MEMORÁBILIA

           RAMÓN MARIA DO VALLE-INCLÁN

               No último número de “O Galego”, prometiamos continuar a biografia de D. Ramón, e vamos apresentar o pensamento dos seus contemporâneos sobre el.  Sobre Valle-Inclán, ó largo dos anos, foi-se amontoando retratos biográficos, uns desenhados com saña e rencor; outros com piedade latente e compreensiva:  poucos com imparcialidade e mistério.  Gomez de la Serna define-o em linhas maxistrais  “Como a melhor máscara a pé que cruzaba a calle de Alcalá”;  Rubén Dario, no seu soneto famoso, contribue á sua mitoloxia:  “Este gran D. Ramón, das barbas de chivo, parece um velho deus, altaneiro e esquivo…”  El mesmo, na sua Autobiografia – Alma Española, 27 de Decembro de 1903, incíde nunha apresentacion arrogante: “Este – que véis aquí, de rostro espanhol e quevedesco, de negra guedelha e longa barba, son eu:  D. Ramón Maria del Valle-Inclán…”  A perda do seu brazo esquerdo num lance com o xornalista Manuel Bueno, hipertrofia a rareza da sua compostura física.  Ricardo Fuentes. – Xornalista e Director do El País – “É um escritor mundano… deixemos, pois, a Valle-Inclán que se entenda com os seus príncipes e duquesas”.  Azorín – afirma:  “as nossas normas em vida eran diferentes e as nossas estécticas opunham-se.  Miguel Sawa – na revista D. Quijote – : O público dos nossos dias, amigo Valle, non está polas filigranas amorosas”.  Clarín – em 1897 – pregunta:  “Quem é este Valle-Inclán?  Um modernista, xente nova, um afrancessado franco e valente.  Ainda que novo, é listo e têm lido bastante…  Apercebe-se que o autor tem imaxinaçao, e é capaz de chegar a ter estilo, non se trata d’um qualquer”.  Pedro González Blanco – em Vida Nueva de 3 de Decembro de 1899 fai um análise profundo da obra de Valle-Inclán e traza unha fermosa semblanza da sua figura: “É o representante mais xenuino da nova relixion da arte.  Unha arte revolucionária que têm como lema e bandeira a destruiçao das escolas, das teorias absolutas e dos prexuícios miopes.  Valle é para min, um dos poucos que na Espanha saben sentir d’unha maneira bela e fundir o sentimento na forma”… e acaba:  “Quando vexais passar ó vosso lado um xoven de faz pálida, de ademán desassossegado e nervoso, de belo semblante nazareno, que vos mira com um xesto de altivez olímpica que non soberana, saúdade nel o prossista impecábel, o sonhador fervente, ó namorado da beleza, do amor e do ideal.” Muito há que falar ainda sobre Valle-Inclán.  Terminaremos no proximo número.

gabino castro gil

 

Deixar un comentario