
.
PARERGA E PARALIPÓMENA
Ainda que foron útilizadas como sinónimos pelos ântigos, a Lóxica procura a verdade obxectiva. E a Dialéctica busca a arte de ter razón. “Debido á perversidade do ser humano, nas disputas quotidianas, non se procura em efeito que a verdade saia á luz, senon que cada contendente se afana em que se lhe de a razón.” Na arte da Dialéctica Eristica, ha trinta e oito estrataxemas, que nos permiten discutir, e discursar de tal modo que um sempre leva razón, é decir, que xusta ou inxustamente. Ou que se pode ter a razón objectiva no assunto mesmo, e non obstante carecer déla ós olhos dos demais. Estes estrataxemas servem tanto para desbarata-los quando son útilizados polos demais. Tendo sempre em conta, o que Borges afirmava, que quando Schopenhauer fala, há que arrequichar as orelhas, pois é um dos homes mais intelixentes que pariu madre. Toda disputa entre xente vulgar, mostra até que ponto é digamos innata a estrataxema: quando por exemplo, um fai ó outro recríminacions pessoais, e este non responde refutando-as, senon facendo á sua vez recríminacions ó primeiro, o que é tanto como admitilas, e os ouvintes, passan a saber quanto de malo tenhen âmbas partes. Este tipo de xente, tamén tem um profundo respeito polos “espertos” de todos os tipos, ignorando que quem fai profession de unha cousa, non ama a cousa, senon a sua ganância. Nin que quem ensina, raras veces conhece a fundo, pois o que o tem bem estudado, xeralmente lhe fica pouco tempo para ensinar. As “autoridades” que ninguém entende em absoluto, costuman ser as mais efícaces. Igual que todos os analfabetos, tenhem unha profunda veneracion respeito das fórmulas gregas e latinas. Que em caso de necessidade se podem, tergiversar, falsificar ou inclúso inventar. Citas espectacularmente sonantes, tal é o caso do cura francés, que para non pavimentar a parte da rua que lhe correspondia, como estavan obrigados todos os vecinhos, soltou unha improvisada sentença “Poveant illi, egó non pavebo.”, e isto convenceu totalmente o responsável municipal. Pode-se citar algums que sexan da nossa enteira responsabilidade, pois ninguém costuma ter o libro de probervios á man, nin saberan manexaĺo. Em suma, son muitos poucos os que podem pensar, mas todos querem ter opinions. ¿Que outra cousa podem facer, senon tomalas de outros? ¿De que vale enton a opinion de cem millons de pessoas? Se tudo se reduce no último termo á afirmacion de um só individuo. Non obstante na discusion, pode utilizar-se a opinion xeral como autoridade. Ante um tribunal, na realidade só se discute com autoridades, a autoridade da lei estabelecida. E a faculdade de xulgar só se ocupa de encontrar a lei, é decir a autoridade que se aplica ó caso concreto. Na Dialéctica porem temos marxem suficiente, para poder tergiversar a discordância entre o caso e a lei, até que se consiga presentálos como concordantes tamén ó reves. Quando um non sabe que responder ás razons expostas pelo contrincante, declare-se incompetente com fina ironia. “O que afirma sua excelencia, desborda a minha débil compreension; non logro alcançar entendelo e desde xá renuncio a qualquer xuicio” (com isto insinua-se ós ouvintes, que o dito é completamente absurdo). Así, quando apareceu a Crítica da Razón Pura, muitos dos ântigos professores da Escola Ecléctica, se declararon incompetentes pois non a logravan compreender, pensando que désta maneira liquidavan a question. Mas quando se lhes explicou detidamente, que tinhan razón, que efectivamente non havian compreendido patavina, enton, puxeron-se de muito mal humor. Última estrataxema, quando se advirte que o adversário é superior, e que non se conseguirá levar avante o caso, personaliçe-se, sea-se ofensivo, grosseiro (argumentum ad personam). Abandone-se por completo o objecto, e dirixa o seu ataque á persona. É muito usada no nosso mundo, tanto na política, como nas discusions de taberna. É um apelo das carencias do intelecto, ás faculdades do corpo, á animalidade. Se um mostra ó outro, que contudo mantem a tranquilidade, isto non fai mais que encona-lo ainda mais. Nada lhe importa mais ó home, que a satisfaccion da sua vanidade, e ningunha ferida lhe doi mais que quando se lhe golpe ésta. Unha grande sangue fría, tamén pode ser de boa axuda aquí, e contestar que isto simplesmente non vem ó caso. Disto segue-se, que de entre um cento, apenas há unha pessoa digna de que se discuta com ela. Deixe-se o resto decir o que queira, pois delirar é um dereito comun. Ambos contendentes, debem ser bastantes símilares em quanto erudiccion e intelixencia, terem o suficiente entendimento para non plantear absurdos. Como é possíbel que Schopenhauer e Hegel, partindo do mesmo pensador Kant, chegaram a teorias sobre a Dialéctica tan dispares, e ambos dotados de muito boas razons.
O intelecto, non é unha luz que arde sem aceite, senon que é alimentado pola vontade e pelas passions.
schopenhauer – A ARTE DE TER RAZON
Publicado en Uncategorized