Voltaram as grandes retas ladeadas por campos de seara. Há sobreiros, mas poucos. Junto a uma linha de água (nota-se mais pela existência de uma pequena ponte e pelo verde da vegetaçao do que pela água que lá se veja correr). Uma placa anuncia a entrada na freguesia de Alcáçovas, que também marca a entrada no concelho de Viana do Alentejo. Alcáçovas tornou-se famosa por causa de um seu producto artesanal, os chocalhos. Segundo Mário Saa, na sua obra Vias Romanas da Lusitânia, Alcáçovas está situada sobre um antigo itinerário romano que ligava Ébora a Salacia (Alcácer do Sal) e nessa altura chamar-se-ia Castreleucos (Castelos Brancos). Esta antiga povoaçao foi invadida pelos Mouros. Nesse período a palavra (Alcáçova) foi uma das introduzidas pelos invasores (Al-Qasbah) uma arquitectura militar localizada numa cota mais alta. Terá sido transformada em palácio por D. Dinis, que abrangia uma grande panorámica a norte da vila. Em 1447, na Vila das Alcáçovas realizam-se os contractos nupciais da princesa Dª Isabel, com o Rei de Castela, D. Joao II, e em 1457, os esponsais da princesa Dª Beatriz, com o infante D. Fernando, duque de Viseu e filho do rei D. Duarte. Destes casamentos, entre Dª Isabel de Avis que casou com o tal Rei D. Joao II veio a nascer a grande Rainha Isabel a Católica, que terá um papel determinante em Espanha. Por outro lado, a infante Dª Beatriz que casou com D. Fernando, duque de Viseu, veio a ser mae do Rei D. Manuel, de cgnome, o Venturoso. O tratado de Alcáçovas, que além de formalizar o fim das hostilidades entre os dois reinos, em que Afonso V de Portugal desistia para sempre das suas pretensoes ao trono de Castela, num momento em que âmbos competiam pelo domínio do Oceano Atlântico, e das terras até entao descobertas na costa africana.
A. M. N.

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Os pinheiros mansos desapareceram por completo e os sobreiros dominam a paisagem. Como é interesante esta mudança de panorama a cada meia dúzia de kilómetros, ás vezes ainda menor. E chegamos a Brotas. Aqui a minha referência é outro restaurante, O Poço, que faz belíssimos pratos de caça. Esta freguesia, estende-se por uma pequena colina, como quase todas as terras desta regiao, claramente por uma questao de defesa.
A. M. N.

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Reguengo ou realengo (do latim tardio regalengu) era a qualificaçao jurisdicional que possuíam os lugares dependentes directamente da autoridade do rei, ou seja, terras cujo senhor era o próprio rei. É uma figura típica do Antigo Regime em Portugal e Espanha, apesar de situaçoes semelhantes ocorrerem em toda a Europa Ocidental. A extinçao dos reguengos (como de outras mordomías do regime absolutista para com os senhores da terra) deve-se sobretudo ás leis de Mouzinho da Silveira em 1834, com o triunfo dos Liberais. Os reguengos pertenciam ao rei e para seu usufruto era necessário pagar-lhes direitos e foros. Eram obtidos por presúria, leia-se a ocupaçao de um território deixado vago pela expulsao dos muçulmanos, e com o tempo viram-se reduzidos devido a grandes doaçoes ao clero e á nobreza.
A. M. N.

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O Restaurante Afonso, fundado por Afonso das Neves Mendes e pela sua mulher, Dª Bia. Hoje com os seus filhos Afonso Manuel chefe de cozinha e Nicolau Mendes gerente, que irao continuar esta casa com a Gastronomia Alentejana no seu melhor. Tendo ganho vários primeiros prémios, todos os anos participa na maior Mostra Gastronómica de Caça do País que se realiza em Mora. Vale a pena perder-se pelos vários bacalhaus, pela açorda de perdiz, pela perdiz á Dª Bia, pelo pombo bravo ou pelas variadas maneiras de cozinhar a lebre, pelas migas de espargos bravos, ou pelas muitas entradas, frias e quentes. Neste particular, atençao aos pezinhos de coentrada (que também podem ser servidos como prato principal).
A. M. N.

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Será necessario escrever que estamos na regiao de Portugal, com a cozinha popular mais criativa? É de todos sabido que a pobreza dos terrenos e das pessoas obrigou a muita imaginaçao para transformar em pratos apetitosos os poucos géneros básicos que as gentes possuíam. O Alentejo foi uma terra de pao e é com pao que se fazem alguns pitéus insuperáveis as açordas (que pouco mais levam do que pao, alho, azeite, sal, água a ferver e ervas (coentros ou poejos). Ou as beldroegas, erva humilde que se torna sublime numa sopa, acompanhada com queijo fresco. E os espargos bravos, delicados e deliciosos. Para os mais sortudos um prato de túberas com ovos é como entrar no paraíso. Os pratos de verao, os gaspachos. E as migas, os ensopados, tudo leva pao… e muitas ervas. Nas carnes, o porco é o rei, mas também o borrego e a caça. E os doces, com muitos ovos, muita amêndoa e muito açucar!
A. M. N.

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