EXACTAMENTE Á MESMA HORA (3)
.
. …a poucos metros de distância (da conferência de Hegel), mas noutro universo conceptual, um xovem professor de trinta e poucos anos dava os primeiros passos na sua carreira universitária. E podia contemplar o vazio absoluto exposto nos bancos desocupados á sua frente. O curso que se anunciava, com unha certa pompa, há que dizê-lo, como “Filosofia Xeral ou teórica da essência do mundo e do espírito humano” apenas tinha despertado a curiosidade de cinco ouvintes. O doutor Arthur Schopenhauer publicara a sua tese há sete anos e apenas há dous a sua obra-prima; “O Mundo como Vontade e Representaçón”, que, segundo o seu autor, clarificava o mistério da existência humana e do universo. Mas o mundo demorava a dar-se conta daquela revelaçón. O balanço mais positivo do seu exercício académico seria unha diminuta assistência que, no segundo semestre daquele ano, correspondia a quatro seguidores; um funcionário público, um dentista, um professor de equitaçón e um comandante aposentado. O digno professor non tinha encontrado a fórmula ganhadora. Apesar de ter iniciado o curso com ímpeto e confiança, tendo pedido expressamente á direcçón da universidade que programasse as suas aulas á mesma hora que as de Hegel, xá que queria derrotar o que classificava como filosofastro e autor de unha “ladainha inintelixível”, a verdade é que, naquele ano, teve de comer o pan que o diabo amassou, tal como nos anos seguintes em que a Universidade de Berlim continuou a anunciar o seu curso sem qualquer repercusón. Ao fim de unha década de indiferença, Schopenhauer acabou por renunciar á carreira docente e, daí em diante, passaria a desprezar e a ridicularizar a filosofia de academia. O mundo non lhe deu importância nenhuma durante os trinta anos seguintes e, enquanto isso, o filósofo viveu no anonimato sem que as suas concepçóns tivessem qualquer repercusón.
joan solé
Esta entrada foi publicada en
Uncategorized.
Ligazón permanente.