O YIN E O YANG (4)
.
. Um observador taoista diria que os dous professores (Schopenhauer e Hegel) encarnavam o “yin e o yang”, dois princípios opostos. Non era pouco o que separava o sucesso hegeliano do falhanço schopenhaueriano. Hegel falava de unha História com um sentido e um fim, cuxo apogeu era atingido graças aos conceitos filosóficos que ele espelhava nos seus livros e nas suas aulas. Que oferecia o candidato ao seu lugar? Exactamente o contrário. Quanto á História, afirmava que non fazia qualquer sentido, comparando-a a unha grotesca representaçon da “Commedia dell’Arte”, em que algumas personagens recorrentes – Arlequim, Pantaleón, o militar patéctico – levaram a cena, unha e outra vez, a mesma representaçón tráxico-cómica, sem nenhuma melhoria, sem nenhum progresso, apenas com unhas leves variaçóns no argumento e no cenário, das quais elas non estavam, sequer, conscientes; também a comparava a um caleidoscópio que mostrava formas diferentes a cada volta, mas sempre com os mesmos espelhos. Mas a sua concepçón da história até nem era a questón menos atractiva. Com a metafísica mais pessimista que alguma vez unha mente europeia foi capaz de conceber, defendia que este mundo que vemos e no qual vivemos, desde o nosso corpo e do nosso querer mais íntimo até ao último confim do universo, é a dolorosa manifestaçón de unha força ou energia cósmica cega que ele denominava de “vontade”, eternamente desexosa, eternamente insatisfeita. A vontade manifesta-se nos indivíduos, marionetas dessa força devastadora e insaciável, tal como em todos os fenómenos naturais, nas árvores, nos animais e nas pedras. Explicava que a existência humana é um pêndulo em oscilaçón entre os polos da dor e do aborrecimento, ambos igualmente insuportáveis. Recomendava que se aprendesse a renunciar e a refrear os desexos de forma a alcançar um estado de serenidade e indiferença – influência do hinduísmo e do budismo – e apresentava a compaixón como única relaçon positiva possível entre as pessoas: a amizade e o amor eram quimeras, aspiraçóns impossíveis de realizar: os que as buscam parecem-se com porco-espinhos que, numa noite fria, se apertam uns contra os outros para manterem o calor e apenas conseguem espetar os espinhos uns nos outros. A única felicidade que os humanos podiam atinxir era de índole negativa: ausência de sofrimento, de desexo e de tédio. Para compreender esta amarga verdade, era preciso corrigir o “erro inacto” por excelência; achar que se chegou a esta vida e a este mundo para ser feliz. Non só se sofria todos os males físicos e morais imaxináveis, como ainda se era víctima de um engano: o suxeito, para além de pensar que estava aquí para ser feliz, achava que podia mandar na própria vida, quando, na realidade, era unha marioneta cuxos fios eram movidos por essa insaciável “vontade” universal. Além de ser um simples meio para a perpectuazón da espécie; quando pensava que se tinha apaixonado no mais profundo do seu ser, quando lhe fervia o sangue nas veias e se sentia na lua, era a espécie que o levava a copular para que procriasse e, assim, garantir a sua permanência; a cada indivíduo em particular non prestava atençón. Além disto, na indolente ignorância de si mesmo, o homem desconhecia que o seu ser individual se encontrava num sonho e que, quando acabasse esse sonho, desvanecer-se ia a sua falsa singularidade. Enquanto non descobrisse todas estas verdades, e se mantivesse como um vehículo do desexo insaciável, continuaria a assemelhar-se ao aplicado hamster que corre na roda da sua gaiola e que, apesar de todo o seu esforço, non avança nem um centimetro. Non, Schopenhauer non tinha encontrado a fórmula do sucesso. Nem seria provável que, hoxe, o contratassem como “coach” para dar cursos de motivaçón, participaçón em dinâmicas e sinergias de empresa ou superaçon pessoal.
joan solé
Esta entrada foi publicada en
Uncategorized.
Ligazón permanente.