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A infância termina. Em 1915, entra no Liceu Henri IV, em Paris. Aí conhece Paul Nizan, de quem falaremos mais á frente. Anne-Marie e o jovem Sartre mudam-se para La Rochelle em 1918 por motivos que têm a ver com o segundo casamento da “irma mais velha”. Sartre tem notas excepcionais: o pequeno génio de Charles Schweitzer começa a deslumbrar – Regressa a Paris e entra na École Normale Supérieure. O ano de 1924 é impressionante: Sartre, Beauvoir, Hyppolite, Aron, Nizan, Lagache… E anos mais tarde, em 1929, realiza-se a prova de agregaçao (necessária para acceder á condiçao de professor): Sartre fica em primeiro lugar, seguido de Beauvoir, Hyppolite consegue o quarto e Nizan o quinto lugar. Pouco tempo depois, Sartre abandona Paris e ruma ao liçeu de Le Havre, onde dará aulas. A verdade é que, como o próprio Sartre reconhecerá. tivera a imensa sorte de ler durante aqueles anos uma obra de Bergson – “Ensaio sobre os Dados Imediatos da Consciência – que lhe abriu expectativas nas suas análises dos processos de conhecimento e assimilaçao do real, que no entanto serao envolvidas na influente maré da filosofia husserliana. Referimos Husserl entende-se por fenomenologia uma das correntes filosóficas mais importantes do século XX, e também os irracionalismos que se lhe tinham oposto. Husserl tentou transformar a filosofia numa ciência rigorosa, para o que considerava necessário ir “ás próprias coisas”, tal como aparecem na consciência… como o que é imediatamente dado, na sua essência ou conteúdo ideal. Para esse fim, criou um método de descripçao que eliminava qualquer pressuposto interpretativo. Husserl, á época, já iniciara a seu honroso exílio académico, expulso de Friburgo pelas autoridades nacional-socialistas devido ás suas raízes judaicas. O seu alumno mais próximo, Martin Heidegger, nao parece alheio ao estratagema para penalizar o seu professor, a quem dedicara “Ser e Tempo”. Husserl desenvolvera uma importante obra filosófica durante as duas primeiras décadas do século. As suas “Investigaçoes Lógicas” e as posteriores “Ideias”, publicadas em 1900 – 1901 e 1913, respectivamente, marcaram com toda a certeza os primeiros eixos da aventura filosófica sartriana. As obras citadas já incluem o fundamental da “fenomenologia” como projecto filosófico.
J. L. RODRIGUEZ GARCIA
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O Home non recorda, non ten memoria
e se a memoria en algo permanece
cae na perdición do real
porque transforma o recordado,
crea algo diferente. É libre
porque comete traición
ou vive porque renova o erro,
abella afogada en mel,
bolboreta que morre aos dous días,
abella que pousou fugazmente
en catro flores e caíu
por aguillonear un corpo.
francisco candeira
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