Arquivos diarios: 29/12/2016

KARINGANA UA KARINGANA

img_5857.

.                                .HISTORIA DE UM AMOR.

.                                                                        Maria Fernanda

. Noite misteriosa de segredos murmurados

  no cerrar dos dentes e no pulsar das veias

  e uma cançao no ritmo de nós dois

  e as algas dos teus olhos no gritar dos nervos

  (ah, Maria, quantas vezes morremos?).

  Maria de uma cançao de amor

  liberta minha solidao secular

  a salvo-condutos de ósculos na tua boca

  e enquanto minhas maos procuram tua angústia

  e cerras outra vez as pálpebras sombreadas de volúpia

  ah, Maria, quantas vezes morremos?

  Quantas vezes

  a dor rebentou feliz

  dos teus lábios meus lábios nossos lábios

  das tuas maos minhas maos nossas maos

  e cada minuto

  cada hora

  e cada noite febril

  vinham redescobrir

  os fantasmas da nossa tristeza?

  E em cada encontro marcado

  em cada beijo mordido

  quantas vezes vivemos e morremos

  quantas vezes nascemos e renascemos

  e com raiva ou sem raiva

  quantas vezes chorámos sem chorar

  quantas vezes, Maria?

  JOSÉ CRAVEIRINHA

 

img_5858

.

.                                     MENSAGEM

.                                                        (Para a Carol)

.                                                              agora

Ouvi tua cançao distante

tua voz rouca da saudade dos caminhos de nascença

ouvi e guardei no coraçao.

E a tua voz minha voz nossa voz

nao quer grades nem fronteiras

e distância também é grade

também é fronteira dentro de nós.

Ouvi tua voz rouca de saudade

e nao encontrei ave solta dos dias

e das noites de Munhuana

venho aqui chamar teu sangue meu sangue nosso sangue

venho aqui chamar Carolina

Carolina…!  Carolina…!

com a mesma voz minha voz tua voz nossa voz

mesmo sangue teu sangue meu sangue nosso sangue

que saudade enrouqueceu no cantar distante

mas desespero tem que fazer flor em toda a parte.

JOSÉ CRAVEIRINHA