PÍO BAROJA

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                    “eu saí desses antros de imbecilidade chamados Universidades”, “viver atordoado, como sempre, e estudar pouco”. “Comer bastante; dixerir bem; dormir muito: suxar-se em tudo”. “Ser um bruto”.   “Aqui está a minha vida”.   Baroja começou a publicar os seus primeiros escritos de certa repercusion na Revista Nueva, a troco de 25 pesetas ( o acordo incluía, no entanto, a venda non só dos artigos, mas também de algunhs móveis para a redaccion, como conta o próprio Baroja no romance onde ficciona essa época, Aventuras, Inventos y Mixtificaciones de Silvestre Paradox).   Nas suas memórias, Baroja explicará que no final de 1898 non sentia um verdadeiro apego por outra cousa que non fosse a escrita: “queria ensaiar literatura.   Xá compreendia que ensaiar a literatura daria pouco resultado pecuniário, mas, entretanto, podia viver pobremente, ainda que com entusiasmo.   E decidi-me a isso”.   Assim começava a aventura literária do autor de San Sebastián.   Pensador e artista, mais o primeiro do que o segundo, notas delicadíssimas, páxinas arrancadas da própria realidade.   “o que Baroja procura no espírito son as tendências doentias, as cobardias, as misérias, os indícios ou resíduos da vida decadente que nesta época de seres indecisos se encontram até nas individualidades mais poderosas”.   (Schopenhauer, Leopardi, Kierkegaard, a memória de Larra).   Provocaram o aparecimento de um tipo de literatura intimista, que insiste mais nas vicissitudes psicolóxicas e inquietacions metafísicas das personaxens do que nas suas circunstâncias externas, contempladas como meros factos conxunturais.   “desexo precisamente o que non tenho, e, contudo, non há na minha alma um ideal fixo e claro; sinto ânsias e desexos de algo grande, de algo enorme, mas morrerei com eles, e enterrar-me-an com eles; quem sabe?   Talvez a morte, ao fazê-los desaparecer, os satisfaça”.   A “insociável sociabilidade do homem”, sempre em conflicto com os seus semelhantes, dos quais, ao mesmo tempo precisa para poder existir.   O nada, afinal de contas, é preferível ao ser, a uma vida na qual as xeracions se sucedem umas ás outras sem poderem contemplar em si qualquer reflexo de evolucion espiritual.   “Todos os homens son insaciáveis, acredite, e como non se podem saciar todos os desexos, porque o homem é como um gavian, mais vale non saciar nenhum”.   “Non há dor maior do que a dor do ser vivo, nem maior pesar do que a vida consciente”.   “esvaziamos tudo no molde do nosso espírito; fora desse pequeno molde, non temos nada para segurar e compreender as coisas que passam á nossa frente”.   O próprio Ortega garante que a alma de Baroja nasceu “de uma catástrofe no espíritu colectivo”.   ” El Mundo Es Ansí “.

CARLOS J. G. S.

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