HANNAH ARENDT
Hannah Arendt (1906 – 1975), pensadora aleman de orixem

xudaica, é uma das poucas excepcions femininas que por méritos próprios conseguiu introduzir-se nos anais da eminentemente masculina história da Filosofia. O pensamento de Arendt xira á volta da nocion de poder: a, autora desexa saber, porque é que nos sentimos tan á vontade e familiarizados com um conceito de poder como o defendido por Hobbes ou Séneca: o poder ostentado por um soberano que decide por nós. Como súbditos, reconhecemos com demasiada facilidade a capacidade do comando, do governante (qualidade representada por uma espada que, mais do que defender ou ser utilizada para castigar, tem uma funcion de constante ameaça). O retiro filisteu para a vida privada, a sua devocion sincera ás questions da família e da sua vida profissional, foram o último e xá dexenerado producto da crença da burguesia na primazia do interesse particular. O filisteu é o burguês isolado da sua própria classe, o indivíduo atomizado que é resultado da ruptura da própria classe burguesa. O homem-massa, que Himmer organizou para os maiores crimes em massa xamais cometidos, apresentava as características do filisteu mais do que as do povinho, e era o burguês que, entre as ruínas do seu mundo, só se preocupava com a sua segurança pessoal e que, á mais leve provocacion, estava disposto a sacrificar tudo, a sua fé, a sua honra e a sua dignidade. Alí onde as accions dos seres humanos non tenhem como obxectivo a mera satisfacion das necessidades vitais (nem sequer o fabrico de obxectos ou o trabalho, como parecia defender Weil); a política converte-se assim na articulacion de um mundo partilhado, onde precisamente o que se partilha son accions e pensamentos. Por isso, quando o totalitarismo desexa fechar os homens num rexime de solidon, de isolamento, que non é mais do que uma negacion daquela pluralidade necessária, começa a perder-se a responsabilidade: ser responsável pelo que se faz e se diz é próprio do espaço público. Non basta a simples convivência, pois a polis, para além da implantacion das suas condicions materiais, é acima de tudo uma organizacion. E a total ausência de pensamento no indivíduo, que se deixa levar pela massa, dado que outros pensaram e ordenaram por ele, o que terá como resultado uma passividade massiva e, em última instância uma normalizacion individual e colectiva do mal. O totalitarismo consiste assim em apertar uns homens contra outros, até destruir o espaço que existe entre eles. Qualquer rexime totalitário destrói o espaço público e obriga os cidadans a, retirarem-se para o seu reducto privado para non se “meterem em política”.
carlos j. g. s.
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