de um sangrento confronto entre tropas prussianas e francesas; no campo de batalha, proximo da cidade, ficaram perto de dez mil mortos e mais de duzentas casas foram danificadas ou destruídas.  Segundo os biógrafos, ao chegar a Dresden,  Schopenhauer xá tinha definido com clareza as ideias fundamentais, e até as secundárias, do seu sistema filosófico.  Em 1813, estabeleceu, no seu diário, unha distinçón fundamental entre “consciência empírica” e “consciência melhor”.  A primeira era a do dia a dia, tendo as questóns prácticas como referência, com obxectivos, causas e efeitos, com unha separaçón inequívoca entre o suxeito cognoscente e o obxecto conhecido;  a segunda era extraída do querer e do desexar, do espaço e do tempo, situada nunha dimensón de lucidez serena que capta imediatamente, sem conceitos, o ser profundo da realidade (a denominaçón “consciência melhor” non entra, como tal, em “O Mundo”, mas o seu sentido conserva-se na contemplaçón estéctica e no distanciamento em relaçón á vontade).  Num caderno de 1814 está escrito;  “O mundo é a minha representaçón e o seu motor é a simples vontade”, aforismo que, além de ser, na sua primeira parte, o início de um dos mais famosos livros de filosofia, contém a concepçón fundamental de todo o tratado.  Por isso, os quatro anos de trabalho em Dresden foram, provavelmente, de aperfeiçoamento e combinaçón de ideias, tal como de escrita, mais do que de concepçón de novas noçóns.  E aprofundou, e muito, o seu conhecimento das “Upanissades” e do pensamento hindu.  Cada vez que encontramos em “O Mundo” unha referência ao “Véu de Maya” – o engano e a ilusón da diversidade e da pluralidade do aparente -,  á unidade do todo, á reencarnaçón, á dissoluçón do eu na totalidade, estamos a ler, directa ou indirectamente, as “Upanissades”.

joan solé

AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (1)

ICASA DO MOTRETA1779

               Meus queridos e amados leitores:  Por tradiçón vou-vos contar o seguinte: -Nascim o once de Outubro de 1884, na hora once do día, no lugar da Portela, Parroquia de Guillade districto consistorial de Ponte.  Quedei sem nái por esta ir de ama de cría para Ponte. onde fun, enxendrado, ficando eu com unha avó que segundo decian eu a titulava de nái (Manuela Anta), que em paz descanse).  Faltando-me o amor materno, dabam-me leite de cabra, dos dous meses do meu nascimento até ós catorce meses em que regressou a minha nái de Ponte.  Tendo que voltar a partir dalí a alguns meses.  Me puxem afinhado, por falta do que a natureza permite ós recém nascidos, por meio do amor maternal, etc…  Desde que tinha sete anos levou-me unha tía minha para o monte a guardar um rebanho de ovelhas, levavam-me ó colo por veces, dando-me côdeas de pan afumado.  Naqueles tempos a minha querida nái conservava o milho ó fumo da cozinha, non tendo um cabaceiro de seu; andava descalço e com a roupa rota, etc.  Despois dalgum tempo, quedei xá de pastor até ós once anos, quando ingressei no coléxio particular de Guillade (do Professor Sr. Avelino).  Ós poucos meses fun de criado para Santiago de Oliveira (Sr. Andres), assistindo oito dias, acto seguido fun para a casa do Casal da dita Oliveira,  entrou comigo força de superstiçón e efeitos sobrenaturais que era impossível estar tranquilo;  non facia senon chorar, unha tristeza irressistível e fortes lamentos do corazón, e logo atacoume unha capa daquilo que um home busca e non quixera encontrar.  Em 1897 continuava na dita escola particular de Guillade, regressando voluntário á escola pública de Mouriscados dous dias, onde o professor non me quixo aceitar por non ir recomendado da minha nái, pelo que me tratava de má vontade e mala fé:  A minha nái foi falar com o Mestre de Uma e entón alí me apliquei com entusiasmo, assistindo dous meses;  eu pola intelixência concedida por Deus estudava na casa sem axuda de Mestre, pois quando fun a Uma xá levava a “tabla” sabida de cabeza e lia no manuscrito algo recto;  Como tinha fama, que aprendia muito e rápido, a minha sorte foi barrida pola feitiçaria ou pessoas de mala fé.  Entrei no Coléxio de Uma a catorce de Novembro de 1900, baixo a direcçón de D. Enrique Barbosa.  O doze de Septembro de 1901 fún falar á escola de Guillade do Sr. Avelino que nesta época se atopaba de Interino na escola pública assistindo de discípulo, como o Mestre andava moribundo, a pé, mandava-me tomar leçón, etc…  No caso que o seu corpo non puidera deixar o leito; pois a catorce de Novembro de 1901 hora das dez, faleceu o tan amado e digno Sr. Professor;  Depois houbo convulsóns e desconxunturas no pobo, uns com os outros acerca da escola, uns decian que continuase, outros que non podia ser, etc.  Continuei alguns meses, mas por fim deixei-a em seis de Xunho de 1902, porque o pobo me incomodava.  Em dezaseis de Septembro de 1902, corrin ao serán nocturno de Mouriscados onde eu apredin as primeiras noçóns de baile.  A consequência de um empenho voltei a rexentar a escola, logo vinheron trampas e atropelos; e negaron-me o último trimestre, e deixei-a por segunda vez no dezanove de Xulho de 1903, até hoxe.

manuel calviño souto

A UNIDADE FUNDAMENTAL DE TUDO (25)

.

               Nesse último meio ano em que viveu em Weimar, houve um acontecimento muito relevante para o pensamento de Schopenhauer.  O destacado orientalista Friedrich Majer, estudoso da relixión hindu, revelou-lhe as “Upanissades”, um conxunto de diálogos filosóficos escritos em sânscrito que comentam os “Vedas”, os textos sagrados do hinduísmo. Schopenhauer leu-os numa traduçón em latim, feita cinco anos antes, a partir do persa, pelo orientalista francês Hyacinthe Anquetil Duperron, que lhes deu o título “Oupnek’hat”.  Aqueles textos iniciáticos,  onde um mestre falava com os discípulos sobre o nível mais profundo da sabedoria oculta e do núcleo da realidade, foram unha revelaçón para o xovem doutor em filosofia.  Fascinaram-no non só pelas suas concepçóns intrínsecas, mas também porque se complementavam com as ideias de alguns dos grandes pensadores occidentais (Parménides, Platón, Espinosa) e até as completavan. A sabedoria hindu confirmou-lhe a sua visón em relaçón ao carácter ilusório da pluralidade e diversidade do mundo sensível e confirmou-lhe também a unidade fundamental de tudo o que existe.  Esta revelaçón seria decisiva para a consolidaçón do seu pensamento, xuntamente com Kant e Platón, admite que esta é a sua terceira grande influència.

joan solé

“EXISTE UNHA INDUSTRIA DO FOGO NA GALIZA” (V)

.

               “Assí é.  Há unha industria do fogo, mas non só do fogo, é unha industria florestal.  Coloquialmente chamamo-la a máfia florestal.  O fogo é unha ramificaçón mais do seu negócio.”

               “Mas se o Partido Popular que goberna na Galiza, e também o PSOE, están, por decir duramente, contaminados por este tipo de empressas e deste círculo vicioso, ¿como os sacas de aí?  Ademais, están organizados:  tenhem o poder, o dinheiro, o DOG.  Polo contrário,  os pequenos agricultores, non tenhem absolutamente nada.  É unha situaçón absolutamente perversa.”

               “Sem ningunha dúvida, o primeiro que faria, sería tomar unha medida muito impopular que consistiria em que a vixilância e a extinçón do fogo a pagariam os proprietários.  A xente non o sabe, mas quando os bombeiros venhem apagar um incêndio à tua casa, passam a factura, por isso todos temos que ter um seguro de lar.  Pois isto que parece tan lóxico para todo o mundo, no campo funciona de maneira diferente.  No campo podes ter um negócio privado, com um risco muito elevado, que é o de incêndio, mas quando arde o teu eucaliptal ou o teu pinheiral e venhem sofocar o fogo os bombeiros, paga a administraçón.  Ó final, conto com um negócio que graças a que tenho externalizados todos os custos funciona muito bem.”

               “Pois para começar, teriam que ter uns seguros altíssimos, e assumir eles o custo, algo que non poderiam fazer.  E entón seguramente mudaria o negócio, e dedicariam-se a outras cousas.  E ademais prohibiría ainda que poida soar autoritário, prantar nos próximos 50 anos nim um só pinheiro e eucalipto mais.  Protexeria os espaços naturais, poria normas estrictas em quanto à distância entre casas e estradas com respeito ás zonas arboradas.  E há dinheiro para isto, simplesmente há que mudar a orientaçón do Plan de Dessarrolho Rexional, que é com o que se accede ós fundos da UE.  O escenário é xá como o da última película de “Blade Runner”, com o sol tapado polos incêndios.”

               “Quando o que passou este ano suceda constantemente, algo terán que fazer.  Mas agora mesmo há um “status quo” que benefícia a determinadas pessoas, e mentras se lhe siga beneficiando e non se faga unha leitura diferente, a situaçón seguirá da mesma maneira.”

xabier vázquez pumariño

A MANEIRA DE SER (24)

.

               Nesse mesmo ano, abandonou unha Berlim ameaçada pelas tropas de quem xá sabemos.  O filósofo, alheio a qualquer sentimento nacionalista, apenas queria paz e tranquilidade para dar forma ás suas ideias e o seu principal objectivo era escrever a tese de doutoramento que certificasse a sua condiçón de doutor em filosofia.  Em vez de se instalar em Weimar, onde, como se viu, as cousas com Johanna non tinham corrido muito bem, enclausurou-se numa povoaçón próxima de Rudolstadt.  Alí, aloxado numa pousada entre junho e novembro, escreveu “A Raiz Quádrupla do Princípio de Razón Suficiente”, a sua tese de doutoramento, um estudo sobre os diferentes tipos de conhecimento que se analizará no seguinte capítulo.  Arthur enviou o tratado á Universidade da vizinha cidade de Jena ( a guerra dificultava o envio para Berlim),  a qual lhe concedeu o título de doutor em Filosofia.  O inflamado doutor regressou a weimar, em novembro de 1813, e a Johanna deve-lhe ter parecido – fazendo um anacronismo – como um daqueles monstros dos filmes de terror que reaparece quando todos o davam xá como liquidado.  Esta visita foi a definitiva: Johanna expulsou-o de Weimar e nunca mais voltariam a ver-se.  Há unha certa discrepância entre os biógrafos em relaçón à índole moral da nái; alguns descreveram-na como unha mulher superficial, seductora e demasiado sociável, outros como unha dama culta que teve o lexítimo desexo de apreciar, em sociedade, a companhia de pessoas intelixentes e que teve a coragem de ter unha vida depois da morte do marido, algo que o filho xamais lhe perdoaria.  Aquí aceita-se a segunda visón e recorda-se, além disso, que Johanna respeitou e aceitou a vocaçón filosófica do filho, a quem deu unha liberdade que ele non foi capaz de conquistar e que, nos primeiros tempos, lhe facilitou bastante a vida.  Por isto, dá-se crédito ás cartas da nái, eloquentes na descriçón do carácter agressivo e irascível de Arthur:  “és maçador e prepotente e é para mim extremamente penoso conviver contigo.  Todas as tuas boas qualidades se perdem e non servem para nada por culpa da tua arrogância, simplesmente porque non consegues controlar a mania de querer saber tudo melhor do que ninguém, de encontrar falhas em todos menos em tí mesmo”; “saber que és feliz é algo necessário para a minha felicidade, mas non o é ser testemunha disso. (…) vieste de visita alguns dias e houve cenas violentas por nada e sempre por nada, e de cada vez que te vais embora eu respiro de alívio, porque me pesa a tua presença, as tuas queixas sobre cousas inevitáveis, as tuas caretas, os teus xulgamentos bizarros, que pronuncias como oráculos sem que se lhes possa apontar qualquer objecçón”; “acho que devias deixar que cada um sexa como é, tal como te deixam a tí”.  Podemos complementar estas notas de Johanna com as que o biógrafo Rüdiger Safranski transcreveu do escritor Von Biedenfeld, que conheceu Schopenhauer: “áspero e violento por fora, com raro poder de decisón e firmeza em assuntos científicos e literários.  Chamava todas as cousas pelo seu nome, tanto entre amigos como entre inimigos, e era muito dado ás piadas, frequentemente, demonstrava unha absoluta impertinência humorística”.  Se a esta combinaçón acrescentamos que, segundo Schopenhauer, o carácter é imutável, concluiremos que, por muito que se admire a sua intelixência, son escusados comentários sobre a sua maneira de ser.

joan solé

“EXISTE UNHA INDUSTRIA DO FOGO NA GALIZA” (IV)

.

               “Os eucaliptos utilizam-se para fabricar pasta de papel porque básicamente componhem-se de celulosa.  O eucalipto é unha árbore, mas bioquimicamente é mais parecido com unha herba.  Por outra parte, um carbalho ou um castanheiro, bioquimicamente non som celulosa, ainda que tenhem.  Som lignina, madeira.  Essa composiçon bioquímica dos eucaliptos dá-se de maneira muito clara na corteza.  Ésta, quando se desprende, é como um folio ardendo capaz de voar, em forma de fagulha, durante várias decenas de kilómetros.”

               “Quando no domingo cheguei a Santiago de Compostela estava caindo fogo do céu, mas o incêndio mais cercano estava a 50 kilómetros.  Qualquer faísca (chispa de fogo) que caia em qualquer sítio pode criar um incêndio novo, e esse é terreno novo para ser colonizado polos eucaliptos.”

               “O presidente da xunta Alberto Núñez Feijóo, fixo referência a unha máfia.  Falou de “terrorismo incendiário” .  É algo estúpido. É o enemigo interno que cohesiona, um discurso difícil de romper.  Une a dereita e a esquerda, a xente com cultura, com menos cultura, é unha situaçón muito complexa. Mas a este há que sumar outro factor.”

               “Desde a era de Fraga, que foi quando se criaron os serviços brutais para combater o fogo, todo este lobby sempre ganha.  Están presentes nas administraçóns desde a época da primeira Xunta.  Están no Serviço de Conservaçón da Natureza, em Industrias Florestais, na Qualidade Ambiental, controlam todo o entramado.  Na Galiza há três universidades, em duas delas – no campus de Lugo da Universidade de Santiago, e no campus de  Pontevedra da Universidade de Vigo – há duas escolas de montes.”

               “Logo está ENCE, com unha escola de enxenharía directamente em Pontevedra.  E todas estas pessoas crian empressas de reflorestaçón.  Tenhem viveiros, maquinária para cultivar, tenhem as companhias de extinçón de incêndios…  É um colectivo muito âmplo que sempre ganha.  Tú prantas pinheiros e eucaliptos, ganhas prantândo-os e com o mantimento dos mesmos, ganhas quando os cortas, se há um incêndio também ganhas porque és tu que vixias e o que cobra por extinxí-lo.  Depois te contratarán para reflorestar a zona com pinheiros e eucaliptos.  É um círculo brutal, e está à vista de todos.  Eu sempre digo que a máfia está no D O G (Diário Oficial da Galiza).”

               “Como controlan a política, básicamente o Partido Popular, som eles os que redactan o Plan de Desarrolho Rexional, que é o que mandam à U E. para que ésta envie os fundos para o desarrolho rural.  Se miras no D O G, estes fundos destinan-se à prantaçón de pinheiros e eucaliptos (pinheiros mais para o interior e eucaliptos mais para as zonas atlânticas, mais costeiras).  Essa é a máfia real e que non está oculta, senon à vista de todos.”

xabier vázquez pumariño

BERLIM (23)

.

               Em 1811, um Schopenhauer xá seguro da sua vocaçón ingresou na Faculdade de Filosofía da Universidade de Berlim que, embora só tivesse iniciado a sua actividade académica um ano antes, xá beneficiava do inequívoco apoio do Estado prussiano, que queria transformá-la no seu centro intelectual. Alí ensinavam os pensadores mais prestixiados do momento.  O mais célebre era Johann Gottlieb Fichte, o idealista que acabaria por ser alvo da troça e do desprezo de Schopenhauer, tal como o seria Hegel, sucessor de Fichte na cátedra berlinense.  Non aceitou a filosofía conceptual dos idealistas, xá que toda a sua construçón intelectual lhe parecia um enorme disparate sem qualquer relaçón com a vida.  O entusiasta e insatisfeito estudante escreveu nos seus apontamentos:  “Fichte disse cousas que me despertaram a vontade de apontar-lhe unha pistola ao peito e dizer-lhe; vais morrer sem compaixón; mas antes diz-me,  por amor da tua pobre alma, se no meio dessa confusón de ideias pensaste realmente alguma cousa ou, simplesmente, querias gozar connosco”.  Desta forma, teve que se buscar a vida nos livros, onde conheceu a filosofia mística de Schelling, que foi caindo na sua consideraçón e, com muita mais constância e admiraçón, o pensamento naturalista e céptico de Montaigne, assim como os xá consolidados Platón e Kant.  Non só lia e estudava, como começava xá a enunciar um pensamento próprio  a partir tanto da assimilaçón de ideias alheias como da observaçón da realidade exterior e interior.  Datam de 1813 as suas primeiras anotaçóns acerca de unha concepçón que podemos classificar como pessoal.  “Sob a minha pena, e ainda mais no meu espírito, cresce unha obra, unha filosofia que é ética e metafísica nunha cousa só.  Até agora, têm sido falsamente separadas, tal como se separou no ser humano o corpo e a mente”.  Aproximam-se assim, o interesse metafísico pela essência da realidade e a reflexón moral.

joan solé

“EXISTE UNHA INDUSTRIA DO FOGO NA GALIZA” (III)

.

               “Em todo o noroeste ibérico há dous tipos de frentes que podem chegar, os dous provenhem do Atlântico e os dous venhem cargados de água.  Um pode xirar no sentido das agulhas do relóxio e o outro no sentido contrário.  O primeiro golpea na fachada cantábrica e descarga alí toda a água. Em Asturias e País Vasco, efectivamente, deixa água, mas à Galiza chega um vento quente, muito seco e intenso.  O outro tipo de frente possibilita a entrada de ventos do suroeste em Galiza e Portugal.  Aquí é quando chove muito.  O que têm passado na Galiza estes dias responde ó primeiro modelo.”

               “Neste contexto, qualquer descuido, qualquer chispazo de um carro, de unha linha de alta-tensón, qualquer parvo, qualquer desalmado, qualquer tipo com algum interés, pode xerar unha situaçón incontrolável.  Quando algo arde nesta situaçón é incontrolável.  Ademais, estes dias produciu-se um feito excepcional, algo que non sucedia desde 1961.  E foi que veio um ciclón tropical.  Mas que na Galiza non deixou água, senon muito ar seco e intenso.  Num ano que sexa normal, os serviços de extinçón da Galiza tenhem a oportunidade de apagar os fogos.  Mas cada certo tempo, da-se um ano extremadamente seco, e nessa circunstância non se poden apagar os fogos.”

               “Há um tipo de fogo, que é fogo-de-copas (que passa de copa em copa) que se dá quando há muito vento, temperaturas altas e muita sequedade ambiental.  O fogo non corre pola superfície terrestre, senon que passa da copa dunha árbore para a outra. Isso, técnicamente, non é apagável.  Ainda que tenhas 200 hidroavions, non van a dar abasto, mais ainda se é de noite, quando os meios aéreos non podem trabalhar. E xustamente, o fogo-de-copas propaga-se estupendamente com os pinheiros e eucaliptos, porque son copas muito altas e as árbores prantan-se demasiado xuntas.”

               “Efectivamente.  E con o cambio climático non sabemos que vai passar.  Pode que se dé o contexto meteorolóxico idóneo para que haxa incendios todos os anos.  É inabordável.”

               “Como este lobby quere xustificar o seu negócio, e aquí incluio ó Partido Popular, ENCE, enxenheiros de montes, empressas de extinçón do fogo e viveiros de plantaçóns de pinheiros e eucaliptos, o que ocurre é que ponhem o foco no tonto útil final. O “palerma-útil” pode ser um vecinho qualquer que queima unhas moutas que lhe estorvan, ou os cazadores que querem abrir monte para poder cazar melhor as perdizes.  Há muita casuística, miles e miles de casos.  Mas por o foco neles é absurdo, porque simplesmente non podes eliminar a toda a povoaçón da equaçón.  Se tú eliminas a povoaçón, verdade que havería menos incendios.  Mas non a podes eliminar.”

               “Como tudo é bastante inexplicável, o que fan finalmente é recorrer à maxía.  Quando eu non podo explicar algo recurro à relixión, à maxía, ó mal de olho… ¿Qual é a maxía neste sentido?  Pois que há unha mafia, unha trama, com uns intereses que ninguém sabe. Mas a verdade é que criaron um escenário absolutamente inflamável.”

 

xabier vázquez pumariño

ESTUDOS DE MEDICINA EM GOTINGA (22)

.

               Por sorte, em outubro de1809, Schopenhauer mudou-se para a cidade de Gotinga para ingressar na sua célebre Faculdade de Medicina.  Logo á partida, esta primeira escolha é surpreendente (e faz-nos imaxinar que teria podido ser um Dr. House do século XIX), mas há que ter em conta que, naquela época, os estudos médicos e filosóficos non estavam tan afastados como hoxe em dia, de modo que os primeiros podiam ser unha introduçón ao estudo da vida a partir do qual se podia abordar o pensamento sobre a existência.  Esta perspectiva confirma-se pelo facto de um dos seus professores, um anatomista, expor a teoria do “impulso configurativo”, segundo o qual os elementos naturais têm unha “potência vital orgânica” inconsciente que estructura o seu corpo, ideia muito próxima á da vontade.  Devemos lembrar também que Schopenhauer sempre se interessou bastante pelas ciências naturais, como se deduz sobretudo no seu livro “A Vontade na Natureza”, e que acabaria por forxar unha inusitada aliança entre o materialismo mais físico e a metafísica profunda.  De qualquer forma, um curso e a influência de um professor de perfil mais especulativo do que científico foram suficientes para convencer Arthur de que o seu caminho era o da reflexón sobre a vida, mais do que a investigaçón empírica dos seus fenómenos.  O terceiro semestre em Gotinga xá foi dedicado á filosofia: assistiu a aulas de metafísica e de psicoloxia e embrenhou-se na leitura intensiva e sistemática de Kant e Platón, os dous filósofos que serán decisivos no seu pensamento.  Platón convenceu-o de imediato, muito facilmente; o entusiasmo com Kant só chegou á segunda tentativa (algo bastante comum), xá depois de ter saído de Gotinga e de se ter estabelecido em Berlim.  As leituras dessa época non foram apenas filosóficas: descobriu Shakespeare em todo o seu esplendor, tal como Cervantes e os dramas de Calderón de la Barca.  Schopenhauer ficou dous anos (quatro semestres académicos) em Gotinga,  grande parte desse tempo aloxado em casa de um catedrático.  Foi ali que estabeleceu o ritmo de vida, que manteria até à velhice:  trabalho intelectual ás primeiras horas da manhan, que terminava com um momento de descontraçón a tocar flauta, almorço, e longos passeios à tarde (frequentes subidas a montanhas) e vida social ou teatro ao entardecer.

joan solé

“EXISTE UNHA INDUSTRIA DO FOGO NA GALIZA” (II)

.

               “O dos pinheiros, na Galiza, depois foi indo a pior, porque começaron a prantar eucaliptos, que também é unha espécie pirófita (que têm afinidade com o fogo).  Na Galiza, nem pinheiros nem eucaliptos som autóctonos, o assunto dos eucaliptos conhece-o todo o mundo porque venhem da Austrália, mas o dos pinheiros non.  Como anedocta direi que os primeiros versos do himno da Galiza falan dos pinos, algo patéctico.  Obviamente eu non o canto.  E foi porque o poeta que escribíu estes versos vivíu na zona onde se prantáron os primeiros pinheiros.  É muito triste.”

               “Assim é.  E logo chegaria ENCE (Energía y Celulosa S.A.).  Era a típica empressa do franquismo que producía pasta de papel.  Nos seus princípios utilizava pinheiro, mas é muito melhor para produzir pasta de papel de mais qualidade e menos custoso usar eucalipto.  Durante a dictadura, as terras nas que se prantaban pinheiros e eucaliptos eran as piores.  Eran monte comunal com unha potência de chan pequena, menos productiva.”

               “As xentes que quedaran no campo, e que tinham pequenas propriedades, forom orientadas nos anos 60 e 70 para que se especializaram no negócio do leite (e nas zonas mais de montanha nos becerros para carne).  Mas, ¿ que passou ?, que era um terreno no que non podiam competir.  Non podian competir em preço com, por exemplo, um holandês que, sem necessidade de ter um metro quadrado de pasto, tinha unha fábrica num polígono industrial dedicada a produzir leite com unha espécie de máquinas, que som as vacas, ás que deitando-lhe por um lado soxa sudamericana e milho estadounidense, polo outro dan um producto, chamado leite.”

               “Como unha pequena exploraçón famíliar, ainda que tivera 500 vacas, poderia competir com isso?  Non puido.  ¿E que passou?  Que começarom a pechar.  Unha vez cerradas, os teus filhos marchan á cidade e tu esperas a xubilarte.  ¿E que podes fazer com as tuas terras?  Nada, acabarám sendo zonas de eucaliptos.  No princípio, habia um paisaxe mais ou menos em mosaico: zonas com prados, pinos e eucaliptos.  Se tentas queimar esse paisaxe em mosaico, non vas encontrar unha massa constante de material inflamable, há cortafogos naturais.  Mas esse mossaico desapareceu, agora é um contínuo total de pinheiros e eucaliptos.”

               “E a situaçón é cada vez mais desesperante, cada ano há um despregue mais brutal de meios terrestres, de vixilância, de vehículos, helicópteros…  unha carreira que non se pode ganhar.  Por muito despregue que haxa, sempre vás solucionar cousas pequenas.  Quando as cousas grandes venhem, non as resolvem.  ¿E em que momento se dan as cousas grandes?  Pois por exemplo agora:  Ha sequía brutal, de seis meses, onde há muita massa combustivél completamente seca formando um contínuo.”

xabier vázquez pumariño

DOUTOR EM FILOSOFIA (21)

.

               Aos dezanove anos, Arthur ficou, por fim, livre da obrigaçón de se transformar num homem de negócios.  Antes disso, passara por unha última entediante etapa de formaçón comercial, em Hamburgo, durante a qual se dedicou a aliviar a sua frustraçón seduzindo actrizes e coristas humildes, aventuras que acabaram por resultar num profundo fastío e que alimentaram as suas posteriores reflexóns sobre a luta entre a pulsón sexual e a vida do espírito. A parte espiritual desta época, que o salvou de cair em desespero, foi, como sempre, a leitura: Rousseau, Voltaire, Lessing, Schiller e Goethe, que acabaria por conhecer, pouco depois, em Weimar.  Direccionado xá para o seu obxectivo,  Arthur concentrou-se em preparar a sua entrada (bastante tardia) na universidade.  A sua educaçón era esmerada, mas tinha unha lacuna flagrante que dificultava o accesso aos estudos superiores; non dominava nem o latin nem o grego, o que non tinha qualquer importância para a sua formaçón comercial e para o mundo em xeral, mas que constituíam um requisito indispensável para a universidade.  Arthur apressou-se a corrigir esta falha e fez vários cursos intensivos num colégio da cidade de Gotha,  tendo demonstrado um extraordinário rendimento intelectual,  mas acabou por ser expulso ao fim de cinco meses por causa de um ofensivo poema satírico que escreveu sobre um professor.  Aos vinte anos o xovem rapaz de intelixência aguda, sólida cultura, rezingón e sarcástico ficou, assim, sem unha instituiçón onde estudar. E aconteceu entón o que Johanna tinha tentado evitar o todo o custo, consciente do carácter complicado do filho.  Arthur foi viver para Weimar com a nái, no início de 1808.  Alí se dedicou aos estudos com unha determinaçón obsessiva – latim, grego, história, matemática –  mas, nos momentos de pausa, emerxiam graves conflictos familiares e Arthur acabava por se exceder nas críticas e piadas que fazia em relaçón aos convidados assíduos do salón de Johanna, embora sem chegar aos extremos de alguns anos mais tarde.  Non é difícil de imaxinar Arthur em Weimar como Hamlet na corte de Helsenor, fazendo-se de louco e atirando comentários á nái do xénero “Oh, que vergonha!  Onde está o teu pudor?”,  “Se non teis virtude, pelo menos simula-a”, “Debilidade, o teu nome é mulher”,  “As iguarias que sobraram do funeral serviram de prato frio no banquete da boda”.  A diferença é que a Hamlet lhe aparecia o espectro do pai para lhe revelar que Gertrudes casara com o assassino e para lhe exigir vingança, enquanto a Arthur foi a nái que o axudou a derrotar o espectro paterno. Tudo se complicou ainda mais quando Arthur, cuxa subsistência dependia por completo da sua parte da herança familiar, suspeitou que ela estava a ser desbaratada no exuberante estilo de vida de Weimar.                        

joan solé

“EXISTE UNHA INDUSTRIA DO FOGO NA GALIZA” (I)

.

               “Há unha série de pessoas que ganham sempre, passe o que passe.  É como no bingo, a casa sempre ganha.  Estou-me referindo ao lobby florestal.  Esse lobby ostenta-o, ainda que me critiquem cada vez que o digo, os enxenheiros de montes, como colectivo.”

               “Há que remontar-se no tempo.  Houbo um xefe medieval no Xapón ó que se lhe deu um dia que tudo tinha que encher-se de árbores.  Para o qual criou unha espécie de comunidade no país nipón que se dedicou a prantar árbores.  Depois a ideia foi copiada mais tarde pelos alemáns, alá polo século XIX.  Tinham que por árbores por toda a parte.  Em parte estava bem porque existia, e existe, unha demanda de madeira.”

               “Xustamente em Espanha e Portugal, com as dictaduras de Franco e Salazar, imitou-se a Alemanha.  O corpo de enxenheiros florestais em ambos países, era um dos poderes do Estado.  O que se fixo foi votar a xente dos montes comunais, que eran uns reductos de liberdade quasi comunista, um lugar onde os vecinhos se apanhavam sem ter unha propriedade directa, algo que para o liberalismo económico de unha dictadura de corte fascista filosóficamente chocava muito.”

               “O que fixeron foi expulsar do campo a xente mais pobre, a que non era proprietária de terras.  E no seu lugar começaron a prantar pinheiros, tanto em Espanha como em Portugal, quando os montes da Galiza, históricamente, sempre estiveron absolutamente pelados.  A massa florestal de Espanha é infinitamente mais grande do que o era fai cinquenta anos.  As pessoas ás que expulsaron tiveron de emigrar: muitos marcharon a Catalunha, ó País Vasco, a Estados Unidos, Venezuela, Suiza, Alemanha.  E xustamente quem se quedou no campo foron os pequenos proprietários.”

               “O uso do fogo nos ecosistemas mediterrâneos é muito comúm para, por exemplo, abrir pastos.  Mas non é o mesmo abrir um pasto quando estás rodeado doutros, que abrir um pasto quando teis um pinheiral ó lado.  E a xente que tinha quedado no campo necessitava abrir forzosamente pastos.”

               “A xente do campo queima constantemente.  Non o fan todos, só alguns.  Queima-se muita terra de campo no sul de León, parte de Zamora, de Valladolid…  Mas, ¿ que sucede ?, que queimam rastroxos, os lindes de enormes fincas de quatro ou cinco hectáreas de cereal.  Obviamente, alí non vai haber problema de um grande incêndio florestal que acabe tapando o sol.”

xabier vázquez pumariño      (continua)

 

A NÁI (20)

.

               Após a morte do pai, Arthur non se atreveu a deixar o escritório de contabilidade de Danzig, que tanto detestava, e permaneceu lá dous anódinos anos, até que Johanna o libertou da obrigaçón, tranquilizando-lhe a consciência. É muito provável que, se Heinrich Floris non tivesse morrido entón hoxe non tivéssemos “O Mundo como Vontade e Representaçón”, porque o filho non teria podido abandonar a carreira comercial nem dedicar-se ao estudo da filosofia.  Foi Johanna quem lhe deu apoio libertador que o eximiu de cumprir a sua palabra.  Arthur non se atreveu a assumir a sua liberdade e esta era unha dívida que non poderia xerar gratidon mas apenas ressentimento.  A vivaz Johanna, por sua vez, non sentiu qualquer tentaçón em manter o negócio da família e reconvertê-lo em “Viúva de Schopenhauer”,  muito pelo contrário, na sua qualidade de herdeira universal, demorou poucos meses a liquidá-lo e a obter por ele unha considerável fortuna, acrescida do dinheiro que conseguiu com a venda da mansón de Hamburgo. Mudou-se com Adele para Weimar, a cidade e pequena república onde se reuniu a fina flor das artes e das letras alemáns; atraída pela presença de Joham Wolfgang von Goethe.  Pouco antes de as tropas de Napoleón terem ali feito unha razia (Napoleón é a personagem que aparece recorrentemente, em qualquer história sobre a Europa central desta época, tal era a sua ubiquidade),  Johanna instalou-se à conta dos seus rendimentos, na chamada “cidade das Musas” e, em pouco tempo, tornou-se na anfitrián do principal salon cultural do círculo alemán e em amiga íntima de Goethe.  Alguns anos mais tarde, este viria a ser decisivo para impulsionar a carreira literária de Johanna, tendo recomendado (e a sua palabra era lei na cultura alemán) as novelas românticas e livros de viagens que esta começou a escrever em Weimar,  ao ponto de, durante unha década, ter sido a escritora mais popular na Alemanha.

joan solé

em.

A SEGUNDA TEORÍA DE MOURIGADE

.

              Ainda que um xá tivera elaborada, unha fermosa teoría sobre Mourigade.  Por certo, bastante bem feita e até científico-pró Occidental, e renegara nela, de Mahoma, dos Mouros, e de Maurogato.  E, ainda porriba, sermos acusados por um Senhor da costa, de andar a cuspir falsedades.  A verdade é, que há no fundo deste espinhoso asunto, um mistério que permanece latente, na poeira dos tempos e que ameaça xerminar a qualquer momento.  Unha pulsón pertináz, que ataca de noite, que é quando mais se sinten as cousas.  Unha verdade submersa, que quer levantar cabeza, e falar da sua razón silenciada.  A palabra máxica  “Saladina”, nome de um dos mais velhos habitantes de Mourigade, foi a bomba que surxíu da noite dos tempos.  Pondo tudo patas arriba!  Todos os fundamentos e aliçerces do edifício lóxico da primeira teoría, abalaron!  Pois, como uns poucos afortunados sabemos, a tál Saladina, era parente de Mahomé!   

              ¡¡SHALAM SHALEIKUM!!  

LÉRIA CULTURAL